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Safra de 2005 estimada em 113,468 milhões de toneladas, 4,94% menor que a safra de 2004

23/06/2005 06h31 | Atualizado em 23/06/2005 06h31

Com os dados obtidos em maio, estima-se que a produção nacional da safra de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) atinja em 2005 um volume de grãos da ordem de 113,468 milhões de toneladas, inferior 4,94% à safra de 2004 (119,369 milhões de toneladas). A redução deve-se à previsão de queda de 20,88% em 2005 na produção da região Sul (que tem participação de 34,05% na produção nacional). As estimativas 2005/2004 apontam crescimentos de 5,55% no Centro-Oeste (37,20% de participação); 3,14% no Sudeste (16,04% de participação); 9,79% na região Nordeste (9,04% de participação); e 17,10% na região Norte (3,67% de participação).

Situação das lavouras em maio em relação a abril de 2005

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de maio, em relação à abril, destacam-se as variações nas estimativas de produção de cinco produtos: algodão herbáceo (-5,71%), feijão em grão 2ª safra (2,55%), feijão em grão 3ª safra (-3,31%), milho em grão 2ª safra (-5,90%) e trigo em grão (-13,39%).

A variação negativa verificada na estimativa de produção do algodão herbáceo para este mês, deve-se a novas informações dos estados do Piauí (-34%), Ceará (-46%), São Paulo (-14%) e Mato Grosso (-7%), estados onde as condições climáticas irregulares ocasionaram reduções das estimativas de produção. Em nível nacional, a produção do algodão herbáceo estimada em maio é da ordem de 3,8 milhões de toneladas, contra 4 milhões de toneladas em abril.

O feijão 2ª safra apresenta expansão de 2,5%, em maio em relação a abril, com destaque para os acréscimos nas produções esperadas dos estados da Bahia (7%) e Santa Catarina (49%), onde houve aumento de área e de produtividade em relação ao mês anterior.

Em relação à estimativa de produção do feijão 3ª safra em maio, verifica-se que houve uma retração de 3,30% em virtude do decréscimo observado na área plantada de Minas Gerais. Essa situação ainda poderá se modificar, uma vez que o plantio no principal município produtor (Unaí) ainda não foi concluído. Em 2004, Minas Gerais colheu um volume de feijão da ordem de 126 mil toneladas, enquanto são esperadas nesse início de safra 89 mil toneladas em 2005.

A estimativa de produção para o milho 2ª safra apresenta queda de 6%, quando comparada à informação divulgada em abril. Paraná (-16%) e Goiás (-8%), dois importantes estados produtores, apresentam redução na previsão de produção em razão da falta de chuvas e plantio fora da época recomendada.

Para a cultura do trigo, observa-se redução de 13% na estimativa maio/abril, nos principais estados produtores: Paraná (-12%) e Rio Grande do Sul (-21%), devido ao atraso do plantio e, também, porque os preços oferecidos para o produto foram considerados ruins.

Situação das lavouras em maio de 2005 em relação à produção obtida em 2004

Dentre os produtos analisados, apresentam variação positiva na estimativa de produção em 2005 em relação a 2004: feijão em grão 1ª safra (1,61%), feijão em grão 2ª safra (1,44%), mamona (62,00%) e soja em grão (3,14%). Apresentam variação negativa os produtos: algodão herbáceo em caroço (-0,07%), arroz em casca (-0,33%), feijão em grão 3ª safra (-1,17%), milho em grão 1ª safra (-11,28%), milho em grão 2ª safra (-26,48%), sorgo em grão (-25,52%) e trigo em grão (-14,50%).

A produção de milho 2ª safra apresenta uma redução de 26,48% em relação à safra 2004, que foi da ordem de 10,6 milhões de toneladas. A razão para essa diminuição foi a baixa cotação dos preços na época do plantio e o atraso das chuvas, que aumentou os riscos de perdas, face ao plantio fora da época recomendada pelo calendário técnico nos principais pólos produtores de milho. Nos estados, os maiores decréscimos no milho são observados em São Paulo (-10%), Paraná (-43%), Mato Grosso do Sul (-45%) e Goiás (-8%), resultando numa diminuição só nesses estados de cerca de 3 milhões de toneladas de milho.

Para o trigo, observa-se nessas estimativas iniciais para a safra de 2005, decréscimos significativos tanto no Paraná (- 5%), maior produtor nacional, quanto no Rio Grande do Sul (-21%). Em nível nacional, aguarda-se um volume da ordem de 4,896 milhões de toneladas, situando-se bem aquém do consumo nacional desse cereal. As informações do Paraná, que detém cerca de 56% da produção nacional de trigo, indicam decréscimos nas três variáveis consideradas no levantamento, sendo 5% na área, 12% na produção e 7% na produtividade. Assim, para 2005, aguarda-se para o estado a produção de trigo da ordem de 2,7 milhões de toneladas. Mesmo tendo sido observada certa deficiência hídrica nas lavouras de trigo de alguns municípios paranaenses, os baixos preços praticados na comercialização de 2004 são a principal razão para os decréscimos observados.

Também no Rio Grande do Sul, os baixos preços (menores do que os custos de produção para implantação das lavouras) desestimularam os produtores de trigo em 2005. Com isso, a área destinada ao plantio de trigo é 17% menor do que a área colhida na safra gaúcha de 2004 (1,2 milhão de hectares). Assim, para esta safra de trigo, é esperado um volume da ordem de 1,6 milhão de toneladas, 21% inferior à safra de 2004. Além dos baixos preços, também a descapitalização dos produtores, decorrente dos graves prejuízos ocorridos na safra de verão, contribuiu para o desestímulo dos triticultores na safra atual. A falta de investimento nas lavouras acarreta uma safra com baixa tecnologia, resultando em produtividades ainda menores.

RESULTADOS DA PECUÁRIA (1º trimestre de 2005)

Bovinos

No primeiro trimestre, foram abatidas 6,489 milhões de cabeças de bovinos, indicando uma redução de 2,43% no número de animais abatidos em relação ao 4º trimestre de 2004 e um aumento de 8,67% sobre o primeiro trimestre de 2004. Os estados que mais abateram bovinos foram: São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. Na região Norte, destaque para o estado do Pará.

Abrindo por categoria, bois foi a categoria mais abatida no período, representando 45,51% do abate total de animais, vacas 39,19% e novilhos 15,20%. Observa-se, ainda, uma maior participação do abate de vacas do que aquela registrada no primeiro trimestre de 2004 (35,92%). O peso total das carcaça de bovinos no primeiro trimestre de 2005 foi de 1,463 bilhão de quilos, aumento de 7,58% sobre o primeiro trimestre de 2004 e queda de 3,25% sobre o quarto trimestre de 2004.

Suínos

O número de suínos abatidos foi de 5,331 milhões de unidades, indicando uma variação positiva de 0,13% sobre o 1º trimestre de 2004 e variação negativa de 1,25% sobre o 4º trimestre de 2004. Os estados da região Sul lideram o abate de suínos. No Sudeste, a importância de Minas Gerais deve ser salientada.

Em termos de peso de carcaça, observa-se aumento de 5,58% com relação ao 1º trimestre de 2004 e de 4,08% sobre o 4º trimestre daquele ano. Verificou-se aumento do peso médio unitário dos animais abatidos que ficou em torno de 90 quilos, contra 86 quilos dos trimestres em comparação.

Frangos

Foram abatidas 904,267 milhões de unidades de frangos. Registrou-se uma variação positiva de 6,54% em relação ao 1º trimestre de 2004 e variação negativa de 2,91% sobre o 4º trimestre de 2004. Os estados que mais abateram frangos foram Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Ao observar o peso de carcaça, verifica-se aumento de 9,00% com relação ao 1º trimestre de 2004 e variação negativa de 1,34% sobre o 4º trimestre daquele ano. O peso médio unitário dos frangos abatidos ficou em torno de 2 quilos.

Captação e Industrialização do leite

No 1º trimestre de 2005, foram adquiridos pelas indústrias e laticínios com inspeção 3,961 bilhões de litros de leite, que representa variação positiva de 9,47% sobre o 1º trimestre de 2004 e variação negativa de 2,13% sobre o 4º trimestre de 2004. A variação negativa registrada no 1º trimestre de 2005 pode estar ligada à forte estiagem registrada em algumas Unidades da federação, principalmente no Sul do país, tendo impacto sobre a qualidade das pastagens. Minas Gerais é a principal unidade da federação em termos de captação do leite, adquirindo quase 30% do leite nacional. Em seguida, destacam-se os estados de São Paulo e Goiás.

Janeiro foi o mês de maior aquisição de leite em termos nacionais, cerca de 1,434 bilhão de litros, um volume 10,80% maior do que o registrado no mesmo mês de 2004. Fevereiro, por sua vez, pode ser considerado a entrada oficial da entressafra do produto, embora com o ganho tecnológico obtido pela produção, nos últimos anos, tal sazonalidade já seja bastante amenizada. Os preços no mercado estiveram melhores neste ano do que no ano anterior, compondo uma perspectiva favorável ao setor e incentivando investimentos.

Aquisição de couro

No 1º trimestre de 2005, foram adquiridas pelos curtumes e indústrias de couros 8,633 milhões de peças. Este número indica uma variação negativa na produção de 0,03% com relação ao 4º trimestre de 2004 e variação positiva de 2,04% sobre o mesmo período daquele ano. Para o couro efetivamente curtido, no 1º trimestre de 2005, registrou-se variações positivas de 0,29% e de 2,95%, respectivamente, quando comparado ao 4º e ao 1º trimestres de 2004. No acumulado do ano, o mês de março foi aquele que apresentou a maior aquisição de unidades de couro, seguido de perto por janeiro. A principal origem do couro adquirido foram os matadouros frigoríficos (58%).

Produção de ovos de galinhas

No primeiro trimestre de 2005, houve o registro de 482,300 milhões de dúzias de ovos, indicando uma queda de 1,17% em relação ao 4º trimestre de 2004, e aumento de 3,20% em relação ao 1º trimestre deste ano. Os principais estados produtores de ovos de galinha no período em análise foram São Paulo, Minas Gerais e Paraná, representando, respectivamente, 34,8%; 13,4% e 9,0% da produção nacional. Comparativamente ao 1º trimestre de 2004, verifica-se os maiores aumentos de produção na Paraíba (28,5%), Amazonas (21,1%), Pernambuco (18,2%) e no Piauí (16,9%), relacionados à inclusão de novos estabelecimentos produtores. A maior queda verificou-se Rio de Janeiro (- 13,4%), devido aos altos custos de manutenção da atividade no estado.

ESTOQUES DE GRÃOS (2º semestre de 2004)

Os resultados da Pesquisa de Estoques do 2º semestre de 2004 indicam que a rede armazenadora de produtos agrícolas em operação no país apresentou um acréscimo de 1,4% no número de estabelecimentos ativos, comparativamente ao 1º semestre de 2004. No final do 2º semestre de 2004, esta rede contava com 9.080 estabelecimentos ativos, dos quais 43,3% encontravam-se na região Sul, 25,4% na região Sudeste, 19,5% na Centro-Oeste, 8,5% na Nordeste e 3,3% na região Norte.

A capacidade útil das unidades armazenadoras do tipo armazéns convencionais, estruturais e infláveis somou 78.810.942 metros cúbicos, sendo que, deste total, um pouco mais de 70% estavam concentrado nas regiões Sudeste e Sul. As unidades armazenadoras dos tipos armazéns graneleiros e granelizados totalizaram 45.997.487 toneladas de capacidade útil, sendo que a região Centro-Oeste deteve 48,4% desta capacidade de armazenamento e a Sul 36,8%. Os silos para grãos apresentaram 34.725.022 toneladas de capacidade total no país, detendo a região Sul 53,2% deste total e as regiões Centro-Oeste e Sudeste 25,6% e 16,6%, respectivamente.

Os maiores estoques registrados em 31 de dezembro de 2004 foram os de milho em grão (6.664.026 t), de trigo em grão (4.253.620 t), de soja em grão (2.771.261 t), de café em grão (1.375.825 t) e os de arroz em casca (1.159.673 t). Quando comparados com os estoques existentes em 31 de dezembro de 2003, os estoques dos produtos arroz e milho apresentaram variações positivas de 85,1% e 8,9%, respectivamente. Para o café, trigo e soja constatou-se queda de 0,4%, 3,6% e 5,7% no volume estocado.