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IBGE divulga as Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2004

Em 2004, surgiram 716,6 mil novas empresas no Brasil, e 529,6 mil foram extintas, com um saldo de 187 mil empresas. Em 2004, mais de 45% das empresas nascidas em 1997 haviam morrido.

11/10/2006 07h01 | Atualizado em 11/10/2006 07h01

Em 2004, surgiram 716,6 mil novas empresas no Brasil, e 529,6 mil foram extintas, com um saldo de 187 mil empresas. Em 2004, mais de 45% das empresas nascidas em 1997 haviam morrido. Entre 2000 e 2004, somente em três das 25 principais atividades econômicas houve aumento nos salários médios mensais: Transporte aéreo; juntamente com Extração de petróleo e serviços relacionados e Transporte aquaviário. As empresas de Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos continuaram a liderar em pessoal ocupado mas, embora empregassem cerca de 25% dos assalariados, eram responsáveis por apenas 16,8% do total dos salários pagos, em 2004. Essas são algumas das informações contidas nas Estatísticas do Cadastro Central de Empresas, do IBGE.

Em 2004, no Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) havia 5,4 milhões de empresas e outras organizações ativas com inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), representando o segmento formal da economia: 90,3% delas eram empresas, 0,3% órgãos da administração pública e 9,4% entidades sem fins lucrativos. Elas ocupavam 37,6 milhões de pessoas, das quais 30,4 milhões (80,8%) como assalariadas e 7,2 milhões (19,2%) na condição de sócio ou proprietário. Em 2004, essas unidades pagaram R$ 390 bilhões em salários e outras remunerações, correspondendo a um salário médio mensal de R$ 988,70.

Entre 2000 e 2004, o número de assalariados em empresas aumentou 23,2%, indo de 16,8 milhões para 20,7 milhões. Isso significou um aumento de 1,1 ponto percentual na participação relativa do pessoal assalariado em empresas, de 67,0% para 68,1%. No mesmo período o aumento na participação relativa dos salários pagos pelas empresas foi de apenas 0,4 ponto percentual, de 62,7% para 63,1%. A administração pública, por outro lado, apresentou redução na participação relativa no pessoal assalariado em 0,4 ponto percentual, passando de 24,7% para 24,3%, e queda de 0,5 ponto percentual nos salários (de 29,9% para 29,4%).

As entidades sem fins lucrativos não apresentaram mudança significativa na participação em salários, mas reduziram em 0,7 ponto percentual sua participação em assalariados (de 8,3% para 7,6%). Já as empresas, que concentravam dois terços dos assalariados e dos salários pagos em 2000 e 2004, são analisadas a seguir1.

Indústria de Transformação continua com as maiores participações em pessoal e salários

As três principais atividades econômicas, em termos tanto do número de empresas, quanto do pessoal assalariado e salários em 2000 e 2004, foram Indústrias de transformação (maior número de assalariados e maior percentual de salários pagos), Comércio reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos (maior número de empresas) e Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas (terceira posição nas três variáveis).

A atividade líder em número de empresas foi Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos, com pouco mais da metade das empresas tanto em 2000 como em 2004 (54,9% e 54,1%, respectivamente). Mas, no período, dentre as três atividades com maior número de empresas, apenas Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas aumentou sua participação (em 1,1 ponto percentual).

Em relação aos assalariados, a atividade líder foi Indústrias de transformação, com quase um terço do pessoal assalariado, nos dois anos analisados. Somadas, as três atividades econômicas já referidas foram responsáveis por mais de dois terços do pessoal assalariado em 2000 e 2004 (67,3%, em 2000, e 69,1%, em 2004).

De 2000 para 2004, entre as três atividades destacadas, apenas a Indústrias de transformação não aumento sua participação relativa em pessoal assalariado. Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos, a segunda atividade econômica em pessoal assalariado, teve o maior aumento em participação relativa (1,3 ponto percentual). Já a terceira principal atividade empregadora, Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas, cresceu de 0,8 ponto percentual no período.

Comércio empregava 25% dos assalariados mas pagava menos de 17% do total de salários

Em relação aos salários pagos, as três atividades principais apresentaram aumento de pelo menos 1,1 ponto percentual em sua participação. A atividade de Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados, apesar de ocupar a oitava posição em pessoal assalariado e de ter sua participação relativa em salários pagos reduzida em 2,1 pontos percentuais no período, ocupou a quinta posição em salários pagos em 2004, sendo a segunda atividade em salários médios mensais.

A Indústrias de transformação pagou mais de um terço do total dos salários, nos dois anos analisados, e mais que o dobro dos salários pagos pela segunda principal atividade, Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos que, apesar de empregar cerca de 25% dos assalariados, pagou apenas 15,6% do total de salários, em 2000, e 16,8%, em 2004.

Intermediação financeira pagava os maiores salários médios mensais

O salário médio mensal medido em salários mínimos2 reduziu-se em todos os anos do período entre 2000 e 2004. Isto se deve, de um lado, à queda do salário médio real mensal em cerca de 6,0% entre 2000 e 20043 (de R$ 979,24, em 2000, para R$ 916,52, em 2004), e de outro, aos aumentos reais, concedidos ao salário mínimo4, que acumulados chegaram a 20,7% em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA e 16,9% em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC5, de 2000 para 2004.

As atividades Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados e Produção e distribuição de eletricidade, gás e água ocuparam, respectivamente, a primeira e a segunda posições em salários médios mensais em 2000. Em 2004, porém, as duas atividades praticamente empataram.

A Indústrias de transformação, com as maiores participações em pessoal assalariado e salários pagos, foi a sexta atividade em valor de salário médio mensal tanto em 2000 como em 2004, com salários mensais médios de 5,4 e 4,4 salários mínimos, respectivamente. Já Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos, a segunda em pessoal assalariado e em salários pagos, ocupou a 12ª posição em valor de salário médio mensal, ficando mais de um salário mínimo abaixo da média geral, nos dois anos da análise.

A diferença entre os maiores e os menores salários médios é significativa, por atividade econômica, mas reduziu-se um pouco, passando de 6,6 vezes em 2000 para 5,6 vezes em 2004. O principal responsável pela diminuição dessa diferença foi a queda mais acentuada dos salários mais altos entre 2000 e 2004.

Salário médio real reduziu-se em todas as faixas

O salário médio mensal real total sofreu uma redução de 6,4%, de R$ 979,24, em 2000, para R$ 916,52, em 2004. Essa queda foi mais acentuada nas empresas com 100 ou mais pessoas ocupadas onde os salários reais caíram 7,7%, enquanto nas empresas com até 29 empregados e nas empresas de 30 a 99 empregados as reduções foram 0,2% e 3,1%, respectivamente.

Comércio varejista continuou empregando mais

Em número de empresas, a três principais divisões de atividades foram Comércio varejista e reparação de objetos pessoais e domésticos, Serviços prestados principalmente às empresas e Alojamento e alimentação, que responderam por 59,0% das empresas em 2000 e 58,0% em 2004. O Comércio varejista e reparação de objetos pessoais e domésticos liderou em 2000 e 2004 (42,9% e 41,8% das empresas, respectivamente).

Em pessoal assalariado, as três principais divisões de atividades em 2000 foram Comércio varejista e reparação de objetos pessoais e domésticos, Serviços prestados principalmente às empresas e Construção, que somadas empregaram 32,4% do pessoal assalariado. Em 2004, as três principais atividades empregaram 34,5% do pessoal assalariado, mas a terceira posição passou a ser ocupada pela atividade Fabricação de produtos alimentícios e bebidas.

Comércio varejista e reparação de objetos pessoais e domésticos empregou apenas 16,2% do pessoal assalariado, em 2000, e 17,3%, em 2004 (Tabela 3), apesar de ter respondido por mais de 40,0% das empresas no período e de ter aumentado sua participação em pessoal assalariado em 1,1 ponto percentual,.

Em relação aos salários pagos, Comércio varejista e reparação de objetos pessoais e domésticos, Serviços prestados principalmente às empresas e Intermediação financeira foram as três principais atividades e, somadas, responderam por cerca de um quarto dos salários e outras remunerações.

A Intermediação financeira, que foi a principal atividade em salários pagos no ano de 2000, apesar de ter sido a nona em pessoal assalariado, ocupou a terceira posição nesta modalidade em 2004, com a redução de 2,0 pontos percentuais em sua participação relativa.

Somente três das 25 principais atividades tiveram aumento em salários médios

Das 25 principais atividades em relação ao salário médio mensal, apenas três apresentaram aumento em 2004 em relação a 2000: Transporte aéreo, Extração de petróleo e serviços relacionados e Transporte aquaviário. Isso fez com que essas três atividades obtivessem ganhos significativos de posição entre 2000 e 2004: o Transporte aéreo passou da sexta para a segunda posição, a Extração de petróleo e serviços relacionados passou da 19ª para a quarta posição e o Transporte aquaviário passou da 24ª para a sétima posição.

Das três principais divisões de atividades em 2000, apenas Eletricidade, gás e água quente manteve sua posição em 2004. Intermediação financeira, que liderava em 2000, caiu para sexto em 2004 e Pesquisa e desenvolvimento passou da segunda para a quinta posição.

Em 2004, houve um saldo de 187 mil novas empresas

Em 2004, surgiram 716 604 novas empresas, o que representou um aumento de 1 537 450 pessoas ocupadas e foram extintas 529 587, correspondendo a uma redução de 991 387 pessoas ocupadas, resultando em um saldo líquido positivo de 187 017 empresas e 546 063 pessoas ocupadas na comparação com o ano anterior. Observa-se que para cada dez empresas criadas, cerca de sete foram fechadas.

As empresas com até 4 empregados concentraram 94,0% das empresas criadas e 61,9% do pessoal ocupado correspondente, além de 96,7% das empresas extintas e 72,4% do pessoal ocupado correspondente em 2004.

O Comércio foi responsável pela criação e extinção do maior número de empresas: em 2004, surgiram 387 275 novas empresas e foram extintas 292 557, comparativamente ao ano anterior. Por outro lado, a Indústria foi o segmento onde ocorreram menos nascimentos e mortes (64 591 e 49 688, respectivamente).

A maior taxa de natalidade foi em Serviços (16,3%) e a de mortalidade, no Comércio (11,6%). A Indústria apresentou as menores taxas, tanto de natalidade (13,1%), como de mortalidade (10,1%). Nos Serviços, a taxa de natalidade em 2004 foi 1,43 vez maior que a taxa de mortalidade; no Comércio, essa relação foi de 1,32 e na Indústria de 1,30. A variação líquida no saldo de empresas tem sido sempre positiva, registrando um número maior de nascimentos que de mortes.

Em 2004, mais de 45% das empresas criadas em 1997 haviam fechado

Após sete anos, 45,1% das empresas nascidas em 1997 haviam morrido. As empresas nas faixas mais elevadas de pessoal ocupado tiveram as maiores taxas de sobrevivência. Já as menores taxas de sobrevivência encontram-se nas faixas mais baixas de pessoal ocupado, onde estão presentes as maiores taxas de natalidade.

Após um ano da abertura, 80,1% das empresas na faixa de 0 a 4 pessoas ocupadas ainda sobreviviam, enquanto na faixa de 500 e mais a sobrevivência foi de 93,8%.

Depois de sete anos da abertura, 46,1% das empresas na faixa de 0 a 4 pessoas ocupadas não sobreviviam mais. Já na faixa de 500 e mais, a não sobrevivência foi de 19,9%.,

Sudeste concentrava mais da metade do pessoal ocupado pelas empresas e outras organizações

Em 2004, o Brasil tinha 5 370 427 empresas e outras organizações, que atuavam em 5 764 720 unidades locais e ocupavam 37,4 milhões pessoas. Metade delas concentrou-se no Sudeste (52,3%) e em São Paulo (30,2%). A seguir, vêm o Sul (18,9%), Nordeste (16,6%), Centro-Oeste (7,8%) e Norte (4,5%).

Sudeste concentra a maioria dos ocupados em quase todas as atividades, exceto a pesca

A Região Sudeste apresentou a mais elevada participação nas atividades econômicas, à exceção da atividade pesca. Ressalte-se, ainda, a participação de São Paulo na maioria das atividades, exceções feitas às atividades de pesca e de indústrias extrativas.

Quanto ao pessoal ocupado em atividades econômicas nos demais estados do Sudeste, chama atenção a participação das indústrias extrativas (48,4%). Este fato deveu-se, principalmente, à prospecção e exploração de petróleo no Rio de Janeiro e Espírito Santo e à extração de minérios em Minas Gerais.

A indústria de transformação tinha alta concentração de pessoal ocupado nas Regiões Sudeste e Sul. Juntas, essas regiões responderam por cerca de 79,5% do total nacional, com destaque para São Paulo, com 35,1% deste total. A Região Sul participou com 26,8% e os demais estados da Região Sudeste, com 17,6%. Em contraposição, destaque-se a baixa participação das Regiões Norte e Centro-Oeste (3,5% e 4,8%, respectivamente) com participações inferiores às médias regionais (4,5% e 7,8%, respectivamente).

 

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1Nas empresas, o pessoal ocupado assalariado é mais sensível às variações conjunturais, enquanto na administração pública há garantias de estabilidade. As entidades sem fins lucrativos, por sua vez, têm participação reduzida em pessoal e salários.

2Salário mínimo médio: R$ 147,25 em 2000; R$ 172,75 em 2001; R$ 195,00 em 2002; R$ 230,00 em 2003; e R$ 253,33 em 2004.

3Utilizou-se o IPCA como inflator dos salários médios dos anos de 2000 a 2003, tendo como referência o ano de 2004. A variação acumulada do IPCA entre dezembro de 2000 e dezembro de 2004 foi de 42,5%..

4No período o salário mínimo variou de R$ 151,00 em dezembro de 2000 para R$ 260,00 em dezembro de 2004.

5Utilizou-se o INPC como inflator, tendo como referência o ano de 2004. A variação acumulada do INPC entre dezembro de 2000 e dezembro de 2004 foi de 47,1%.