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IBGE: 70 anos a serviço da cidadania


Hoje, seu aniversário, o IBGE manterá a rotina que inclui, aproximadamente, duas mil entrevistas domiciliares por dia pela Pesquisa Mensal de Emprego, a coleta também diária de três mil preços para o cálculo do IPCA ...

29/05/2006 10h31 | Atualizado em 29/05/2006 10h31

Hoje, seu aniversário, o IBGE manterá a rotina que inclui, aproximadamente, duas mil entrevistas domiciliares por dia pela Pesquisa Mensal de Emprego, a coleta também diária de três mil preços para o cálculo do IPCA e o acompanhamento da produção agrícola em cada um dos 5.564 municípios brasileiros.

A essa rotina somam-se a coleta mensal de informações junto às 3.700 unidades industriais brasileiras que compõem o recorte da Pesquisa Industrial Mensal e às 7.600 empresas comerciais integrantes da amostra da Pesquisa Mensal do Comércio.

Além disso, há a coleta de informações mensais do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, que envolve oito mil informantes (comerciais, industriais, órgãos de classe e empresas de construção) e a pesquisa de preços de 8.800 insumos, para gerar um total de 46 mil informações sobre os custos da construção civil em todas as unidades da federação do País.

A esse trabalho intenso vem juntar-se a miríade de informações sobre nascimentos, óbitos, casamentos e separações, que todos os cartórios brasileiros enviam ao IBGE, para compor as estatísticas do Registro Civil. Somem-se a isso os levantamentos do Cadastro de Empresas - que reúne informações de todas as empresas que obtiveram ou cancelaram seu CNPJ.

Ao mesmo tempo, ao longo do ano, segue a coleta de informações para as importantes pesquisas anuais do IBGE: a de Comércio, a de Serviços, a da Indústria, a da Indústria da Construção, a da Inovação Tecnológica, a Agrícola e a da Pecuária, entre outras. Com essas informações o IBGE elabora as Contas Trimestrais, para determinar as taxas de variação e os valores do Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas no País, a cada três meses. O mesmo cálculo, ampliado e apurado, é feito anualmente nas  Contas Nacionais. Esses números se desdobram em informações sobre a riqueza produzida em cada uma das 27 unidades da federação - Contas Regionais – e dos 5.564 municípios brasileiros - Contas Municipais.

Todas as prefeituras também são visitadas pelo IBGE para a obtenção de diversas informações sobre administração pública, finanças, meio ambiente, habitação, cultura e até atividades esportivas, para a Pesquisa de Informações Básicas Municipais.

Paralelamente, prossegue o incansável levantamento de dados sobre trabalho, rendimento, educação, demografia e outros aspectos da vida das famílias brasileiras, em visitas anuais a mais de 140 mil domicílios espalhados por todas as 27 unidades da federação. Trata-se da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a mais ampla investigação do gênero realizada no País, cujas informações subsidiam a Síntese dos Indicadores Sociais, do IBGE, e um sem-número de outros estudos realizados pela ONU, Fundação Getúlio Vargas, IPEA, Dieese, Unicamp, UFRJ e outras importantes instituições nacionais e internacionais.

Qüinqüenalmente, o IBGE realiza a Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF, que investiga os hábitos de consumo dos brasileiros. São doze meses de investigações detalhadas, com visitas de vários dias a mais de 44 mil domicílios, onde os pesquisadores inclusive pesam e medem a altura dos entrevistados. Tudo isso para detectar quais os principais gêneros consumidos no dia a dia dos brasileiros e manter sempre atualizados os itens cujos preços são investigados no cálculo da inflação.

E a cada dez anos o Brasil realiza um levantamento épico, onde todos os seus domicílios são visitados: em 2000, estes eram 52 milhões e em cada um deles alguém respondeu aos questionários do Censo demográfico do IBGE.

Regularidade dos censos demográficos brasileiros é destaque

Os países europeus já faziam censos desde a época dos feudos, pois os senhores da época precisavam saber quantos pagadores de impostos viviam em seus domínios. Os EUA fazem Censo desde 1790. O Brasil é um dos países do mundo que realizam Censos demográficos com maior regularidade. Os dois primeiros foram em 1872 (com o País ainda governado pelo imperador D. Pedro II) e 1890 (o primeiro Censo da república). De lá para cá houve interrupções apenas em 1910 e 1930, além do adiamento de 1991.

A partir da fundação do IBGE, em 1936, os levantamentos estatísticos no País ganharam mais regularidade e maior apoio do Estado. O Censo de 1940 refletiu essa mudança: foi o primeiro elaborado de acordo com as metodologias internacionalmente consagradas e contou com a colaboração de renomados estatísticos, como o italiano Giorgio Mortara, que veio para o Brasil fugindo do regime de Mussolini. O Censo de 1940 foi um marco internacional, inclusive, já que pela primeira vez, em todo o mundo, seriam investigadas em um censo demográfico duas questões cruciais: a fecundidade e a mortalidade infantil.

Reconhecimento internacional

Hoje, o IBGE é um dos órgãos de estatísticas mais prestigiados internacionalmente e vem participando ativamente de uma série de fóruns internacionais. Cabe destacar as reuniões anuais da Comissão de Estatística das Nações Unidas e do Comitê de Estatística da OCDE, além da Conferência dos Estatísticos Europeus. O IBGE também participa regularmente de uma série de eventos promovidos pela OMT, OIT, OMS, CEPAL, UNECE etc.

Vale ressaltar, ainda, a recente indicação do IBGE para presidir o Comitê de Estatística da Organização Mundial do Turismo - OMT e o convite para o Brasil se tornar membro observador do Comitê de Estatística da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE.

Na vanguarda da informatização

Ao longo da década de 1960, o IBGE foi informatizado. Um dos primeiros computadores do Brasil - que ocupava uma área com mais de 300 metros quadrados e pesava quase 30 toneladas - foi comprado para o instituto, e usado para processar os dados levantados pelo Censo de 1970. Hoje o IBGE conta com uma  extensa rede de microcomputadores que interliga suas mais de 500 agências em todo o País. Estas também estão integradas à internet, onde estão disponibilizadas as principais estatísticas levantadas pelo instituto.

O portal do IBGE na internet www.ibge.gov.br , tem 43.411 páginas, mais de 35 mil arquivos compactados e oferece, gratuitamente, em arquivo PDF, todas as publicações editadas pelo instituto, além de informações técnicas, metodologias e questionários adotados em nossas pesquisas. Em 2005, esse portal recebeu mais de 876 milhões de visitas e superou a marca dos dez milhões de usuários, que fizeram 1,7 milhão de downloads.

Palms no IPCA e na PME

Uma das principais pesquisas do IBGE – e a mais ampla investigação mensal sobre o trabalho realizada no País –, a Pesquisa Mensal de Emprego já utiliza palmtops na coleta de informações que promove em mais de 40 mil domicílios, ao longo das seis principais regiões metropolitanas do País. São cerca de 500 palmtops utilizados para coletar informações junto a mais de 130 mil pessoas investigadas, ao longo de mais de 13 mil horas de entrevistas, que resultam em cerca de 970 indicadores mensais sobre o mercado de trabalho.

A coleta de preços do IPCA será a próxima investigação do IBGE a adotar os palmtops. A logística dessa evolução tecnológica – que envolve 300 agentes coletando preços de 512 itens em nove regiões metropolitanas, dois municípios e o distrito federal, inclusive nos fins-de-semana – já está pronta, aguardando a aquisição dos palms para ser implementada. Assim, os quase 93 mil preços coletados pelo IBGE para elaborar seus dois índices de inflação (o IPCA e o INPC), e que hoje exigem um trabalho intenso de digitação, passarão a ser transmitidos, via internet, diretamente dos palms para os computadores da sede do instituto, no Rio de Janeiro.

Em 2007, IBGE fará o censo agropecuário e a contagem da população

Já começaram os preparativos para a realização da Contagem da População – prevista inicialmente para 2005 – e o Censo Agropecuário, que investigará todas as propriedades rurais do País e estava previsto para 2006. Os dados destas duas pesquisas, orçadas em cerca de R$ 500 milhões, são fundamentais para a atualização das informações demográficas e econômicas que orientam diversas políticas públicas e servem de parâmetro para  o próprio IBGE.

Ambos os levantamentos envolverão a contratação temporária de milhares de agentes de pesquisa e utilizarão o que há de mais moderno na tecnologia de coleta de dados, incluindo palms e o uso de GPS para mapeamento das propriedades rurais.

Área de geociências continua atuante

Na área da geografia, o IBGE continua mapeando o País e gerenciando os principais projetos de modernização dos parâmetros básicos do setor. Entre estes, estão a Mudança do Referencial Geodésico para adoção do Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas - SIRGAS e a Modernização da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo de Satélites do Sistema GPS.

Está prevista a publicação do Mapa Político do Brasil - (escala 1:2 500 000)  nas dimensões de 2,20 x 2,20 metros e da Coleção de Mapas da Amazônia, trazendo dez mapas temáticos de recursos naturais.  Também serão editados o Mapa  Nacional de Saneamento (em escala 1:5000 000, com dados sobre a densidade demográfica e rede coletora de esgoto) e o Mapa Brasil Agrícola (escala 1:5000 000) com a distribuição da produção agropecuária e a vegetação natural.

Outra publicação muito interessante será o a Atlas das Representações Literárias de Regiões Brasileiras, retratando aspectos das regiões que serviram de cenário para as maiores obras da literatura regionalista.

Serão publicados, ainda, Mapas Políticos e Físicos dos Estados e Regiões do Brasil, com destaque para os Mapas Municipais atualizados, para pesquisas estatísticas sobre todos os 5.564 municípios brasileiros.

Na área ambiental, serão editados os Mapas das Unidades de Relevo e das Unidades de Conservação Federais, os Mapas de Cobertura e Uso da Terra, de Vegetação, de Solos e Geomorfológicos  dos estados do Acre, Rondônia e Roraima e a Biogeografia do Bioma Serrado.