PNAD 2005: rendimento tem primeira alta em 9 anos
Em 2005, cerca de 20% da população com 10 anos ou mais de idade no País navegou pela Internet e, pela primeira vez, o Brasil tinha mais domicílios com telefone celular do que com linha fixa. O analfabetismo vem diminuindo...
15/09/2006 07h01 | Atualizado em 15/09/2006 07h01
A freqüência das crianças e adolescentes de 5 a 14 anos de idade à escola cresceu em todas as regiões. Na faixa de 15 a 17 anos de idade, o percentual dos que não freqüentavam escola em 2005 ficou abaixo do de 2001 em todas as regiões, embora no Nordeste, as taxas quase não mudaram (20,8%, em 2001, e 20,7%, em 2005).
A taxa de analfabetismo das pessoas de 10 anos ou mais de idade caiu de 14,7% para 11,4%, de 1995 para 2001, e situou-se em 10,1%, em 2005.
A elevação do nível da instrução pode ser acompanhada pela evolução da proporção de pessoas com 10 anos ou mais de idade com 11 anos ou mais de estudo, ou seja, que concluíram pelo menos o ensino médio ou grau equivalente. Esse indicador passou de 15,5% em 1995 para 21,7% em 2001 e alcançou 27,6% em 2005. Na parcela da população ocupada, o nível de instrução permaneceu mais alto, tendo o contingente que concluiu o ensino médio ou equivalente crescido de 20,4% em 1995 para 28,9% em 2001 e atingido 35,9% em 2005.
A média de anos de estudo também cresceu. No contingente com 25 anos ou mais de idade, a média de anos de estudo estava em 5,3 anos em 1995 e passou de 6,0 anos para 6,6 anos de 2001 para 2005. Na população ocupada, esse indicador subiu de 5,8 anos para 6,6 anos de 1995 para 2001 e atingiu 7,3 anos em 2005.
Número de contribuintes para a previdência cresceu 4,9%
De 2004 para 2005, o número de contribuintes de instituto de previdência no trabalho principal cresceu 4,9%. O incremento no emprego com carteira de trabalho assinada contribuiu efetivamente para essa elevação. A proporção de contribuintes no trabalho principal no total da população ocupada passou de 46,3% para 47,2% e aumentou tanto na população masculina (4,5%) como na feminina (5,4%). Em 2005, a proporção de contribuintes de instituto de previdência em qualquer trabalho no total da população ocupada estava em 47,4%: 48,1% entre os homens e 46,4% entre as mulheres.
Os grupamentos de atividade do trabalho principal com as maiores proporções de contribuintes foram os da administração pública (84,6%) e da educação, saúde e serviços sociais (82,2%), enquanto os menores percentuais foram os das atividades agrícola (11,9%), serviços domésticos (28,8%) e da construção (30,6%).
A região Sudeste, que concentrava o percentual mais alto de empregados registrados, foi a que apresentou a maior proporção de contribuintes de instituto de previdência em qualquer trabalho (58,8%). O menor percentual foi o da Região Nordeste (28,7%), vindo em seguida o da região Norte (33,6%).
O número de trabalhadores sindicalizados subiu 5,1% de 2004 para 2005, elevando o nível da sindicalização na população ocupada de 18,0% para 18,4%. O aumento foi maior na população feminina (6,7%, com nível de sindicalização em 17,2%) do que na masculina (4,1%, com 19,2% de sindicalizados).
O nível da sindicalização foi maior em outras atividades industriais (38,0%), com educação, saúde e serviços sociais (29,6%) a seguir. A menor proporção de sindicalizados ficou nos serviços doméstico (1,7%) e na construção (7,4%). O Sul deteve o maior percentual de pessoas sindicalizadas na população ocupada (23,0%). Os menores percentuais foram os das regiões Norte (14,8%) e Centro-Oeste (15,5%).
Percentuais de sindicalizados e contribuintes para a previdência são os maiores desde 1995
Considerando os resultados de 2004 e 2005 referentes à cobertura geográfica abrangida pela PNAD até 2003, verificou-se que a proporção de contribuintes de instituto de previdência em qualquer trabalho na população ocupada em 2005 (48,0%) superou todas as ocorridas desde o início da década de 1990. Em 1995, esse indicador situava-se em 43,2% e atingiu 45,7% em 2001.
Em dez anos, houve sensível redução no distanciamento entre a proporção de contribuintes em qualquer trabalho na população masculina e na feminina. De 1995 para 2005, esse indicador passou de 45,5% para 48,8% no contingente dos homens e de 39,7% para 47,0% no das mulheres.
O percentual de trabalhadores sindicalizados em 2005 (18,3%) também alcançou o seu nível mais alto desde o início dos anos 1990: de 16,2% em 1995, foi ao mínimo em 1998 (15,9%) e, desde então, passou a crescer.
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(*)Em 2004 a PNAD foi implantada nas áreas rurais de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá, alcançando a cobertura completa do território nacional. Tendo em vista a influência dessa parcela nos resultados de 2004 e 2005, as comparações temporais da série harmonizada foram feitas considerando a cobertura geográfica da PNAD até 2003.
De 1995 para 2005, o nível da ocupação diminuiu sensivelmente nas faixas de idade abaixo de 25 anos e na de 60 anos ou mais. Nos grupos intermediários, o nível da ocupação de 2005 ainda ficou acima daquele de 1995, em função da parcela feminina. Em todos os faixas de idade, o nível da ocupação masculina em 2005 foi abaixo do referente a 1995. Na população feminina, em dez anos, este indicador aumentou nitidamente nas faixas de 20 a 59 anos de idade e caiu nos grupos etários abaixo de 20 anos e de 60 anos ou mais.
Desde 1995, participação feminina no comércio cresceu 5,4 pontos percentuais
Em dez anos, a maior modificação na composição por gênero foi no comércio e reparação: a participação das mulheres era de 32,9%, em 1995, e subiu para 38,3%, em 2005. A participação feminina passou de 2,4% para 2,6%, no segmento da construção, de 34,0% para 36,5%, no da indústria, de 56,0% para 57,1%, no dos serviços, e de 34,3% para 33,0%, no agrícola. Cabe destacar que, no grupamento dos serviços domésticos, inserido no segmento dos serviços, a parcela feminina representava 93,2%, em 1995, e 93,4%, em 2005.
De 1995 para 2005, o percentual de pessoas que trabalhavam habitualmente menos de 40 horas semanais, passou de 45,0% para 42,8%, na parcela masculina, e de 16,2% para 18,6%, na feminina.
21% da população de 10 anos ou mais de idade acessaram à Internet em 2005
Em 2005, 21% da população de 10 anos ou mais de idade acessaram à Internet, pelo menos uma vez, por meio de computador, em algum local (domicílio, local de trabalho, escola, centro de acesso gratuito ou pago, domicílio de outras pessoas ou qualquer outro local) nos 90 dias que antecederam à entrevista. Na população de 15 a 17 anos de idade, 33,9% acessaram à Internet, o maior resultado entre as faixas etárias. Com o aumento da faixa de idade esse percentual foi diminuindo, atingindo 3,3% no contingente de 60 anos ou mais de idade.
Em 2005, os percentuais de pessoas que acessaram à Internet nas Regiões Norte (12,0%) e Nordeste (11,9%) foram bem inferiores aos do Sudeste (26,3%), Sul (25,6%) e Centro-Oeste (23,4%).
A proporção de homens que acessaram à Internet (22,0%) superou um pouco a feminina (20,2%). Quanto mais elevado era o nível de instrução e de rendimento mensal domiciliar per capita, maior a proporção das pessoas que acessavam à Internet. No grupo com 15 anos ou mais de estudo, o percentual de internautas chegava a 76,2% enquanto no das pessoas sem instrução ou com menos de 4 anos de estudo ficou em 2,5% . Na faixa com rendimento de até ¼ do salário mínimo per capita, o percentual de pessoas que acessaram à Internet era de 3,3% enquanto na acima de 5 salários mínimos era de 69,5%
Em 2005, quase 37% das pessoas de 10 anos ou mais de idade tinham telefone celular para uso pessoal
Em 2005, a posse de telefone móvel celular para uso pessoal estava mais difundida na população do que a utilização da Internet. No total de pessoas de 10 anos ou mais de idade, 36,7% tinham telefone móvel celular para uso pessoal. Esse indicador situou-se em 38,2% no contingente masculino e 35,4% no feminino.
Entre as pessoas sem instrução ou com menos de 4 anos de estudo, 11,8% tinham telefone móvel celular para uso pessoal, enquanto entre os com 15 anos ou mais de estudo, eram 82,9%. Quanto ao rendimento mensal domiciliar per capita, a proporção de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal situou-se em 10,4%, na faixa de sem rendimento até ¼ do salário mínimo, e em 82,1%, na de mais de 5 salários mínimos.
Em 2005, havia mais domicílios com telefone celular do que com linha convencional
Em 2005, os domicílios com telefone celular tornaram-se mais numerosos que os com linha fixa. O percentual de moradias com celular subiu de 47,8%, em 2004, para 59,3% em 2005, e o dos domicílios com linha fixa foi de 48,9% para 48,1%.
Considerando os resultados de 2004 e 2005 com a mesma cobertura geográfica da PNAD até 2003, constatou-se que desde 2001, quando a PNAD passou a investigar em separado as linhas móvel e fixa, o percentual de domicílios com celular vem crescendo muito, e passou de 31,1% para 59,9%, em 2005. Nesses quatro anos, a proporção de residências que contavam somente com celular subiu de 7,8% para 23,6%, o que pode indicar o uso desse tipo de linha para suprir a falta do telefone fixo ou como alternativa mais flexível de comunicação. Por outro lado, a proporção de moradias com linha fixa (52,9% em 2002) começou a retrair-se em 2003 e caiu para 48,8% em 2005.
97,2% dos domicílios tinham iluminação elétrica em 2005
Em 2005, no total dos domicílios do País, 82,3% deles eram atendidos por rede geral de água, 69,7% dispunham de esgotamento sanitário adequado, 85,8% contavam com coleta de lixo, 71,6% tinham telefone e em 97,2% havia iluminação elétrica. Todos esses indicadores cresceram de 2004 para 2005.
O Sudeste deteve os maiores percentuais de moradias com iluminação elétrica, rede de abastecimento de água, coleta de lixo e esgotamento sanitário adequado (com instalações sanitárias ligadas à rede coletora de esgoto ou a fossa séptica), enquanto a Região Sul superou as demais em proporção de residências com telefone. A Região Norte apresentou os menores percentuais de habitações com iluminação elétrica (90,7%) e ligadas a rede geral de abastecimento de água (54,6%), resultado este bastante distanciado daqueles das demais regiões. A proporção de moradias ligadas a rede coletora de esgoto na Região Norte foi a menor (4,0%), mas a de esgotamento sanitário adequado (52,7%) superava a da Nordeste (46,4%) e Centro-Oeste (44,6%).
Em 2005, 88,0% dos domicílios tinham geladeira, 16,7% freezer e 35,8% máquina de lavar roupa.
18,6% dos domicílios tinham microcomputadores
Em 2005, havia televisão em 91,4% dos domicílios, rádio em 88,0%, e microcomputador em 18,6% das residências. Em 13,7% dos domicílios havia microcomputador com acesso à Internet.
Desde 2001 o percentual de moradias com televisão ultrapassou o de habitações com rádio. Considerando-se a mesma cobertura geográfica da PNAD até 2003, constatou-se que, de 2001 para 2005 o percentual de moradias com rádio passou de 88,0% para 88,4%, enquanto o de domicílios com televisão subiu de 89,1% para 92,0%. Nesse mesmo período, as taxas de crescimento das moradias com microcomputador superaram dos demais bens duráveis, e sua proporção subiu de 8,6%, em 2001, para 18,8% em 2005.
Em 2005, no Nordeste, já havia mais idosos que crianças com menos de 5 anos
Em 2005, a taxa de fecundidade do País estava em 2,1 nascimentos por mulher. A Região Norte apresentou a mais alta taxa (2,5), vindo em seguida a da Nordeste (2,3%). A menor taxa de fecundidade foi a da Região Sudeste (1,9) e as das Regiões Sul e Centro-Oeste foram iguais (2,0).
Sudeste e Sul tinham as estruturas etárias mais envelhecidas e o Norte, a mais jovem. O Nordeste, com nível de fecundidade inferior apenas ao do Norte, deteve a segunda maior participação de crianças de menos de 5 anos de idade e, por seu histórico processo de emigração, tinha a terceira maior participação de idosos.
Em 2005, no País, o número de idosos (pessoas com 60 anos ou mais de idade) superava o de crianças de menos de 5 anos de idade em 24,2% (contra 17,9% em 2004). No Sudeste e Sul o número de idosos suplantava o de crianças de menos de 5 anos de idade em 58,0% e 51,1%, respectivamente. Pela primeira vez, no Nordeste, o número de idosos superou em 1,6% o de crianças de menos de 5 anos de idade. No Centro-Oeste e Norte, as crianças de menos de 5 anos de idade ainda eram mais numerosas que os idosos. Entretanto, no Centro-Oeste os dois contingentes não estavam tão afastados (para cada 1000 crianças de menos de 5 anos havia 950 pessoas de 60 anos ou mais de idade), enquanto no Norte (1000 crianças para 593 idosos).
Número de mulheres superou o de homens na população de todas as regiões
Em 2005, as mulheres representavam 51,3%, da população do País, e alcançavam 56,1%, no contingente de 60 anos ou mais de idade. Na Região Norte, com o menor distanciamento entre os números de mulheres e de homens, a parcela feminina era de 50,4%, mas no grupo de 60 anos ou mais idade era de 51,2%, percentual mais baixo que os das demais regiões. O mais alto percentual de mulheres no grupo de idosos foi o do Sudeste (57,6%), vindo depois o Sul (56,4%), Nordeste (55,0%), e Centro-Oeste (52,8%).
No País, em média, havia 3,5 pessoas por domicílio
Em 2005, o número médio de pessoas por domicílio ficou em 3,5 no País. Os resultados das Regiões Norte (4,0) e Nordeste (3,8) foram os mais elevados e ficaram afastados dos referentes às demais (3,4 na Região Centro-Oeste, 3,3 na Sudeste e 3,2 na Sul). O número médio de pessoas por domicílio foi menor nas residências em que a pessoa de referência era do sexo feminino. E ainda, no total de domicílios, 10,8% tinham um único morador em 2005. Este indicador variou de 8,6% na Região Norte a 11,9% na Sudeste.
Em 2005, as pessoas brancas representavam 49,9% da população do País e as pardas, 43,2,%. Em termos regionais, a composição por cor ou raça é bastante diferenciada. As pessoas brancas constituíam 58,5% da população da Região Sudeste, sendo esta proporção inferior apenas à da Região Sul (80,8%). As pessoas de cor parda predominavam nas Regiões Norte (71,5%), Nordeste (63,1%) e Centro-Oeste (49,9%).
Número de crianças de 5 a 14 anos de idade que trabalhavam cresceu 10,3% em relação a 2004
De 2004 para 2005, o nível da ocupação (percentagem de ocupados no total da população de 10 anos ou mais de idade) passou de 1,5% para 1,8% no grupo etário de 5 a 9 anos; de 10,1% para 10,8% no de 10 a 14 anos; e de 31,1% para 30,8% no de 15 a 17 anos de idade.
O aumento de 10,3% no número de crianças ocupadas de 5 a 14 anos de idade foi influenciado pelo crescimento na categoria dos trabalhadores na produção para o próprio consumo, típica da atividade agrícola, e, em menor grau, na dos não-remunerados, também concentrada nessa atividade.
A concentração em atividade agrícola das crianças e adolescentes ocupados diminuía com o aumento da idade, o mesmo ocorrendo com os trabalhos sem contrapartida de remuneração.
Em 2005, a atividade agrícola detinha 76,7% do contingente ocupado de 5 a 9 anos de idade, sendo 58,7% na faixa de 10 a 14 anos e de 32,9% na de 15 a 17 anos. As categorias dos trabalhadores sem contrapartida de remuneração (não-remunerados, na produção para consumo próprio ou na construção para o próprio uso) reuniam 91,3% das crianças de 5 a 9 anos de idade ocupadas em 2005, 71,6% do grupo de 10 a 14 anos de idade e 33,0% do contingente de 15 a 17 anos de idade.
Em 2005, o nível da ocupação masculina na faixa etária de 5 a 17 anos ficou em 15,6% e o da feminina, 8,6%. O indicador do contingente masculino manteve-se mais elevado que o do feminino nos três grupos de idade: foi de 2,4% contra 1,1% entre as crianças de 5 a 9 anos; de 14,3% contra 7,2% na faixa de 10 a 14 anos; e de 39,0% frente a 22,6% entre os adolescentes de 15 a 17 anos.
O envolvimento de crianças e adolescentes em atividade econômica apresentou diferenças regionais importantes. A região Sudeste foi a que deteve menor nível da ocupação das crianças e adolescentes (8,6%), vindo em seguida a Centro-Oeste (10,5%). No outro extremo, ficou o Nordeste (15,9%), seguido pela região Sul (14,0%). O percentual na região Norte foi de 13,1%.
Apesar do aumento na ponta da série, quando se consideram os resultados de 2004 e 2005 com a mesma cobertura geográfica abrangida pela PNAD até 2003 (sem as áreas rurais de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá), verifica-se que o nível da ocupação do grupo de 5 a 17 anos de idade apresentou tendência de declínio em dez anos. De 2001 para 2005, a participação da parcela ocupada na faixa etária de 5 a 9 anos passou de 1,8% para 1,6%, na de 10 a 14 anos, de 11,6% para 10,3%, e na de 15 a 17 anos, de 31,5% para 30,3%. Em 1995, esses indicadores estavam, respectivamente, em 3,2%, 18,7% e 44,0%.
2,7% das crianças de 7 a 14 anos de idade não freqüentavam escola
Em 2005, no País, 8,8% das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos não freqüentavam escola, percentual que variava de 7,1% na Região Sudeste a 12,0% na Norte.
No grupo etário de 5 ou 6 anos, 18,5% não freqüentavam escola e os resultados do Sudeste (14,9%) e Nordeste (14,6%) ficaram bem abaixo dos das demais regiões (24,4% na Centro-Oeste; 26,7% na Sul; e 28,7% na Norte).
Entre as crianças de 7 a 14 anos, que deveriam estar cursando o ensino fundamental, 2,7% não estavam na escola. O menor resultado foi no Sudeste (1,8%), vindo em seguida o do Sul (2,1%). Já a Região Norte tinha fora da escola 4,3% das pessoas nessa faixa etária; a Nordeste, 3,5%; e a Centro-Oeste, 2,4%.
Já no grupo de 15 a 17 anos, 18,3% não freqüentavam escola. Mais uma vez, o Sudeste (15,4%) apresentou o percentual mais baixo e o Norte (22,1%), o mais alto. Os resultados das demais regiões foram: 18,1% no Centro-Oeste, 19,3% no Sul e 20,7% no Nordeste.
Em 2005, os níveis de escolarização dos dois gêneros já estavam próximos, mas o das mulheres ainda era mais alto. No grupo de 5 a 17 anos, 9,1% dos homens e 8,4% das mulheres não freqüentavam a escola. As taxas eram, respectivamente, de 18,8% e 18,2% na faixa de 5 ou 6 anos de idade; de 2,9% e 2,4% no grupo etário de 7 a 14 anos, e de 18,8% 17,8% no grupo entre 15 e 17 anos.
A rede pública de ensino atendia à grande maioria dos estudantes de 5 anos ou mais de idade (80,8%), mas a cobertura era diferenciada: freqüentavam escola pública 25,9% dos estudantes do ensino superior, 85,6% do médio, 89,2% do fundamental e 76,3% do pré-escolar. Na divisão por grupo etário, o percentual de estudantes na rede pública na faixa de 5 ou 6 anos (77,0%) foi menor que nas de 7 a 14 anos (87,4%) e 15 a 17 anos (86,8%), refletindo a cobertura dos níveis de ensino em que a maio parte de cada grupo se inseria.
10,2% das pessoas de 10 anos ou mais e 11,1% das com 15 anos ou mais eram analfabetas
No País, a taxa de analfabetismo das pessoas de 10 anos ou mais de idade era de 10,2% em 2005; e a das pessoas de 15 anos ou mais de idade, de 11,1%. No contingente de 10 anos ou mais de idade, as diferenças regionais permaneceram mais acentuadas: a taxa de analfabetismo variou de 5,4% na região Sul a 20,0% na Nordeste. Para o mesmo grupo etário, o indicador foi de 10,5% para os homens e de 9,9% para as mulheres.
Em 2005, na população de 10 anos ou mais de idade, a proporção dos que tinham pelo menos 11 anos de estudo (ensino médio ou equivalente) foi de 27,2%, contra 26,0% em 2004. Refletindo a maior escolarização das mulheres, em 2005 esse indicador para o contingente feminino foi de 28,9%, 3,4 pontos percentuais acima dos homens (25,5%). Essa disparidade mostrou-se mais acentuada na população ocupada: 41,5% das mulheres tinham 11 anos ou mais de estudo, enquanto entre os homens o percentual era de 31,0%.
A média de anos de estudo do total da população de 10 anos ou mais de idade (6,7 anos) também foi menor que a da parcela das pessoas ocupadas (7,4 anos). Para a população 25 anos ou mais de idade (que, seguindo o curso normal da escolarização, já teria idade mais que suficiente para ter concluído o nível superior), o número médio de anos de estudo foi de 6,6 anos, enquanto para os ocupados nesse grupo etário, ficou em 7,2 anos.
O nível de instrução da Região Nordeste (média de 5,4 anos de estudo) situou-se em patamar mais baixo que o das demais, sendo o do Sudeste o mais elevado (7,4 anos). Também na população ocupada, o Sudeste (8,4 anos) estava na liderança, e o Nordeste tinha o menor indicador (5,7 anos).
Em dez anos, houve melhorias em todos os indicadores educacionais
Também considerando os resultados de 2004 e 2005 com a mesma cobertura geográfica abrangida anteriormente pela PNAD, verifica-se uma evolução na situação educacional do País.
A parcela das crianças e adolescentes que não freqüentava escola no grupo de 5 ou 6 anos de idade diminuiu de 36,2% para 23,8% de 1995 para 2001 e atingiu 17,8% em 2005. Na faixa de 7 a 14 anos, o contingente que não estava na escola era de 9,8% em 1995, 3,5% em 2001 e 2,6% em 2005. Na população de 15 a 17 anos, os percentuais foram 33,4%, 18,9% e 18,0% respectivamente.
Em 2005, cerca de 20% da população com 10 anos ou mais de idade no País navegou pela Internet e, pela primeira vez, o Brasil tinha mais domicílios com telefone celular do que com linha fixa.
O analfabetismo vem diminuindo, mas ainda atingia 10,2% das pessoas de 10 anos ou mais de idade e 11,1% das de 15 anos ou mais. Já o número de crianças de 5 a 14 anos de idade que trabalhavam cresceu 10,3% em relação a 2004. Na Região Nordeste, também pela primeira vez, o número de pessoas com 60 anos ou mais de idade excedeu o de crianças de menos de 5 anos de idade.
O rendimento médio real de trabalho cresceu 4,6% em relação a 2004. Considerando-se a série harmonizada(* ) (com os resultados de 2004 e 2005 adaptados à cobertura geográfica da PNAD até 2003) trata-se da primeira alta no rendimento desde 1996. Mas, na mesma série harmonizada, o rendimento médio real de trabalho de 2005 está 15,1% abaixo do de 1996.
O nível de ocupação (percentual de ocupados na população em idade ativa) foi de 57,0% em 2005. Considerando-se a série harmonizada, esse foi o nível de ocupação mais alto desde 1996. Já o nível de ocupação das mulheres (46,4%), na mesma série harmonizada, foi o maior desde 1992.
Em relação a 2004, o número de empregados com carteira assinada cresceu 5,3%. Também aumentou em 4,9% o número de trabalhadores que contribuíam para instituto de previdência. Na série harmonizada esse contingente atingiu seu maior percentual (48,0%) desde 1996.
Esses são alguns resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE que, em 2005, entrevistou 408.148 pessoas em 142.471 domicílios em todas as Unidades da Federação. Somente a coleta dessas informações envolveu uma equipe com cerca de duas mil pessoas.
A PNAD 2005 traz dados sobre migração, educação, trabalho, família, domicílio, rendimento e ainda antecipa algumas informações da pesquisa suplementar sobre acesso à Internet e posse de telefone celular para uso pessoal, cujos resultados completos serão posteriormente divulgados.
Rendimento médio real de trabalho cresceu 4,6% em relação a 2004
O rendimento real médio mensal das pessoas ocupadas com rendimento de trabalho cresceu 4,6%, de 2004 para 2005. Entre os homens, o acréscimo foi de 3,9% e entre as mulheres, de 6,3%. De 2004 para 2005, houve ganho real no rendimento médio mensal do trabalho de todas as categorias de posição na ocupação. A remuneração média real dos empregados subiu 4,7%, a dos trabalhadores domésticos, 5,3% e a dos empregadores, 3,3%, enquanto a dos trabalhadores por conta própria teve aumento inexpressivo (1,5%).
O rendimento médio real dos empregados com carteira assinada cresceu 3,6%, o da categoria dos militares e estatutários, 5,7% e a dos empregados não registrados, 6,6%. Entre os trabalhadores domésticos, o ganho real foi de 7,4% para os com carteira de trabalho assinada e de 3,9% para os sem registro.
De 2004 para 2005, os 50% ocupados com as menores remunerações de trabalho tiveram ganho real de 6,6% e os 50% com os maiores rendimentos, de 4,1%. Assim, o Índice de Gini do rendimento de trabalho passou de 0,547 para 0,543, de 2004 para 2005. Em 2005, os 10% dos ocupados com os maiores rendimentos de trabalho detiveram 44,7% do total, enquanto os 10% dos ocupados com os menores rendimentos ficaram com 1,1%.
Em 2005, o rendimento médio mensal das mulheres representava 71,2% do dos homens
As distintas inserções das populações feminina e masculina no mercado de trabalho (em termos de ocupação, horas trabalhadas etc.) influenciam nitidamente o nível dos seus rendimentos, que continuaram diferindo, porém menos intensamente: em 2005, o rendimento de trabalho das mulheres representava 71,2% do dos homens, contra 69,5% em 2004. O rendimento das mulheres era 89,8% do dos homens entre os empregados, 77,7%, entre os empregadores, 74,3%, entre os trabalhadores domésticos, e 66,4%, entre os conta própria.
Em relação a 2004, rendimento médio real de trabalho cresceu 5,2% no Sudeste
Em todas as regiões o rendimento mensal teve aumento real em relação a 2004 mas, no Norte, foi insignificante (1,7%). Os maiores aumentos foram no Sudeste (5,2%) e Centro-Oeste (5,3%). Em 2005, esse rendimento na Região Norte foi o segundo mais baixo, e o menor foi o da Nordeste. Em relação ao do Sudeste, o maior rendimento, o do Nordeste representou 52,4%, o do Norte, 68,6%, o do Sul, 96,3% e o do Centro-Oeste, 99,6%.
Em 2005, 30,5% das pessoas ocupadas tinham rendimento de até 1 salário mínimo. No Nordeste esse indicador foi o mais alto (48,5%). O segundo maior percentual foi na Região Norte (33,8%). O percentual da parcela que auferia até 1 salário mínimo da Região Sul (19,7%) foi o menor, com o da Sudeste (23,2%) a seguir e, depois, o da Centro-Oeste (27,2%). Já as pessoas que auferiam mais de 20 salários mínimos abrangiam 0,8% da população ocupada no País. Esse indicador variou de 0,3%, na Região Nordeste, a 1,3%, na Centro-Oeste.
O índice de Gini da distribuição dos rendimentos de trabalho mostrou maior concentração no Nordeste (0,557) e Centro-Oeste (0,551), e ficou em 0,490 no Norte, 0,507 no Sul e 0,526 no Sudeste.
Em 2005, rendimento médio dos domicílios brasileiros era de R$ 1.524,00
O rendimento médio mensal dos domicílios com rendimento foi de R$ 1 524,00 em 2005. O maior valor desse rendimento foi o da Região Sudeste (R$ 1.808,00) e os menores, da Nordeste e da Norte, representavam, respectivamente, 52,9% e 64,2% do referente à Sudeste.
Quanto ao rendimento mensal domiciliar, que agrega as remunerações de todas as fontes dos moradores na residência, a proporção de moradias com rendimento de até 1 salário mínimo ficou em 13,1% e a dos que estavam na faixa de mais de 20 salários mínimos, em 3,3%. Os maiores percentuais nessa última faixa foram os das Regiões Centro-Oeste (4,6%) e Sudeste (4,3%). Já na faixa com rendimento de até 1 salário mínimo, os mais baixos foram os do Sul (7,7%) e Sudeste (8,1%), bem distantes do mais elevado, o do Nordeste (25,3%).
Rendimento tem primeira alta em nove anos, mas ainda acumula queda de 15,1% desde 1996
Em 2005, considerando-se os resultados de 2004 e 2005 restritos à cobertura geográfica da PNAD até 2003 (que não abrangia as áreas rurais Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá), o rendimento médio mensal real das pessoas com rendimento de trabalho cresceu em relação a 2004, mas ainda estava 15,1% abaixo do rendimento auferido em 1996.
Rendimento continuou a se desconcentrar lentamente
Considerando-se os resultados de 2004 e 2005 restritos à cobertura geográfica da PNAD até 2003 (que ainda não abrangia as áreas rurais de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá), de 1995 a 2005, o índice de Gini da distribuição dos rendimentos de trabalho apresentou tendência de declínio. Esse indicador estava em 0,585, em 1995, e atingiu 0,566, em 2001, e passou para 0,544, em 2005, o mais baixo resultado desde 1981. Em dez anos, esse indicador apresentou queda de 7,0%.
Do total das remunerações de trabalho, os 10% dos ocupados com os maiores rendimentos detiveram 47,1%, em 1995, e 44,7%, em 2005, enquanto os 10% dos ocupados com os menores rendimentos ficaram com 1,0%, em 1995, e 1,1%, em 2005.
Em 1995, o rendimento médio das mulheres com remuneração de trabalho representava 62,6% do recebido pelos homens, alcançou 69,3% em 2001 e ficou em 70,8% em 2005.
Em relação a 2004, população ocupada cresceu 2,9%
A população ocupada cresceu expressivamente (2,9%), superando o crescimento observado no total de pessoas de 10 anos ou mais de idade (2,0%). De 2004 para 2005, a população ocupada aumentou em 2,5 milhões pessoas, das quais 52% eram mulheres. Essa maior participação feminina no acréscimo da população ocupada mostrou a contínua e cada vez maior inserção das mulheres no mercado de trabalho.
O nível da ocupação das pessoas de 10 anos ou mais de idade (percentual de pessoas ocupadas na população de 10 anos ou mais de idade) passou de 56,5% para 57,0%, de 2004 para 2005, e o nível da ocupação feminina subiu de 45,6% para 46,4%, enquanto o da masculina não subiu de modo significativo, passando de 68,2% para 68,3%. A população ocupada feminina teve aumento de 3,7% e a masculina, de 2,4%.
A taxa de desocupação passou de 8,9%, em 2004, para 9,3%, em 2005. Houve elevação nos dois gêneros, sendo que a desocupação feminina (12,2%) permaneceu com percentual maior que a masculina (7,1%), indicando forte pressão das mulheres sobre o mercado de trabalho.
De 2004 para 2005, nenhuma categoria de posição na ocupação apresentou queda, embora os aumentos nos números de trabalhadores não-remunerados (0,5%) e por conta própria (1,4%) tenham sido insignificantes. O número de empregadores cresceu 5,9%, o dos empregados, 2,8% e o dos trabalhadores domésticos, 2,9%.
Em relação a 2004, cresceu em 5,3% o número de empregados com carteira assinada
De 2004 para 2005, o número de empregados com carteira assinada cresceu 5,3%, e o dos militares e funcionários públicos teve ligeira queda (1,4%), enquanto o dos empregados sem registro teve alta inexpressiva (0,1%). Entre os trabalhadores domésticos, cresceram os com carteira assinada (4,5%) e os sem-registro (2,3%).
No segmento agrícola, cresceu a participação dos trabalhadores para consumo próprio
Em 2005, 20,5% da população ocupada trabalhava em atividade agrícola, participação menor que a de 2004 (21,0%). Em relação a 2004, o número de trabalhadores na produção para o próprio consumo cresceu bastante (15,0%), e sua participação na população ocupada agrícola subiu de 19,1% para 21,9%. Já a participação dos trabalhadores não-remunerados em atividade agrícola caiu de 24,0% para 22,5% e a dos trabalhadores por conta própria, de 26,2% para 25,0%. De 2004 para 2005, a proporção de pessoas com carteira de trabalho assinada entre os empregados em atividade agrícola passou de 31,7% para 32,1%.
Em relação a 2004, o número de empregados com carteira assinada no segmento não-agrícola cresceu 5,5%
No contingente dos empregados no segmento não-agrícola, em relação a 2004, houve expressiva alta no número de pessoas com carteira assinada (5,5%), queda reduzida no de militares e funcionários públicos estatutários (1,4%) e, praticamente, estabilidade entre os sem carteira assinada (0,2%).
O pessoal ocupado em atividade não-agrícola cresceu 3,6%, de 2004 para 2005, e houve aumentos significativos em todas as categorias de posição na ocupação. No mesmo período, o número de empregados aumentou 3,0% e o dos trabalhadores domésticos, 2,9%. Em conjunto essas duas categorias representavam 71,8% da população ocupada em atividade não-agrícola em 2005. Os contingentes de trabalhadores por conta própria e de empregadores cresceram 3,2% e 7,2%, respectivamente. Já o número de trabalhadores na construção para o próprio uso subiu 23,0%, e o de não-remunerados, 17,3%.
De 2004 para 2005, o número dos funcionários públicos federais cresceu 3,9%. A parcela municipal teve variação mínima (-0,5%) e a estadual caiu 3,5%. Na categoria dos militares e funcionários públicos estatutários, a participação do funcionalismo federal elevou-se de 10,7% para 11,3%, enquanto o estadual passou de 42,1% para 41,2% e o municipal, de 42,5% para 42,9%.
Em relação a 2004, nos grupamentos de atividades não-agrícolas somente o dos outros serviços coletivos, sociais e pessoais caiu expressivamente (5,7%). Os maiores aumentos foram nos no comércio e reparação (5,7%), na construção (5,3%), em alojamento e alimentação (5,3%) e na indústria de transformação (5,1%).
Nível de ocupação foi o maior desde 1996 e o das mulheres, o maior da série
Restringindo os resultados de 2004 e 2005 à cobertura geográfica da PNAD até 2003 para análise temporal dos indicadores, verificou-se que, em 2005, o nível da ocupação foi de 56,8%, o maior desde 1996, mas ainda abaixo do patamar da primeira metade da década de 1990.
O acompanhamento a partir do início da década de 1990, mostrou que o nível da ocupação da população masculina manteve-se em queda até 2003, teve nítida retração em 1996, atingiu o mínimo em 2003 (67,2%) e, em 2005 (68,1%) ainda ficou abaixo dos ocorridos até 1998. Já o nível da ocupação feminino cresceu até 1995, também caiu fortemente em 1996 mas, a partir de 1999, retomou o crescimento, sendo que, em 2004, estava acima d os anteriores. Esses resultados indicam a continuidade do forte ingresso feminino no mercado de trabalho, que vem ocorrendo desde a década de 1980.