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Em 2004, Norte e Nordeste ganham participação no PIB do país

Os resultados das Contas Regionais de 2004, divulgadas pelo IBGE em parceria com os governos estaduais, mostram que, em relação a 2003, apenas as regiões Norte (de 5% para 5,3%) e Nordeste (13,8% para 14,1% ) ganharam participação no PIB do país.

16/11/2006 08h01 | Atualizado em 16/11/2006 08h01

Os resultados das Contas Regionais de 2004, divulgadas pelo IBGE em parceria com os governos estaduais, mostram que, em relação a 2003, apenas as regiões Norte (de 5% para 5,3%) e Nordeste (13,8% para 14,1% ) ganharam participação no PIB do país. Na Região Norte o resultado reflete o bom desempenho do Pará (6,6%) e do Amazonas (11,5%) que, por causa do bom desempenho da indústria e da agropecuária, tiveram uma performance acima da média nacional (4,9%). Além disso, na Região Norte, os estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Amapá e Tocantins atingiram, em 2004, a melhor participação na série 1985-2004. Na Região Nordeste, os estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí e Sergipe foram os que apresentaram os melhores resultados. O bom resultado da Região Nordeste foi influenciado, sobretudo, pela Bahia que cresceu 9,6%, em 2004, registrando o melhor ano da série 1985-2004. Ainda na Bahia, a agropecuária cresceu 12% e a indústria 17%. Na agropecuária, a soja registrou um crescimento de 52% e o algodão 155%. Já a indústria baiana se destacou no refino de petróleo (27%) e na produção de automóveis (56%).

De 2003 a 2004, a região Sudeste registrou redução na participação de 55,2% para 54,9%. Nesse período, somente o estado do Espírito Santo avançou de 1,9% para 2%, influenciado pelo setor agrícola que cresceu 9%. São Paulo (6,4%), que teve o melhor desempenho desde 1986, alcançou o sexto melhor resultado entre os estados. A indústria paulista de transformação teve o melhor ano de sua história: cresceu 10,8%. Esse comportamento foi influenciado pelo aumento na produção de automóveis (29%), equipamentos de comunicação (45%) e maquinas e equipamentos (21%). Por outro lado, a produção de laranja e cana-de-açúcar, que representa 60% do setor agrícola paulista, assinalaram queda em seus preços, fazendo com que caísse a participação da atividade no PIB do estado de 7,7%, em 2003, para 6,5% em 2004. No Rio de Janeiro o destaque foi para a indústria de transformação, que cresceu 3,8% depois da redução verificada no ano anterior.

A redução na produção agrícola foi responsável pela queda de 0,4% na participação da Região Sul, de 2003 a 2004. No caso das lavouras, uma forte seca que assolou a região e levou o Paraná e o Rio Grande do Sul a uma redução de 3,3% em volume na atividade. Em Santa Catarina, a produção de fumo, que cresceu em torno de 34%, contribuiu para o bom desempenho do estado.

De 2003 a 2004, a região Centro-Oeste manteve sua participação no PIB em 7,5%. Nesta região, onde a agropecuária é atividade econômica mais intensa, foi registrada perda na produção em 2004. Os estados do Mato Grosso do Sul e Goiás tiveram reduções na cultura da soja e do feijão. Somente o Mato Grosso manteve seu ritmo de crescimento.

Desempenho da economia em 2004 e participação no PIB 2003 e 2004

Distrito Federal continua com o maior PIB per capita do País

Em relação ao PIB per capita1 , o maior valor continua sendo o do Distrito federal (R$ 19.071,00). Entretanto, em virtude do baixo desempenho econômico da capital federal, a distância em relação à média do Brasil diminuiu. Em 2000, o PIB per capita do Distrito Federal era 2,2 vezes a renda do Brasil e, em 2004, cai para 2 vezes.

Em 2004, o PIB per capita dos estados de Mato Grosso (R$ 10.162,00) e Espírito Santo (R$ 10.289,00), que ao longo da série vinham reduzindo sua distância entre a média brasileira, pela primeira vez ficaram acima da média do país (R$ 9.729,00). Em relação a 2004, o PIB per capita do Amazonas passou o do Paraná devido ao bom desempenho de sua economia, Mato Grosso passou Mato Grosso do Sul e Amapá passou Rondônia. Roraima perdeu o posto para o Acre e Pará e, por fim, Ceará ultrapassou a Paraíba.

O Rio de Janeiro (R$ 14.639,00) se manteve em segundo lugar no ranking do PIB per capita, seguido por São Paulo (R$ 13.725,00). Já os piores resultados continuam sendo os do Maranhão (R$ 2.892,00) e do Piauí (R$ 2.748,00), mas devido ao bom desempenho de suas economias no ano de 2004, os dois estados aproximaram-se mais da média do país com resultados inéditos na série, este ano é a menor distancia dos dois estados em relação ao PIB per capita brasileiro, em torno de 30% da média.

Em relação a 2003, os estados do Amazonas, Acre, Mato Grosso, Bahia, Espírito Santo, Maranhão e Piauí tiveram o melhor desempenho na redução de sua renda per capita em relação à renda brasileira.

No acumulado, Mato Grosso continua líder

Já no resultado acumulado na série, o líder ainda é o estado do Mato Grosso (315%), seguido de perto pelo Amazonas (314%), com uma média de crescimento em 18 anos de 7,7% ao ano. O resultado do Mato Grosso reflete a expansão da fronteira agrícola e a indústria ligada a esta atividade. No Amazonas, o crescimento está ligado ao pólo industrial da SUFRAMA. Também o Amapá e Roraima apresentaram um bom desempenho na série (133% e 156%, respectivamente) e contribuíram para que a Região Norte atingisse o melhor desempenho (172%).

A região Sudeste (47%) foi a única com desempenho abaixo da média brasileira (63%). Neste sentido, os piores resultados foram verificados no Rio de Janeiro (36%) e São Paulo (46%), com uma média de crescimento em torno de 1,6% e 2,4% ao ano, respectivamente.

A região Nordeste, que cresce na série igual a média brasileira, registrou o melhor desempenho na série 1985-2004 com destaque para o Maranhão (91%) e o Rio Grande do Norte (90%).

Na região Sul, o melhor desempenho foi do Paraná (108%) seguido de Santa Catarina (95%). O Rio Grande do Sul cresceu abaixo da média brasileira (56%).

No período de 1994 a 2004, o melhor desempenho foi do Amazonas que cresceu 138%, com média de 9% ao ano. Também o Mato Grosso, que cresceu 90% com média de 6,6% ao ano, foi destaque nesse período. Os piores desempenhos foram observados nos estados de Alagoas (20%), Rio de Janeiro (22%) e Rio Grande do Sul (22%), que registraram neste período um crescimento em torno de 2% ao ano, abaixo da média brasileira que foi de 2,8%. Neste período, as regiões Nordeste e Sul cresceram igual à média do país e as regiões Norte e Centro-Oeste ficaram acima, devido ao bom desempenho da agroindústria e o dinamismo da indústria amazonense.

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1 PIB per capita é o Produto Interno Bruto dividido pela população do ano de referência.