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Estimativa da produção de grãos cai 1,65% em relação a abril

Em maio, a estimativa de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) foi da ordem de 119,707 milhões de toneladas...

07/06/2006 06h31 | Atualizado em 07/06/2006 06h31

Em maio, a estimativa de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) foi da ordem de 119,707 milhões de toneladas, 1,65% inferior à de abril (121,970 milhões de toneladas), mas 6,34% maior que a obtida em 2005 (112,574 milhões de toneladas). Houve uma retração de 3,27% na área plantada em 2006 (46,013 milhões de hectares), em relação ao ano passado. Dentre os produtos investigados, tiveram maiores reduções na área cultivada mamona (-31,28%), algodão herbáceo (-28,82%), arroz (-23,90%), trigo (-20,20%), cevada (-19,41%), amendoim 1ª safra (-13,00%) e sorgo (-11,74%).

Entre os principais produtos, observaram-se crescimentos nas produções do feijão 1ª safra (11,52%) e 2ª safra (30,40%) em face das boas cotações alcançadas desde o fim de 2005. Para o milho, considerando ambas as safras, houve incrementos de 18,11% e 29,21%, respectivamente, assim como para a soja (4,36%). Os ganhos dos cultivos de verão devem-se principalmente à recuperação em comparação com as grandes perdas ocorridas na safra passada.

Quanto ao milho 2ª safra, as perspectivas favoráveis são decorrentes dos acréscimos previstos na produção dos estados do Paraná (61,34%), Mato Grosso (12,21%) e Mato Grosso do Sul (68,57%). De uma maneira geral, influenciaram nesses aumentos as condições climáticas adequadas e as perspectivas de reação nos preços para o segundo semestre. No Paraná, em particular, além dos motivos acima citados, as expectativas não eram favoráveis à cultura do trigo. Já no Mato Grosso, a alta umidade na época da colheita da soja, apesar de prejudicar essa oleaginosa, favoreceu o plantio do milho.

Em relação ao trigo, principal produto de inverno, a produção está estimada em 4.137.328 toneladas, um decréscimo de 11,19% em relação a 2005, reflexo notadamente da redução de 20,28% na área plantada. Os principais fatores dessa retração foram a baixa cotação do produto no mercado interno, assim como a má comercialização das últimas safras. Ressalta-se ainda que, em algumas regiões, observou-se a falta de sementes, bem como a ocorrência de estiagem no período de plantio.

Em termos absolutos, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas está assim distribuída pelas grandes regiões: Sul, 50,520 milhões de toneladas; Centro-Oeste, 39,501 milhões de toneladas; Sudeste, 16,052 milhões de toneladas; Nordeste, 10,076 milhões de toneladas e Norte, 3,558 milhões de toneladas. Em termos percentuais, a divisão está apresentada no gráfico abaixo.



Na quinta estimativa da safra 2006, 15 produtos têm variações positivas

Dentre os principais produtos investigados pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), 15 apresentaram variações positivas na estimativa de produção em relação ao ano anterior: amendoim em casca 2ª safra (7,18%), aveia em grão (10,14%), batata-inglesa 2ª safra (10,15%), café em grão (20,87%), cana-de-açúcar (5,46%), cebola (4,12%), cevada em grão (0,50%), feijão em grão 1ª safra (11,52%), feijão em grão 2ª safra (30,40%), laranja (2,02%), mandioca (6,57%), milho em grão 1ª safra (18,11%), milho em grão 2ª safra (29,21%), soja em grão (4,36%) e triticale (7,18%).

A variação foi negativa nos casos do algodão herbáceo em caroço (-23,09%), amendoim em casca 1ª safra (-8,93%), arroz em casca (-13,17%), batata-inglesa 1ª safra (-6,24%), batata-inglesa 3ª safra (-12,38%), cacau em amêndoa (-0,78%), feijão em grão 3ª safra (-9,39%), mamona (-31,72%) sorgo em grão (-3,30%) e trigo em grão (-11,19%).

Em relação a abril, destacaram-se as variações nas estimativas de produção do amendoim em casca 2ª safra (21,38%), arroz em casca (3,09%), café em grão (2,28%), milho em grão 2ª safra (3,87%), soja em grão (-3,74%) e trigo em grão (-8,29%).

Dentre os principais motivos responsáveis pela expansão do amendoim 2ª safra (21,38%), estão os bons preços do produto na primeira safra e a proximidade das festas juninas, quando aumenta o consumo interno. A cultura também vem se beneficiando do programa de auto-regulamentação e ampliação do consumo (Pro-Amendoim), que incentiva plantios voltados para a qualificação do grão.

No caso do arroz (3,09%), o destaque foi para o Rio Grande do Sul, responsável por aproximadamente 57,76% da produção nacional. Frente a abril, à exceção da região Sul, todas as demais apresentaram decréscimos na produção.

Com referência à produção de café (2,28%), o acréscimo foi influenciado pelos novos números de Minas Gerais, maior produtor nacional, que reavaliou o rendimento médio, incrementando-o em 3,20% sobre a informação do mês anterior, devido, notadamente, ao efeito da bianualidade da cultura.

O aumento na produção de milho 2ª safra (3,87%) se deu em conseqüência de avaliações mais consistentes, principalmente no Mato Grosso, que, em relação a abril, reavaliou a área a ser colhida, aumentando-a em 17,35%, e estimou uma produção superior a 19%, mantidas as condições climáticas.

Já o decréscimo observado para a soja (-3,74%) resulta de reavaliações nos dados dos principais centros produtores. Mato Grosso, maior produtor nacional, foi o que apresentou a maior queda na produção (-9,13%) em face do excesso de chuvas por ocasião da colheita.

Com relação ao trigo (-8,29%), a queda reflete as variações nos dois principais estados produtores: Paraná (-7,32%) e Rio Grande do Sul (-12,80%).