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Produção Florestal Brasileira soma 8,5 bilhões de reais em 2004

06/12/2005 08h01 | Atualizado em 06/12/2005 08h01

O mapa acima mostra os dez maiores municípios produtores de madeira em tora da silvicultura, considerando-se o total de madeira produzido, ou seja, a soma das produções destinadas à fabricação de papel e celulose e para outros fins (movelaria, construção civil etc). Observa-se que a atividade de produção de madeiras de florestas plantadas concentra-se nas Regiões Sudeste e Sul. Na Região Norte destacam-se os municípios de Almeirim, no Pará, e de Porto Grande, no Amapá.

Quanto à madeira em tora de florestas cultivadas (silvicultura), a quantidade produzida em 2004, no País, somou 87 515 161 m³. Deste total, cerca de 53% se destinaram à indústria de papel e celulose, e 47% para outras (movelaria, construção civil etc). São Paulo foi o principal estado produtor de madeira em tora proveniente de florestas cultivadas. Sua produção representou 27% do total nacional, ao somar 23 628 909 m³.

No ranking da produção nacional de madeira para papel e celulose, o estado de São Paulo foi o primeiro produtor, com 14 824 430 m³ produzidos, ou seja, cerca de 32% do total nacional. Nas cinco colocações subseqüentes aparecem Santa Catarina (6 306 325 m³), Paraná (6 300 320 m³), Bahia (5 318 263 m³), Espírito Santo (3 911 206 m³) e Minas Gerais (3 241 220 m³). O município paulista de Itapetininga, com uma produção de 2 860 350 m³, que correspondeu a 6,18% do total produzido no País, manteve o posto de maior produtor nacional. Ainda em São Paulo se destacaram Capão Bonito, Itararé, Angatuba e São Miguel Arcanjo. Os vinte maiores municípios produtores em 2004 foram responsáveis por 42,73% da produção nacional. No Paraná, foram destaques os municípios de Telêmaco Borba e Lapa. Em Santa Catarina, os principais produtores foram Caçador e Ponte Alta do Norte. Na Bahia, os principais produtores foram Mucuri, Santa Cruz da Cabrália, Caravelas, Porto Seguro e Nova Viçosa. Já no Espírito Santo, destacaram-se os municípios de Conceição da Barra, Aracruz e São Mateus. É importante ressaltar que os municípios de Porto Grande, no Amapá, e de Almeirim, no Pará, foram respectivamente o 2º e 3º colocados no ranking nacional dos vinte maiores produtores de madeira para papel e celulose.

No ranking da produção nacional de madeira em tora para outras finalidades (movelaria, construção civil etc), originada de florestas plantadas, o estado do Paraná foi o primeiro produtor com 11 423 356 m³ produzido, ou 27,70 % do total nacional, que foi de 41 230 327 m³. Seguem-no, nas quatro colocações seguintes, Santa Catarina, com 25,03% do total do País, São Paulo (21,35%), Rio Grande do Sul (10,74%); e Minas Gerais (8,07%).

O maior produtor em 2004 foi o município paranaense de General Carneiro, cuja produção correspondeu a 3,78% do total nacional. Em seguida, aparecem os municípios de Itapetininga, no estado de São Paulo, Telêmaco Borba, no Paraná; Várzea da Palma, em Minas Gerais e Caçador, no estado de Santa de Catarina. Os vinte maiores municípios produtores concentraram 39% da produção nacional de madeira em tora proveniente de florestas cultivadas, destinada para movelaria, construção civil e outros fins similares, exceto a produção de papel e celulose.



Em 2004, a produção primária florestal do País somou R$ 8,5 bilhões, dos quais 62% vieram da silvicultura (florestas plantadas) e 38% do extrativismo vegetal (produtos coletados em vegetações nativas espontâneas). Os produtos madeireiros representaram 84% do valor da produção extrativa vegetal e os não madeireiros, 16%.

Os dados são da Pesquisa da Produção Vegetal e da Silvicultura, que mostra a variação da produção física entre os anos de 2003 e 2004, a participação dos segmentos no valor total da exploração florestal, além de apresentar uma análise dos produtos mais importantes, destacando os principais estados e municípios produtores na temporada 2004. Na publicação, encontram-se tabelas com ranking dos municípios por produto.

Dos produtos da silvicultura que apresentaram crescimento entre os anos de 2003 e 2004, a resina vegetal foi o destaque. Sua produção saltou de 50 957 t para 53 390 t, ou seja, uma expansão de 4,77% (Gráfico 2). Além desse produto, aparecem com aumento de produção, casca de acácia-negra (1,55%), lenha (0,30%) e carvão (0,15%)

O volume de madeira para papel e celulose caiu 6,55%, enquanto o de madeira para outras finalidades apresentou uma redução de 17,81%. Em razão disso, o volume total de madeira produzida no segmento da silvicultura (87 515 161 m³) apresentou um recuo geral de 12,22%, relativamente ao registrado no ano de 2003.



Já entre os produtos do extrativismo vegetal não-madeireiro, o que mais se destacou em 2004 foi a piaçava (fibra), com uma participação de 25% no valor da produção extrativista não-madeireira do Brasil, que totalizou R$ 506,96 milhões. Na seqüência vem o babaçu (amêndoa), com 19%; a erva-mate, com 15%; o açaí (fruto), 12%; a carnaúba (pó cerífero), 9%; e a castanha-do-pará, com 6%. Em conjunto, estes produtos perfizeram 86% do total, cabendo aos demais produtos 14%. Todos os produtos madeireiros tiveram recuos de produção: lenha (-0,13%), carvão vegetal (-1,85%), madeira em tora em geral, incluindo a do pinheiro brasileiro nativo (-7,55%), madeira em tora do pinheiro brasileiro nativo (-21,12%), e nó-de-pinho (-23,47%).

Gráfico 4 - Variação da produção do extrativismo vegetal entre 2003 e 2004, Brasil



Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2003 e 2004

Quanto aos produtos não-madeireiros, 15 apresentaram aumento de produção entre 2003 e 2004, cinco mantiveram o mesmo nível do ano anterior, e 14 tiveram declínio. O item com maior aumento relativo foi "Outros aromáticos, medicinais, tóxicos e corantes", que superou em 66,50% a produção do ano anterior. Esse crescimento se deveu, particularmente, a forte demanda industrial pela fava d'anta, planta típica do cerrado brasileiro, de cujos frutos se extrai substâncias medicinais que fortalecem os vasos sangüíneos e capilares e previnem o diabetes e a catarata. O município maranhense de Barra do Corda foi o maior produtor brasileiro em 2004, com 2.065 toneladas de "Outros produtos aromáticos, medicinais, tóxicos e corantes", entre os quais estão incluídos os frutos da faveira ou fava d'anta.

O produto com o segundo maior aumento de produção foi a fibra de buriti (36,67%), em grande medida por causa do incentivo à exportação do artesanato elaborado com as fibras desta palmeira, pelas comunidades de artesãs dos municípios maranhenses de Barreirinhas e Tutóia.

Entre os produtos que apresentaram queda de produção, destacou-se a oiticica (semente), com um recuo de 90,53%, em razão de o Ceará não ter apresentado alguma produção em 2004, dado que a planta apresenta ciclo vegetativo/reprodutivo bianual. Todavia o estado do Ceará desponta como importante produtor nacional de sementes de oiticica nos anos em que a planta floresce e frutifica. Os demais itens ou produtos com reduções entre os anos de 2003 e 2004, foram: jaborandi (folha), -69,63%; outros oleaginosos, -57,21%; barbatimão (casca), -41,67%; açaí (fruto), -30,09%; mangaba (fruto), -20,92%; urucu nativo (semente), -19,19%; palmito nativo, -11,52%; angico (casca), -11,39%; cumaru (amêndoa), -8,25%; tucum (amêndoa), -4,48%; copaíba (óleo), -0,86%; licuri (coquilho), -0,81%; e pequi (amêndoa), -0,36%.

Em relação aos produtos madeireiros da silvicultura e da extração vegetal, as proporções pouco se alteraram entre os anos de 2003 e 2004: da silvicultura provêm 49% da produção total de carvão vegetal, 41% da lenha e 82% da madeira em tora produzida no País.

Minas Gerais concentrou 76,14% da produção nacional do carvão da silvicultura

No caso do carvão oriundo das florestas cultivadas, o principal estado produtor, Minas Gerais, concentrou 76,14% da produção nacional em 2004. Entre os 20 municípios maiores produtores de carvão da silvicultura do Brasil, 16 são de Minas Gerais. Buritizeiro destacou-se na primeira colocação, com 6,03% do total nacional, seguido pelos municípios de Itamarandiba e João Pinheiro. Em conjunto, esses três municípios mineiros responderam por 13,81% da produção nacional e 18,13% da produção estadual. Também aparecem nesse ranking o município maranhense de Açailândia, os baianos Caravelas e Alcobaça e o município sul-mato-grossense de Ribas do Rio Pardo.

O carvão proveniente da silvicultura apresentou um sensível declínio ao longo do período de 1997 a 2002, mas esta tendência foi revertida em 2003, com o crescimento de 7,70%, embora no ano seguinte o aumento tenha sido de apenas 0,15%.

Com relação à produção de carvão do extrativismo vegetal, destacaram-se os estados do Mato Grosso do Sul, com 23,64% das 2 185 950 toneladas produzidas no País em 2004; Minas Gerais, com 19,85%; Maranhão, 19,70%; Goiás, 15,36%; Bahia, 10,54% e Paraná, com 6,24%. O município maranhense de Bom Jardim, que produziu 5,38% do total no País, foi o principal produtor nacional. Outros importantes municípios produtores foram: Grajaú, também situado no estado do Maranhão; Ribas do Rio Pardo, Água Clara, Três Lagoas, Santa Rita do Prado, e Campo Grande, no estado de Mato Grosso do Sul; Cocos, Jaborandi, Correntina, São Félix do Coribe, e Coribe, no estado da Bahia; Iaciara, Sítio d'Abadia, e Doverlândia, em Goiás; Cruz Machado, Bituruna e General Carneiro, no Paraná; João Pinheiro e Buritizeiro, em Minas Gerais. O total da produção extrativa de carvão vegetal nesses municípios eqüivaleu a 38,78% da produção nacional de 2004.

Rio Grande do Sul respondeu por 36,38% de toda a produção de lenha da silvicultura

No segmento da silvicultura, a produção de lenha no Brasil alcançou 34 004 544 m³ e o Rio Grande do Sul, o maior estado produtor, respondeu por 36,38% deste total. Os municípios gaúchos de Butiá, Santa Cruz do Sul e Taquari foram os maiores produtores ao responderem, respectivamente, por 2,35%, 2,18% e 1,85% da produção nacional. O segundo estado maior produtor foi São Paulo, com uma participação de 20,19% no total da produção nacional de lenha proveniente da silvicultura. Em São Paulo, os principais municípios produtores foram Itapetininga, Itaberá e Ibiúna.

Com relação à lenha originária da extração vegetal, foram produzidos no País 47 168 345 m³. Os cinco principais estados produtores em 2004 foram a Bahia, que respondeu por 25,72% do total nacional, o Ceará (9,68%), o Pará (7,99%), o Maranhão (6,29%) e Minas Gerais (6,05%). Na Bahia, o principal produtor foi o município de Xique-Xique, com uma produção de 665 141 m³, que lhe conferiu a 1ª colocação no ranking nacional.

Pará foi responsável por mais da metade de toda a produção de madeira em tora extraída

Em 2004, a produção nacional de madeira em tora no segmento extrativista vegetal alcançou 19 102 794 m³, sendo que o estado do Pará foi responsável por 55,50% deste total, ou seja, uma participação 3,02 pontos percentuais maior que a apresentada em 2003. Dos 20 municípios maiores produtores, 14 são paraenses. São eles: Tailândia, Portel, Paragominas, Almeirim, Baião, Altamira, Ulianópolis, Dom Eliseu, Redenção, Moju, Ipixuna do Pará, Oeiras do Pará, Rondon do Pará e Mãe do Rio. Em conjunto, esses municípios detiveram 37,23 % da produção nacional, e 67 % da produção paraense de madeira em tora extraída de florestas nativas ou naturais.

O Mato Grosso, com uma produção de 2 343 121 m³ foi o segundo maior produtor nacional em 2004 e os seus principais produtores foram Marcelândia e União do Sul. A terceira posição coube a Bahia, onde o município de Riacho de Santana foi o principal produtor (299 642 m³), tendo concentrado 19,55 % do total estadual ou 1,58% do total nacional.

O mapa abaixo aponta a localização dos 10 principais municípios produtores de madeira em tora do extrativismo vegetal em 2004. Evidencia-se uma forte concentração da produção extrativista madeireira na Amazônia Legal, e a conformação do denominado Arco do Desflorestamento.