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Safra de 2005 foi 5,51% menor que a de 2004


Brasil colheu 112,715 milhões de toneladas, contra 119,294 milhões em 2004. Para 2006, o IBGE estima uma colheita 13,22% maior e uma redução de 4,68% na área plantada.

05/01/2006 07h31 | Atualizado em 05/01/2006 07h31

Brasil colheu 112,715 milhões de toneladas, contra 119,294 milhões em 2004. Para 2006, o IBGE estima uma colheita 13,22% maior e uma redução de 4,68% na área plantada.

Em 2005, foram colhidas 112,715 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas no País, contra 119,294 milhões em 2004, representando uma queda de 5,51%, ou 6,5 milhões de toneladas. A área colhida foi de 47,604 milhões de hectares, ante 47,329 milhões de hectares em 2004, ou seja, uma queda de 0,58%.

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de dezembro de 2005, em relação ao mês anterior, destacaram-se as variações nas estimativas de produção de três culturas: batata-inglesa 3ª safra (2,82%), feijão em grão 3ª safra (-4,53%) e milho em grão 2ª safra (1,08%). Com a colheita já encerrada em todos os Estados que informam os produtos citados, as diferenças entre novembro e dezembro, são provenientes de ajustes nas estimativas de produção de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.

Já em relação a 2004, dentre os vinte produtos analisados, nove apresentam alta: batata-inglesa 3ª safra (24,05%), cacau em amêndoa (10,43%), cana-de-açúcar (1,32%), feijão em grão 2ª safra (6,13%), feijão em grão 3ª safra (9,98%), mamona (29,42%), mandioca (10,71%) e soja em grão (3,26%). Com variação negativa: algodão herbáceo em caroço (-3,42%), arroz em casca (-0,33%), batata-inglesa 2ªsafra (-4,63%), café em grão (-13,09%), cebola (-6,35%), feijão em grão 1ª safra (-4,13%), laranja (-2,16%), milho em grão 1ª safra(-12,69%), milho em grão 2ª safra (-27,73%), sorgo em grão (-28,00%)e trigo em grão (-13,76%).

Em 2006, safra crescerá 13,22% e área plantada deverá ser 4,68% menor

Em dezembro último, o IBGE realizou o segundo prognóstico para a safra de 2006 nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, e nos estados de Rondônia, Bahia, Piauí e Maranhão. A produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) é estimada em 127,612 milhões de toneladas, superior em 13,22% à obtida em 2005 (112,715 milhões de toneladas).



Essa estimativa também considerou as projeções das culturas de inverno (aveia, centeio, cevada e trigo) e dos produtos de segunda e terceira safras. Nos estados onde não foi realizado o levantamento, usaram-se as informações de anos anteriores.

Entre os onze produtos investigados, estimou-se que a área plantada será de 46,930 milhões de hectares, 4,68% menor que a de 2005 (49,234 milhões de hectares). Já a área colhida em 2005, estimada em 47,302 milhões de hectares, se reduzirá em 0,79%. Em 2006, quatro culturas ampliarão sua área plantada: cebola (1,51%), feijão em grão 1ª safra (4,76%), fumo em folha (1,24%) e milho em grão 1ª safra (5,76%). Esperam-se reduções nas áreas plantadas de algodão herbáceo em caroço (-28,76%), amendoim em casca 1ª safra (-13,77%), arroz em casca (-18,68%), batata- inglesa 1ª safra (-0,46%), cana (-4,16%), mandioca (-4,70%) e soja em grão (-6,14%).

Com relação à produção, esperam-se altas em cana (1,07%), cebola (4,80%), feijão em grão 1ª safra (29,28%), fumo em folha (9,46%), mandioca (2,47%), milho em grão (27,22%) e soja em grão (15,83%). Esperam-se quedas em algodão herbáceo em caroço (-24,24%), amendoim em casca 1ª safra (-17,15%), arroz em casca (-11,60%), batata-inglesa 1ª safra (-0,06%).



Em dezembro, o prognóstico da queda do algodão herbáceo em caroço (-24,24%) praticamente não se alterou em relação ao primeiro prognóstico para 2006, realizado pelo IBGE em outubro (-24,14%). Esse forte decréscimo deve-se às baixas cotações do produto e aos seus altos custos de produção. Espera-se uma produção de 2,774 milhões de toneladas, numa área plantada de 899 mil hectares (menor em 28,76%) e uma produtividade de 3.084 kg/ha, superior em 5,73% à de 2005.

Em Mato Grosso, maior produtor nacional de algodão herbáceo, espera-se uma produção de 1,281 milhão de toneladas, inferior em 24% à de 2005. A área plantada também deverá ter um decréscimo significativo (-23%) em relação a safra passada, e a produtividade (3.429 kg/há) deverá cair 1,72%.

Quanto ao arroz, observa-se uma diminuição de 11,60% na produção prevista (11,698 milhões de toneladas). Preços baixos e dificuldades na comercialização da safra de 2005 são as causas principais dessa redução. Entre as Grandes Regiões, a maior queda esperada na produção de arroz será no Centro-Oeste (-54,43%), sendo 8% em Mato Grosso do Sul, 61% em Mato Grosso e 41% em Goiás.

Com relação ao feijão 1ª safra, o segundo prognóstico é de 1,821 milhão de toneladas, uma alta de 29,28% em relação a 2005 (1,408 milhão de toneladas). Os preços ascendentes em 2005 levaram à ampliação das áreas de plantio em 2006. Nos principais estados produtores (Paraná, Minas Gerais e Bahia) esperam-se, respectivamente, produções de 496 mil toneladas, 258 mil toneladas e 245 mil toneladas.

O segundo prognóstico para o milho, em 2006, é de alta na área plantada, na produção e na produtividade: respectivamente, de 5,76%, 27,22% e 15,22% ou, em valores absolutos, de 9,499 milhões de hectares, 34,588 milhões de toneladas e 3.641 kg/ha. Esse incremento expressivo reflete a recuperação dos níveis de produtividade, haja vista as perdas ocorridas na Região Sul em 2005. Os acréscimos de produtividade são os seguintes: Paraná 18%, Santa Catarina 30% e Rio Grande do Sul 104%. A cultura do milho também expandiu a sua área, através da ocupação do espaço de outras culturas, como a da soja.

Por último, para a soja, há uma tendência de queda da área plantada para 2006 já apontada no primeiro prognóstico, em outubro. O plantio está finalizado nos principais pólos produtores dessa leguminosa no país, destacando-se as Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e o estado da Bahia. Assim, para a futura safra de soja brasileira, prevê-se uma produção da ordem de 59,235 milhões de toneladas, superior 16% a obtida em 2004 (51,138 milhões de toneladas). A área decrescerá 6% e a produtividade aumentará em 21%, situando-se em 23 milhões de hectares e 2.695 kg/ha, respectivamente.

As perspectivas pessimistas quanto aos preços da soja permanecem, uma vez que os estoques mundiais continuam altos, alimentados pela ótima safra americana e as estimativas otimistas da produção da América do Sul, onde se sobressaem o Brasil, a Argentina e o Paraguai. No Mato Grosso e Paraná, são aguardadas produções de 17,4 milhões de toneladas e 11,8 milhões de toneladas, menor 2,15% no primeiro e maior 24,2% no Paraná.

Em relação às condições climáticas, já se observa ausência ou irregularidade nas chuvas, inclusive na Região Sul, ocasionando preocupação dos produtores, principalmente os de soja e milho.