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IBGE divulga, pela primeira vez, índice de preços ao consumidor para Mercosul e Chile

O IBGE divulga, pela primeira vez, os Índices de Preços ao Consumidor Harmonizados – IPCH dos países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai) e do Chile, com dados sobre a variação de preços ...

14/07/2005 07h01 | Atualizado em 14/07/2005 07h01


Os IPCHs  resultam  das variações de preços calculadas no âmbito dos IPCs oficiais dos países e, no caso do Brasil, a diferença de resultados entre o Índice e Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o IPCH é dada por aspectos de metodologia que foram harmonizados e pela exclusão de um conjunto de produtos nos cinco países,  cujas metodologias de coleta ou cálculo não são comparáveis.

Nível de cobertura do IPCH leva em conta o percentual da população urbana em cada país

Foram analisados os diversos aspectos metodológicos que compõem o cálculo dos IPCs oficiais para avaliar o grau de harmonização dos índices obtidos a partir deles. Foram detalhados os diferentes tratamentos utilizados em cada um dos países. No que se refere à cobertura geográfica e de população, foi observada a representatividade e comparabilidade, estudando-se os critérios dos IPCs de cada país e identificando-se o percentual da população urbana coberta pelo IPC oficial.

Cestas harmonizadas excluíram alguns itens

Um dos aspectos mais importantes no processo de harmonização foi o equilíbrio entre os critérios de representatividade e comparabilidade na construção das cestas de bens e serviços. Foram incorporados à cesta harmonizada os itens com peso superior a 0,1% em algum país.

Bens e serviços que constam das cestas utilizadas pelos IPCs de alguns países, mas que não permitem comparação quanto aos padrões de consumo, à captação do preços e/ou à estimativa das ponderações, não foram incorporados como itens do IPCH.  Desta forma, não fazem parte das estimativas os seguintes itens:  Serviços para a conservação e reparação do domicílio; Serviços médicos/Serviços de hospital/Seguros médico; Patentes e licença para circulação de veículo; Jogos de azar; Seguros em geral e Serviços de intermediação financeira/Outros serviços financeiros.

A cobertura das cestas harmonizadas em relação às cestas oficiais é dada no quadro abaixo.

 



O resultado obtido depois da aplicação destes critérios foi um conjunto de cinco cestas comparáveis entre si e representativas do consumo de cada um dos países. A representatividade dessas cestas é medida pela proporção de ponderação dos IPCs oficiais, incluída nas cestas harmonizadas. Os dois quadros abaixo ilustram a importância de se trabalhar com uma classificação comum.

 

O quadro abaixo exibe as classificações hoje utilizadas nos IPC oficiais de cada um dos 5 países:

 



A adoção da  classificação comum é que torna possível construir o quadro de variações acumuladas dos 12 agrupamentos de itens de consumo visto anteriormente,  assim como o quadro que segue com as ponderações associadas a cada divisão.

 



É também a classificação comum que permite a comparação dos índices em nível mais desagregado.

(Atualizado em 14/07/2005 às 11:42)

O IBGE divulga, pela primeira vez, os Índices de Preços ao Consumidor Harmonizados – IPCH  dos países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai) e do Chile, com dados sobre a variação de preços dos principais bens e serviços consumidos nos cinco países latino-americanos. Iniciado  no final dos anos 90, o projeto tem  como principal objetivo permitir a comparação das taxas de inflação entre os países participantes. Feito em conjunto com os Institutos de Nacionais de Estatística do Mercosul e do Chile, e o Banco Central do Paraguai, o índice está  sendo divulgado hoje por cada país integrante do projeto, que incorpora a experiência de harmonização dos índices de preços ao consumidor na Europa. Estão sendo divulgadas séries de índices para o período 1999 a 2004.

 

No acumulado de janeiro de 2000 a dezembro de 2004, os destaques foram Uruguai
(63,2%) e Chile (16,1%)

            Os dados que estão sendo divulgados trazem uma série histórica da evolução dos preços de doze itens, divididos pelos principais gêneros, bens de consumo e serviços dos países mencionados, de 1999 a 2004.


O Uruguai foi o país onde houve a maior variação acumulada de janeiro de 2000 a dezembro de 2004 (63,2%), seguido de Brasil (53,5%), Argentina (52,9%), Paraguai (51,7%) e Chile (16,1%).  No Uruguai, Transportes responderam pela maior alta (105,3%) e Artigos de Vestuários e Calçados apresentaram a menor taxa neste período (36,0%).  No Brasil, a maior alta veio de Comunicações (79,0%), seguida de Alimentos e Bebidas não Alcoólicas (60,5%), Transportes (59,4%), Aluguel, Água, Eletricidade, Gás e Outros Combustíveis (55,1%), e a menor, de Saúde (34,8%).  Na Argentina, a maior alta (93,4%) foi verificada nos preços das bebidas alcoólicas e cigarros, e a menor, de Comunicações (8,6%). No Paraguai, Comunicações (256,2%) teve a maior variação, e Saúde (23,0%), a menor. No Chile, Transportes teve a maior alta (42,9%), enquanto que, Artigos de Vestuário e Calçado apresentaram variação negativa de 20,6%.



No Brasil, IPCH acumulou 7,7% em 2004

Em 2004, a variação acumulada no Brasil foi a mais alta entre os países onde o indicador é apurado. Nesse mesmo ano, o Uruguai, com resultado muito próximo, 7,3%, ficou em segundo. Na  Argentina, em 2002, ocorreu o maior IPCH acumulado em doze meses, como fechamento anual, dentre todas as séries históricas calculadas: 42,4%.  No período, o menor resultado anual foi observado, também na  Argentina em 2001, quando foi registrada deflação de 1,8%.  No caso do Brasil, a maior variação de fechamento anual do IPCH  (13%) foi alcançada em  dezembro de 2002, e a menor (6,5%), em 2000.

 



Os resultados do IPCH serão entregues às autoridades nacionais e do MERCOSUL / Chile e disponibilizado nos portais de Internet das instituições participantes a partir de hoje.

 

Cinco instituições participaram da harmonização dos índices

O objetivo fundamental do projeto foi estabelecer um processo de cálculo de índices sistemático e contínuo. A partir de agora, os países iniciam um processo experimental de produção trimestral do IPCH, com vistas a torná-lo contínuo até o início de 2006, conforme venha a ser acordado com as diversas autoridades dos países.

O programa de harmonização de estatísticas requer aperfeiçoamento metodológico contínuo, com a inclusão de bens e serviços que ficaram de fora nos resultados ora apresentados.  Essa necessidade de inclusão ou exclusão de bens e serviços nas cestas harmonizadas está relacionada às mudanças dos hábitos de consumo das famílias e à comparabilidade de metodologias de cálculo ou coleta adotadas.

Participaram da elaboração do IPCH o Instituto Nacional de Estadística y Censos - INDEC, da Argentina; o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE; o Instituto Nacional de Estadísticas - INE, do Chile; o Instituto Nacional de Estadística - INE, do Uruguai e o Banco Central del Paraguay- BCP, sob a orientação técnica da União Européia e com a colaboração da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe - CEPAL/Chile.

O IPCH tem como referência as resoluções e o manual da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre Índices de Preços ao Consumidor. O desenho do IPC Harmonizado levou em conta a experiência de harmonização nos países da União Européia.

 

IPCH não substituirá IPCs oficiais

O Índice de Preços ao Consumidor Harmonizado do MERCOSUL e Chile é uma informação a mais sobre o fenômeno inflacionário nesses países, sem substituir o IPC oficial, e a ele se agrega nas análises comparativas das variações de preços ao consumidor.

 As cestas de produtos e serviços harmonizadas utilizadas no cálculo do IPCH são subconjuntos das cestas dos IPCs nacionais. No caso do Brasil, o IPCH é um subconjunto da cesta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo -IPCA.

 

 

            Veja abaixo as variações acumuladas a cada ano dos principais indicadores de inflação do IBGE: