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Produção Industrial cresce 1,2% em fevereiro<br>

A produção industrial expande 1,2% na passagem de janeiro para fevereiro, segundo os índices sazonalmente ajustados. Em relação a fevereiro de 2005, o setor cresceu 5,4%...

04/04/2006 06h31 | Atualizado em 04/04/2006 06h31

A produção industrial expande 1,2% na passagem de janeiro para fevereiro, segundo os índices sazonalmente ajustados. Em relação a fevereiro de 2005, o setor cresceu 5,4%, tendo acumulado expansão de 4,2% no primeiro bimestre frente a igual período de 2005. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, avançou 3,0% e interrompe a trajetória de queda observada desde março de 2005.



A expansão de 1,2% entre janeiro e fevereiro, teve perfil relativamente generalizado, atingindo 15 das 23 atividades pesquisadas que têm séries mensais sazonalmente ajustadas, e três das quatro categorias de uso. Bens de consumo duráveis (6,0%) registrou a variação mais acentuada, seguido de bens de consumo semi e não duráveis (1,7%) e bens de capital (1,5%). Após quatro meses de resultados positivos, onde acumula 1,7%, o setor produtor de bens intermediários apresentou queda de 0,6%. No corte por atividades, vale citar as seguintes contribuições: farmacêutica (26,2%), veículos automotores (4,8%), máquinas e equipamentos (2,6%) e bebidas (3,7%). O bom resultado dos segmentos de farmacêutica e veículos automotores deve ser relativizado, uma vez que em janeiro estes setores tiveram quedas significativas de 11,9% e 7,5%, respectivamente. Já o setor de máquinas e equipamentos vem crescendo há cinco meses, tendo acumulado taxa de 8,0% entre setembro de 2005 e fevereiro de 2006. Também neste mesmo período, a indústria de bebidas manteve expansão contínua, acumulando taxa de 9,1%. Entre as oito atividades com queda nesse indicador, destacam-se metalurgia básica (-4,8%), outros produtos químicos (-1,5%) e perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-5,1%).

Os índices de média móvel trimestral mostram que a trajetória da produção industrial neste início de ano se mantém crescente. Entre janeiro e fevereiro, o índice geral mostra avanço de 0,8%, movimento observado também em todas as categorias de uso, com bens de consumo duráveis (5,9%), bens de consumo semi e não duráveis (1,2%) e bens de capital (1,0%) crescendo acima da média global, enquanto bens intermediários (0,3%) avança de forma moderada.

Na comparação com o fevereiro de 2005, a indústria brasileira alcança o quinto mês de crescimento consecutivo. A taxa de 5,4% é a maior desde julho de 2005, apoiada na expansão de 19 das 27 atividades pesquisadas, com destaque para: farmacêutica (42,0%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (26,6%) e indústria extrativa (12,8%). Entre os oito ramos industriais em queda, o principal impacto vem da metalurgia básica (-4,7%), resultado fortemente influenciado pela paralisação de um alto forno em grande empresa do setor.

Ainda nessa comparação, todas as categorias de uso crescem, com bens de consumo duráveis (14,9%) e bens de capital (10,6%) apresentando resultados acima da média, seguido de bens de consumo semi e não duráveis (6,3%) e bens intermediários (2,5%). Embora tenha ocorrido aumento no ritmo de expansão no indicador mensal, que passou de 3,1% em janeiro para 5,4% em fevereiro, neste último mês o crescimento se deu de forma mais concentrada. Em janeiro, dos 76 subsetores pesquisados, 50 cresceram, enquanto que em fevereiro, a expansão atingiu 38 subsetores.

No primeiro bimestre, a indústria avança 4,2%, com 18 atividades apontando crescimento. As de maior impacto positivo são, por ordem: indústria extrativa, cujo avanço de 13,3% foi influenciado pelos itens minérios de ferro e petróleo; máquinas para escritório e equipamentos de informática, influenciado pela expansão de 65,8% do item computadores; e material eletrônico e equipamentos de comunicações, que cresceu 20,2%, em decorrência, sobretudo, do desempenho dos itens televisores e telefones celulares. Por outro lado, a principal pressão negativa é exercida por edição e impressão (-6,4%), cujo destaque é o item livros de qualquer gênero.

A análise do indicador acumulado no primeiro bimestre, a partir dos índices por categorias de uso, mostra que bens de consumo duráveis (16,6%) mantém a liderança do crescimento. Neste setor, destacam-se automóveis (15,5%), televisores (64,6%) e telefones celulares (25,2%). O segmento de bens de capital alcança taxa de 8,6% influenciado, principalmente, pela produção de bens de capital de uso misto (16,3%), em que se destacam os itens associados à informática (computadores) e à telefonia celular (transmissores e receptores de telefonia celular). Também vale destacar, pela magnitude da taxa, os subsetores de bens de capital para energia elétrica (42,1%) e bens de capital para construção (19,9%). A produção de bens de consumo semi e não duráveis cresce 3,0% no bimestre, refletindo o desempenho favorável dos subsetores alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (4,1%) e de outros bens não duráveis (3,0%), enquanto a de bens intermediários avança 2,7%, apoiada principalmente no comportamento de insumos industriais básicos (18,1%), combustíveis e lubrificantes básicos (14,9%) e insumos industriais elaborados (0,8%), com aumentos nos itens minérios de ferro; petróleo e relaminados de aços, respectivamente. Ainda com impactos na produção de bens intermediários, vale mencionar também o desempenho favorável de insumos para construção civil, com aumento de 7,0%, e do setor de embalagens (1,6%).

Dos 76 subsetores pesquisados, 46 apresentaram crescimento no período janeiro-fevereiro 06/janeiro-fevereiro 05. Vale citar, pela magnitude das taxas, os resultados de alguns subsetores mais relacionados às exportações, principalmente de commodities: extração de petróleo e gás natural (13,6%), extração de minérios ferrosos (17,1%) e celulose e pastas para fabricação de papel (6,3%). Há também índices elevados nos subsetores fabricantes de bens de consumo duráveis, como: eletrodomésticos da "linha marrom" (43,0%), material eletrônico e aparelhos de comunicação (11,5%) e automóveis, camionetas e utilitários (13,7%). Entre as quedas, destacam-se: sucos e concentrados de frutas (-31,9%), fabricação e refino de açúcar (-24,0%), calçados (-5,0%), álcool (-37,4%), tratores, máquinas e equipamentos agrícolas (-19,0%), caminhões e ônibus, inclusive motores (-11,9%) e construção e montagem de vagões ferroviários (-17,2%).

O setor fabril mantém, nesse primeiro bimestre (4,2%), ritmo de crescimento superior ao assinalado no último trimestre de 2005 (1,3%), os dois comparados com igual período do ano anterior. Esse movimento foi acompanhado por todas as categorias de uso, sendo mais intenso no setor de bens de consumo duráveis (de 4,9% para 16,6%).

Em resumo, os índices da atividade industrial mostram que, no início de 2006 frente aos dois primeiros meses de 2005, as taxas mantém-se positivas e crescentes. A evolução recente do índice de média móvel trimestral também é positiva, acumulando crescimento de 2,8% entre novembro e fevereiro últimos, movimento igualmente observado nas quatro categorias de uso, em especial na de bens de consumo duráveis (16,6%) e bens de consumo semi e não duráveis (4,2%). A ampliação do crédito, o aumento da massa salarial e a queda nos índices de inflação são fatores que favorecem este desempenho. Destaca-se, ainda, a sustentação de resultados positivos nas vendas externas, que impactam principalmente o setor produtor de commodities, mas também algumas áreas de bens de consumo, em especial os duráveis. Em bens de capital, que neste período avança 5,0%, tem se observado aumentos significativos nos setores relacionados à infra-estrutura (bens de capital para energia elétrica e bens de capital para construção), e também o bom desempenho de bens de capital de uso misto, em que destacam-se os itens relacionados ao setor de informática e telefonia celular.