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Em outubro, produção Industrial se mantém estável com variação de 0,1%


Em relação ao mês anterior, a produção industrial em outubro de 2005 se manteve praticamente estável (0,1%), já descontados os efeitos sazonais.

07/12/2005 07h31 | Atualizado em 07/12/2005 07h31

Em relação ao mês anterior, a produção industrial em outubro de 2005 se manteve praticamente estável (0,1%), já descontados os efeitos sazonais. Em comparação aos meses de 2004, quando a trajetória da produção era ascendente, os resultados foram: em relação a outubro do ano passado, crescimento de 0,4% e no acumulado de janeiro-outubro de 2005, o aumento foi de 3,4%.. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses (4,1%), registrou desaceleração frente ao resultado de setembro (4,4%). As informações são da pesquisa Industrial mensal, do IBGE, realizada em todo o País.



A ligeira variação observada nos indicadores do mês de outubro de 2005 (0,1%), após queda de 2,3% assinalada em setembro, resulta da expansão em treze dos vinte e três ramos industriais com séries ajustadas sazonalmente. Os destaques positivos ficam por conta de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (2,5%), refino de petróleo e produção de álcool (0,9%) e outros produtos químicos (0,8%). Entre as indústrias em queda, as principais pressões foram verificadas em material eletrônico e equipamentos de comunicações (-6,7%) e têxtil (-2,7%).

Ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, as categorias de uso apresentaram os seguintes resultados: -3,9% para bens de capital, 0,1% para bens intermediários, 2,8% para bens de consumo duráveis e 0,5% para bens de consumo semiduráveis e não-duráveis. O segmento de bens de capital mostrou redução após dois meses de crescimento, quando acumulou expansão de 4,8% (setembro 05/julho 05). As demais categorias interromperam o movimento de queda observado em setembro, com destaque para bens de consumo duráveis com expansão de 2,8% após três resultados negativos, período que acumulou queda de 17,3% (setembro 05/junho 05).

Em relação a outubro de 2004, a produção industrial cresceu 0,4%. Este resultado positivo foi influenciado pelo setor extrativo (10,8%), uma vez que a indústria de transformação mostrou redução de 0,2%. Vale ressaltar que este crescimento próximo de zero é decorrência da combinação da trajetória declinante, observada a partir do segundo semestre de 2005, com a entrada da base de comparação dos últimos meses de 2004, onde o setor industrial exibiu tendência de crescimento. O impacto positivo no índice global da indústria extrativa foi apoiado no desempenho dos itens minérios de ferro e petróleo. Outras contribuições relevantes vieram de máquinas para escritórios e equipamentos de informática (46,6%), farmacêutica (13,2%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (12,9%). Em sentido oposto, entre as indústrias que apontam queda na produção, máquinas e equipamentos (-7,8%) foi a que mais pressionou a taxa global.

Ainda na comparação outubro 05/ outubro 04, os índices por categorias de uso sustentam resultados positivos em três das quatro categorias. Bens de consumo duráveis (2,7%), bens de capital (2,1%) e bens de consumo semiduráveis e não-duráveis (1,6%) cresceram acima da média nacional (0,3%), ao passo que bens intermediários (-0,6%), categoria de maior peso na indústria, assinalou o segundo resultado negativo consecutivo.

O setor de bens de consumo duráveis manteve crescimento, influenciado positivamente pela fabricação de automóveis (4,4%) e telefones celulares (27,4%), já que o total de eletrodomésticos mostrou queda de 7,3%. No segmento de bens de capital, os subsetores de maior destaque foram: equipamentos para energia elétrica (52,2%), para construção (34,7%), para transporte (3,0%) e bens de capital para uso misto (1,9%). Por outro lado, bens de capital para fins industriais (-10,0%) e bens de capital agrícolas (-42,2%) pressionaram negativamente. A produção de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis apresentou taxas positivas em todos os seus subsetores, com exceção dos semiduráveis (-7,6%). Nesta categoria de uso, o principal impacto positivo vem de outros não-duráveis (5,5%), principalmente pela influência dos itens revistas e medicamentos. A atuação negativa de bens intermediários foi influenciada pelo comportamento desfavorável de vários dos seus subsetores, com destaque para os de insumos industriais elaborados (-1,9%) e peças e acessórios para equipamentos de transporte industrial (-3,5%), que amorteceram o impacto positivo verificado em insumos industriais básicos (10,3%) e combustíveis e lubrificantes básicos (12,9%). Vale observar, ainda, os índices negativos de insumos para a construção civil (-1,6%) e de embalagens (-3,9%), ambos em queda há quatro meses.

No acumulado do ano (janeiro a outubro), frente a igual período de 2004, o crescimento total da indústria foi de 3,4%, com aumento na produção em dezessete atividades. Veículos automotores (7,6%) se manteve como a atividade de maior impacto positivo na formação da taxa global, seguida por material eletrônico e equipamentos de comunicações (18,5%), indústria extrativa (10,2%) e edição e impressão (12,3%). Nestes ramos, os itens de maior destaque foram, respectivamente: automóveis, telefones celulares, minérios de ferro e revistas. Entre as atividades que mostraram queda, metalurgia básica (-2,5%) foi a que mais pressionou negativamente o indicador.

Ainda no período janeiro-outubro, todas as categorias de uso apresentaram crescimento. Os segmentos de bens de consumo, duráveis (12,6%) e semiduráveis e não-duráveis (5,1%), lideraram a expansão, enquanto bens intermediários (1,1%) e bens de capital (3,2%) ficaram abaixo da média da indústria.

Em síntese, os índices para o mês de outubro de 2005 mostraram que a indústria sustentou o mesmo patamar de produção do mês anterior (acréscimo de 0,1%), interrompendo o movimento de queda registrado em setembro (-2,3% frente a agosto). O resultado de outubro foi conseqüência, principalmente, do comportamento das indústrias de bens de consumo duráveis (2,8%) e semiduráveis e não-duráveis (0,5%). Embora atenue, esta estabilização verificada em outubro não reverte a trajetória de queda do índice de média móvel trimestral. Para o total da indústria, o índice de média móvel trimestral recuou 1,2% entre agosto e setembro e - 0,5% em outubro.

Os demais índices também evidenciaram esse movimento de desaceleração do ritmo industrial. Na comparação contra igual mês do ano anterior, setembro (-0,1%) e outubro (0,4%) assinalaram os resultados mais baixos desde fins de 2003. O índice acumulado nos últimos doze meses, que ao final do primeiro semestre assinalava taxa de 6,7%, chegou aos 4,1% em outubro.