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De maio para junho, produção industrial cai 1,7%

Foi observado recuo (-0,6%) também no confronto com junho de 2005. O indicador acumulado nos primeiros seis meses do ano ficou em 2,6%, e o acumulado nos últimos 12 meses (2,0%) mostrou desaceleração em relação ao resultado de maio (2,6%).

04/08/2006 06h31 | Atualizado em 04/08/2006 06h31

Foi observado recuo (-0,6%) também no confronto com junho de 2005. O indicador acumulado nos primeiros seis meses do ano ficou em 2,6%, e o acumulado nos últimos 12 meses (2,0%) mostrou desaceleração em relação ao resultado de maio (2,6%). Nos indicadores trimestrais, a produção de abril a junho de 2006 avançou tanto frente a igual período de 2005 (0,8%), como na comparação com o trimestre imediatamente anterior (0,5%). Em síntese, os números de junho mostram desaceleração no ritmo da produção industrial, após o crescimento registrado em maio. As comparações para períodos mais abrangentes mostram taxas positivas, porém menos intensas. A redução no ritmo afetou o índice de média móvel trimestral, que, após as expansões observadas em abril e maio (acumulando crescimento de 0,6%), ficou praticamente estável em junho (-0,1%).



O recuo na produção industrial de maio para junho teve perfil generalizado e atingiu a maioria (17) dos 23 ramos que têm séries ajustadas sazonalmente. Os principais impactos negativos vieram de veículos automotores (-4,6%), após acréscimo de 7,0%, e de outros produtos químicos (-4,8%). Vale ainda citar as contribuições negativas da indústria extrativa (-3,4%), de máquinas e equipamentos (-2,1%), outros equipamentos de transporte (-7,2%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (-3,3%). Entre os ramos com crescimento, farmacêutica (5,5%) e refino de petróleo e produção de álcool (1,5%) exerceram as influências positivas mais relevantes.

Todas as categorias de uso tiveram queda na comparação junho/ maio, fato que não ocorria desde julho de 2005. O segmento de bens intermediários, de maior peso na estrutura industrial, teve o pior resultado (-1,9%), após registrar crescimento de 2,3% na passagem de abril para maio. A produção de bens de capital e a de bens de consumo semi e não-duráveis recuaram 1,0% cada uma, após as taxas positivas de maio (2,0% e 0,4% respectivamente). Já o setor de bens de consumo duráveis (-1,1%) mostrou decréscimo pelo segundo mês consecutivo, acumulando uma perda de 1,7% em maio e junho.

O comportamento desfavorável da atividade industrial em junho teve impacto no índice de média móvel trimestral que, após dois meses consecutivos de taxas positivas, ficou praticamente estável entre os trimestres encerrados em maio e junho (-0,1%). Entre as categorias de uso, bens intermediários (0,1%) e bens de consumo duráveis (-0,1%) também tiveram variações próximas da estabilidade. Já os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis e o de bens de capital exibiram ligeiro avanço na média móvel, ambos com taxas de 0,3% entre os dois trimestres.

Na comparação junho 06/ junho 05, a atividade fabril mostrou decréscimo de 0,6%, com taxas negativas na maior parte (16) dos 27 setores. Vale destacar nesse resultado a diferença de número de dias úteis (21 em 2006 contra 22 em 2005). O maior impacto negativo sobre a média veio de material eletrônico e equipamentos de comunicações (-21,0%), pressionado pelo recuo na fabricação de telefones celulares (-32,1%). Em seguida, sobressaíram os decréscimos em outros produtos químicos (-7,5%) e veículos automotores (-4,8%), com destaque, respectivamente, para os itens herbicidas e caminhão-trator, bombas injetoras e automóveis. Dentre as atividades que tiveram aumento de produção, as maiores contribuições vieram de máquinas para escritório e equipamentos para informática (52,7%), refino de petróleo e produção de álcool (7,9%) e alimentos (3,6%). Nesses ramos, os produtos com maior influência foram computadores e monitores; gasolina e óleo diesel; e açúcar cristal respectivamente.

Ainda na comparação com junho de 2005, os índices por categorias de uso mostram que bens de consumo semi e não-duráveis (1,6%), mesmo perdendo ritmo em relação a maio (5,0%), foi a única que manteve taxa positiva. O segmento foi influenciado pela boa performance do subsetor de carburantes, que cresceu 16,4%, apoiado no aumento da produção de gasolina (17,8%) e álcool (13,9%).

A queda na produção de bens de capital (-2,0%) refletiu o desempenho de bens de capital para transporte (-10,3%), bens de capital para fins industriais (-4,2%) e bens de capital agrícolas (-30,4%). Por outro lado, os subsetores de bens de capital para energia elétrica (23,4%), para uso misto (3,2%) e para construção (9,9%) prosseguiram com taxas positivas.

O resultado de bens intermediários (-0,5%) foi pressionado pelos de peças e acessórios para equipamento de transporte industrial (-6,6%); insumos industriais elaborados (-1,2%); e combustíveis e lubrificantes básicos (-4,7%). Ressalta-se ainda a contribuição negativa do subsetor de embalagens (-1,6%). Por outro lado, alimentos e bebidas elaborados para indústria (7,1%), insumos industriais básicos (4,3%) e insumos para construção civil (1,7%) tiveram aumento na produção.

Por fim, o setor de bens de consumo duráveis interrompeu a seqüência de seis meses de crescimento e registrou taxa de -4,3%, a mais negativa entre as categorias de uso, com destaque para telefones celulares (-32,1%). Já as produções de automóveis (1,8%) e eletrodomésticos (5,4%) cresceram.

No segundo trimestre de 2006, o avanço de 0,8% na atividade industrial revelou significativa redução no ritmo de crescimento, uma vez que, no primeiro trimestre do ano, havia chegado a 4,6% - ambas as comparações contra igual período do ano anterior (veja na tabela 2, abaixo). Essa desaceleração foi observada em todas as categorias de uso e na maioria (22) das 27 atividades pesquisadas. Entre as categorias, o setor de bens de consumo duráveis, que passou de 14,9% no período janeiro-março para 1,3% no trimestre seguinte, e o de bens de capital (de 9,2% para 1,3%) apresentaram as maiores desacelerações. As perdas foram mais moderadas nas áreas de bens de consumo semi e não-duráveis (de 4,1% para 1,5%) e de bens intermediários (de 2,8% para 0,6%).



A redução no ritmo da produção também fica evidente na comparação entre um trimestre e aquele imediatamente anterior a ele (veja na tabela 3, na página seguinte). O índice para o segundo trimestre de 2006 ficou em 0,5%, abaixo do observado no primeiro trimestre (1,0%). Por categorias de uso, observa-se movimento semelhante para bens de consumo semi e não-duráveis (de 1,7% para 0,3%). Os setores de bens de consumo duráveis e bens de capital também mostraram desaceleração, passando a exibir taxas negativas no segundo trimestre do ano (-1,4% e -0,3% respectivamente). A exceção ficou por conta de bens intermediários, que, com ligeiro crescimento de 0,8%, manteve o ritmo do primeiro trimestre.



No acumulado do primeiro semestre de 2006, frente a igual período de 2005, o crescimento total da indústria foi de 2,6%, e 21 atividades tiveram aumento na produção. A fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática (58,4%) manteve a liderança em termos de impacto sobre o índice geral, com destaque para computadores e monitores. Outras contribuições positivas relevantes vieram da indústria extrativa (8,4%) e dos setores de máquinas, aparelhos e material elétrico (13,8%) e refino de petróleo e produção de álcool (5,2%). Em sentido oposto, entre as seis atividades com queda, sobressaíram produtos químicos (-2,7%), madeira (-8,8%) e vestuário (-7,9%).

Na comparação semestral, todos os índices por categorias de uso foram positivos, com destaque para bens de consumo duráveis (7,5%), a taxa mais elevada, seguido por bens de capital (5,0%). A produção de bens de consumo semi e não-duráveis (2,7%) cresceu ligeiramente acima da média (2,6%); já o setor de bens intermediários (1,7%) foi o único com taxa abaixo da média geral.

Esses resultados sobre o fechamento do primeiro semestre refletem, sobretudo, os efeitos positivos da maior oferta de crédito, do crescimento do rendimento médio real e da inflação em queda. Os índices que agregam produtos segundo o grau de exportação de cada setor (gráfico abaixo) confirmam a predominância dos fatores associados à demanda doméstica no desempenho industrial no primeiro semestre de 2006: a categoria de alto coeficiente exportador aponta crescimento de 2,3% e a de baixo coeficiente exportador cresce 2,9%.