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Em 2007, safra deverá crescer 5,34%

O IBGE realizou, em outubro, o primeiro prognóstico das áreas plantadas ou a plantar, bem como da produção para a safra de 2007, nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, e nos estados de Rondônia, Maranhão, Piauí e Bahia.

08/11/2006 07h31 | Atualizado em 08/11/2006 07h31

O IBGE realizou, em outubro, o primeiro prognóstico das áreas plantadas ou a plantar, bem como da produção para a safra de 2007, nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, e nos estados de Rondônia, Maranhão, Piauí e Bahia. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2007 é estimada em 122,391 milhões de toneladas, maior 5,34% que a obtida em 2006. Para a estimativa da produção nacional 2007, somaram-se os valores levantados nas regiões e estados onde a pesquisa foi realizada, com os valores encontrados numa projeção, que foi efetuada tomando-se como base as informações de anos anteriores para as culturas de inverno (aveia, centeio, cevada e trigo), e para os produtos de segunda e terceira safras, que por força do calendário agrícola, ainda não dispõem das primeiras estimativas, além dos demais estados onde não foi feita a pesquisa de prognóstico.

Primeiro prognóstico da safra 2007 apresenta redução de 6,05% na área plantada

Essa avaliação inicial da área plantada ou a plantar, quando considerados os onze produtos investigados, é de 44,981 milhões de hectares, inferior em 6,05% à área plantada em 2006, que foi de 47,880 milhões de hectares. Em termos absolutos, essa retração totaliza 2,900 milhões de hectares. Confrontando-se com a área colhida de 2006 (46,097 milhões de hectares), a área destinada para a safra 2007 apresenta uma redução de 2,42%.

Dentre os produtos investigados, cinco apresentam variação positiva em relação à área plantada em 2006*: algodão herbáceo em caroço (20,50%); batata inglesa 1ª safra (4,35%);cana-de-açúcar ( 2,14%); cebola (2,30%) e feijão em grão 1ª safra (4,13%). Com variação negativa, amendoim em casca 1ª safra (-2,01%); arroz em casca (-3,95%); fumo em folha (-4,71%); mandioca ( -1,15%); milho em grão 1ª safra (-4,28%) e soja em grão (-7,03%).

Com relação às produções esperadas, apresentam variação positiva os seguintes produtos: algodão herbáceo em caroço (31,07%); batata- inglesa 1ª safra (12,60%); cana-de-açúcar (2,46%); cebola (1,67%); feijão em grão 1ª safra (32,18%); fumo em folha (1,91%); milho em grão 1ª safra (9,65%) e soja em grão (5,50%). Com variação negativa: amendoim em casca 1ª safra (-7,75%), arroz em casca (-7,64%), e mandioca (-3,83%).

* Para a cana-de-açúcar e a mandioca a comparação foi feita com a área colhida.

ALGODÃO EM CAROÇO

Neste 1º prognóstico aguarda-se uma produção de algodão em caroço da ordem de 3,673 milhões de toneladas, contra 2,802 milhões de toneladas obtidas em 2006, indicando um incremento de 31,07%. Este ganho de produção esperado está diretamente ligado ao aumento da área cultivada em 20,50%. O principal fator que contribui para este acréscimo é a recuperação dos preços do produto, tanto no mercado interno como no externo, tendo em vista que a estimativa da produção mundial está aquém da demanda esperada. No Mato Grosso, principal estado produtor, que responde por 50,79% da produção nacional, a estimativa para esta safra, ao contrário da anterior, apresenta um incremento de 39,80%, principalmente, devido à perspectiva de bons preços no período de comercialização. Nesse Estado, os produtores, em sua maioria, constituem condomínios, colocando a produção diretamente no mercado internacional, através de contratos futuros, obtendo, desta forma, melhores resultados.

ARROZ

No caso do arroz, nesta primeira estimativa nacional para 2007, a produção esperada é de 10,633 milhões de toneladas, inferior 7,64% à obtida em 2006. Esta retração se deve, notadamente, ao Rio Grande do Sul, principal produtor, que apresenta um decréscimo de 17,16% na produção esperada, 12,74% na área plantada e 5,10% no rendimento médio. As regiões da Campanha e Fronteira Oeste encontram-se com baixas reservas hídricas, razão da menor área de plantio no Estado. Destaca-se, ainda, que o Mato Grosso, principal estado produtor deste cereal no Centro-Oeste, registra uma pequena recuperação na área cultivada (2,58%) tendo em vista os problemas dos sojicultores na captação de crédito, para continuar o plantio da oleaginosa, além do fato do arroz ter baixo custo de produção e também dispor de novas variedades com alta produtividade (até 70 sc/ha).

FEIJÃO

No primeiro prognóstico para a safra nacional de feijão das águas em 2007, devido aos preços remuneradores para o produto, constata-se para a produção esperada um expressivo incremento de 32,18% em relação à produção alcançada em 2006, quando foi colhido um volume de 1,523 milhão de toneladas, ante 2,013 milhões de toneladas para 2007. Nos principais centros produtores de feijão 1ª safra - Paraná e Bahia - são esperados, respectivamente, incrementos de 45,26% e 197,08%, com produções de 617 mil toneladas e 224 mil toneladas. Destaca-se que no Paraná o plantio já foi realizado em 80% da área prevista, porém na Bahia, apesar da perspectiva de crescimento, a falta de chuvas tem impedido o início do plantio.

MILHO PRIMEIRA SAFRA

Para o milho 1ª safra, embora se verifique nas principais regiões produtoras retração na área plantada ou a plantar, espera-se uma produção de 34,503 milhões de toneladas, superior em 9,65% à registrada em 2006, motivada pela expectativa de obtenção de rendimento médio de 3.748 kg/ha, superior em 10,59% ao obtido no corrente ano. Salienta-se que o quadro favorável para a cultura se deve às boas condições climáticas até o momento, tanto para a semeadura, quanto para o desenvolvimento vegetativo das lavouras já implantadas. Por outro lado, o ganho em produtividade previsto neste levantamento, pode ser creditado à recuperação no rendimento médio, em grande parte prejudicado na safra passada, devido às condições climáticas desfavoráveis.

SOJA

Quanto à soja, registra-se um acréscimo de 5,50% na produção esperada para 2007, situando-se em 55,238 milhões de toneladas, contra um volume de 52,357 milhões de toneladas colhidas na safra anterior. A área plantada ou a plantar mostra um decréscimo de 7,03%, enquanto o rendimento esperado apresenta um incremento de 13,28%, sendo respectivamente, 20,496 milhões de hectares e 2.695 kg/ha.

Nesta primeira estimativa, apenas a Região Centro-Oeste, principal produtora de soja, com 44,87% da produção nacional, sofre decréscimo (-4,19%). As outras regiões apresentam crescimentos, sendo que a Região Sul, segunda maior, com 38,38% da produção nacional, indica acréscimo de 19,53%, devendo totalizar 21,197 milhões de toneladas. No maior estado produtor, Mato Grosso, os problemas enfrentados na safra passada, de ordem fitossanitária (ferrugem asiática, mosca branca, nematóides, dentre outros), de ordem climática (estiagem na época de plantio e chuvas na colheita) e de ordem financeira (endividamento devido à baixa cotação do produto frente ao alto custo de produção), explicam a redução acentuada na área a ser cultivada no Estado.

Na Região Sul, ao contrário das demais regiões do País, a avaliação da área plantada ou a plantar, de 8,200 milhões de hectares é ligeiramente superior à da safra passada (0,75%) sendo aguardada uma produção de 21,197 milhões de toneladas, maior 19,53%. Observa-se que essa produção será alcançada, caso persistam as condições climáticas normais, mantendo o rendimento médio estimado de 2.585 kg/ha (18,58% superior ao rendimento obtido em 2006). O Paraná e o Rio Grande do Sul, segundo e terceiro maiores produtores nacionais, aguardam para essa safra, produções de 11,820 milhões de toneladas e 8,415 milhões de toneladas, registrando incrementos de 26,08% e 11,32%, respectivamente.

Na Região Sudeste, destaca-se Minas Gerais, que apresenta uma área inferior em 6,34% quando comparada à plantada na safra passada. Este decréscimo deve-se as más condições de mercado, o que levou os agricultores mineiros a optarem pelo milho e algodão ao invés da soja. A produção deverá alcançar 2.606.637 toneladas, superior em 6,22% à obtida em 2006 devido ao incremento de 12,90% no rendimento médio, recuperando em parte os prejuízos sofridos no último ano.

Para o Nordeste a área plantada ou a plantar de 1,471 milhão de hectares mostra recuo de 1,14% frente à de 2006 devido ao fato de que na Bahia, maior produtor da Região, a perspectiva atual é de retração na área da cultura de soja (-2,48%). Ainda assim, a exemplo do que está ocorrendo em todo o país, a produção nordestina prevista em 3,715 milhões de toneladas supera a de 2006 em 7,18% com destaque para a Bahia que informa uma produção de 2.043.000 toneladas, maior 2,59%, em razão do incremento previsto no rendimento médio de 5,21%.

Em 2006, safra deverá crescer 3,21%

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de outubro, destacam-se reduções nas estimativas de produção em relação a setembro de quatro produtos: aveia em grão (-5,75%), cevada em grão (-13,82%), trigo em grão (-11,51%) e triticale em grão (-4,19%). No caso do trigo, principal produto investigado nesse período, houve queda do rendimento médio em todos os estados da Região Sul e também no Mato Grosso do Sul. Ressalta-se a perda de 100 mil hectares no Rio Grande do Sul em função, especialmente, de adversidades climáticas (geadas em setembro)

O levantamento de campo realizado pelo IBGE, em outubro, para o ano civil de 2006, da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale), aponta uma produção da ordem de 116,183 milhões de toneladas, 3,21% superior à safra obtida em 2005 (112,574 milhões de toneladas).

Frente à produção informada em setembro (116,546 milhões de toneladas), verifica-se uma redução de 0,31%, em função das perdas observadas nas culturas de inverno. Com relação ao trigo, constata-se, em comparação ao ano anterior, uma quebra de 51,42%. São apontadas como principais causas para esta significativa redução, a retração de 25,21% na área total cultivada, que ocorreu em todos os estados produtores, com exceção de Santa Catarina. Salienta-se também a baixa cotação do produto no mercado interno, além de dificuldades observadas na comercialização das últimas safras. Outro agravante foi a descapitalização dos produtores, que aliada à inadimplência e conseqüente restrição ao crédito, determinou a implantação dessa safra com baixo nível tecnológico. Por fim, as adversidades climáticas, como estiagem verificada no período inicial de desenvolvimento da cultura, temperaturas altas no início do inverno adiantando o ciclo da planta, além das fortes geadas ocorridas no final de agosto e início de setembro, determinaram a redução observada de 25,06%, no rendimento médio. Os fatores que causaram esta expressiva quebra na cultura do trigo, também influenciaram negativamente as demais culturas de inverno: aveia (-18,86%), cevada (-39,49%) e triticale (-21,83%).

Em termos absolutos e por percentuais de participação na safra nacional, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, está assim distribuída nas Grandes Regiões - Norte: 3,346 milhões de toneladas (2,88%); Nordeste: 9,673 milhões de toneladas (8,33%); Sudeste: 15,803 milhões de toneladas (13,60%); Sul: 48,285 milhões de toneladas (41,56%) e Centro-Oeste: 39,076 milhões de toneladas (33,63%).

Treze culturas crescem e doze apresentam queda na décima avaliação da safra agrícola 2006

O IBGE realizou, em outubro, a décima avaliação, em nível nacional, da safra agrícola para 2006. Dentre os principais produtos investigados pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola - LSPA, treze apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano passado: batata-inglesa 2ª safra (7,71%), batata-inglesa 3ª safra (3,29%), café em grão (21,51%), cana-de-açúcar (7,82%), cebola (5,93%), feijão em grão 1ª safra (9,18%), feijão em grão 2ª safra (25,85%), laranja (1,03%), mandioca (7,10%), milho em grão 1ª safra (15,88%), milho em grão 2ª safra (33,86%), soja em grão (2,38%) e sorgo em grão (1,21%).

A variação é negativa nos casos das culturas de algodão herbáceo em caroço (-23,51%), amendoim em casca 1ª safra (-12,75%), amendoim em casca 2ª safra (-0,10%), arroz em casca (-12,95%), aveia em grão (-18,86%), batata-inglesa 1ª safra (-7,03%), cacau em amêndoa (12,28%), cevada em grão (-39,49%), feijão em grão 3ª safra (-12,03%), mamona (-36,52%), trigo em grão (-51,42%) e triticale em grão (-21,83%).