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Estimativa da safra de grãos cai 0,92%


Em junho, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) estimou uma produção de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim,amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, ...

05/07/2006 06h31 | Atualizado em 05/07/2006 06h31

 Em junho, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) estimou uma produção de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) da ordem de 118,525 milhões de toneladas, 0,92% inferior à prevista em maio (119,707 milhões de toneladas), mas 5,29% superior à obtida em 2005 (112,574 milhões de toneladas). Houve retração de 3,82% na área plantada (45,753 milhões de hectares ) em relação à do ano passado, sendo que as maiores reduções foram para a mamona (-31,42%), o algodão herbáceo (-28,28%), a cevada (-26,45%), o trigo (-26,41%), o arroz (-24,13%), o amendoim 1ª safra (-19,20%), o triticale (-12,46%) e o sorgo (-10,42%).

Na comparação com maio, destacaram-se as variações na estimativa de produção de cinco culturas: aveia (-8,99%), cevada (-6,52%), milho 2ª safra (-2,08%), soja (-0,76%) e trigo (-12,56%).

         No caso da aveia (-8,99%), cujo principal produtor é o Paraná, responsável por aproximadamente 74% da safra nacional, a queda se deu em razão das condições climáticas desfavoráveis e dos preços pouco atrativos. Houve redução do rendimento médio, bem como da área de cultivo. A variação negativa para a cevada (-6,52%) foi influenciada pelos novos dados do Rio Grande do Sul, principal produtor, onde houve redução na área de plantio por causa dos problemas enfrentados pelos agricultores por ocasião da classificação e comercialização das últimas safras.

        A queda no milho 2ª safra (-2,08%) se deveu principalmente à estiagem, em especial no Paraná, que reduziu a área a ser colhida (-4,55%) e o rendimento (–6,16%) em relação a maio. Para a soja (-0,76%), a diminuição na produção resultou notadamente de reavaliações nos dados finais de colheita no Centro-Oeste. Para o trigo (-12,56%), a retração foi resultado da queda no Paraná (-22,86%), principal produtor.

Em relação à safra de 2005, 14 produtos variam positivamente e 11, negativamente

        Na comparação com a safra de 2005, 14 dos produtos investigados pelo LSPA apresentaram variação positiva na estimativa de produção: amendoim em casca 2ª safra (7,09%), aveia em grão (0,24%), batata-inglesa 2ª safra (7,44%), batata-inglesa 3ª safra (1,21%), café em grão (19,99%), cana-de-açúcar (6,46%), cebola (4,69%), feijão em grão 1ª safra (11,84%), feijão em grão 2ª safra (31,72%), laranja (0,24%), mandioca (6,81%), milho em grão 1ª safra (18,20%), milho em grão 2ª safra (26,52%) e soja em grão (3,43%).

         Por outro lado, a variação foi negativa nos casos de 11 culturas: algodão herbáceo em caroço (-22,85%), amendoim em casca 1ª safra (-15,39%), arroz em casca (-12,78%), batata-inglesa 1ª safra (-6,26%), cacau em amêndoa (-0,78%), cevada em grão (-6,05%), feijão em grão 3ª safra (-8,54%), mamona (-31,87%), sorgo em grão (-2,01%), trigo em grão (-22,34%) e triticale em grão (-1,39%).

         Os ganhos dos cultivos de verão deveram-se principalmente à recuperação em comparação às grandes perdas ocorridas em 2005. Quanto ao milho 2ª safra, sobressaíram-se os acréscimos previstos na produção dos estados do Paraná (44,51%), Mato Grosso (7,31%) e Mato Grosso do Sul (89,37%), decorrentes das condições climáticas verificadas na época do plantio do cereal e das boas perspectivas de preços para o segundo semestre.

         O decréscimo no trigo (-22,34%), principal produto de inverno, foi conseqüência notadamente da redução de 24,11% na área plantada. Entre os fatores responsáveis por isso podem ser citados a baixa cotação do produto no mercado interno e a dificuldade de comercialização enfrentada nas últimas safras.

         Observa-se ainda que a descapitalização dos produtores, aliada à inadimplência e conseqüente restrição ao crédito, fez com que a implantação desta safra ocorresse com baixa tecnologia, o que poderá comprometer o potencial produtivo da cultura. Em algumas regiões, houve falta de sementes, bem como estiagem a partir do plantio. Houve uma expressiva queda de 22,82% na safra do Paraná, onde a estiagem, além de determinar danos à cultura, causou perdas de áreas em algumas regiões.

         Em termos absolutos, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas  ficou assim distribuída pelas grandes regiões: Sul, 49,752 milhões de toneladas; Centro-Oeste, 39,231 milhões de toneladas; Sudeste, 15,996 milhões de toneladas; Nordeste, 10,091 milhões de toneladas e Norte, 3,455 milhões de toneladas. A divisão percentual está no gráfico abaixo.