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Pesquisa do IBGE aponta desconcentração da indústria no Brasil

21/06/2005 07h01 | Atualizado em 21/06/2005 07h01

São Paulo, Paraná e Bahia lideram vendas de óleo diesel - produto mais vendido

De acordo com a PIA/Produto 2003, São Paulo é a principal área produtora de Bens Intermediários (39,5%), seguido por Minas Gerais (12,3%), Rio Grande do Sul (8,3%), Rio de Janeiro (7,6%) e Paraná (7,3%). Os cinco principais itens dessa categoria são: óleo diesel (com 69% das vendas em SP, PR e BA), minério de ferro (78% em MG e ES), açúcar cristal (70% em SP), adubos e fertilizantes(44% no PR e SP) e óleos combustíveis (63% em SP e RJ).

Entre os Bens de Consumo Semiduráveis e Não Duráveis, a liderança regional também permanece com São Paulo (46,1%), vindo a seguir Rio Grande do Sul (10,3%), Rio de Janeiro (7,0%), Minas Gerais (6,2%) e Paraná (5,7%). Os principais produtos desta categoria são gasolina (74% das vendas em SP, RJ e BA), cerveja e chope (56% em SP e RJ), álcool (61% em São Paulo), carnes e bovinos (67% em SP, GO e MT) e refrigerantes (52% em SP, RJ, RS e MG).

A produção de Bens de Capital apresentou a maior concentração em relação às outras categorias, com São Paulo liderando (55,4%), seguido por Rio Grande do Sul (13,7%), Paraná (8,2%), Rio de Janeiro (7,8%) e Minas Gerais (5,1%). Entre os itens que lideram as vendas de Bens de Capital estão aviões (100% das vendas em SP), caminhões pesados (95% das vendas em SP e RJ), tratores agrícolas (77% no RS e PR), máquinas para colheitas (94% no RS e PR) e computadores (71% em SP).

Na produção de Bens de Consumo Duráveis, destacam-se os estados de São Paulo (40,2%), Amazonas (24,6%), Paraná (9,3%), Minas Gerais (9,0%), Rio Grande do Sul (5,2%) e Bahia, que pela primeira vez aparece nesta categoria, passando de 0% para 4,8% de participação nas vendas. Entre os produtos, o destaque é Automóveis entre 1500 e 3000 cilindradas, o segundo no ranking nacional, que tem em São Paulo a principal parcela de suas vendas (63%). Automóveis de até 1000 cilindradas são o segundo item mais importante nessa categoria, seguido por telefones celulares.

Produção e venda dos cem principais produtos

Os cem maiores produtos/serviços da indústria brasileira em vendas R$ 338 bilhões de acordo com a PIA/Produto 2003, ou 52,6% das vendas levantadas pela pesquisa. Ocupou a primeira posição óleo diesel, que totalizou R$ 26,9 bilhões, com 69% de suas vendas originadas nos estados de São Paulo, Paraná e Bahia. Na segunda posição, o item automóveis entre 1500 e 3000 cilindradas respondeu por R$ 19,9 bilhões, com destaque de vendas para São Paulo (63%). Na terceira colocação ficou gasolina, que totalizou R$ 13,4 bilhões, com os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia respondendo por 74% das vendas do produto. minérios de ferro beneficiados ocuparam a quarta colocação, totalizando vendas de R$ 13,2 bilhões, com destaque para MG e ES, responsáveis por 78% das vendas desse produto. Em seguida vieram, automóveis de 1.000 cilindradas (5ª colocação), telefones celulares (6ª), açúcar cristal (7ª), adubos ou fertilizantes (8ª), óleo combustível (9ª) e cervejas e chope (10ª). Saltando da 16ª para a sexta colocação em vendas, telefones celulares representou em 2003 vendas de R$ 9,1 bilhões (2003), enquanto em 2000 totalizou R$3,6 bilhões. Amazonas responde por 62% das vendas desse produto.

Participaram da PIA/Produto 2003, que reúne informações sobre a produção, em quantidade e valor das principais indústrias brasileiras, 15.200 empresas, que informaram sobre a linha de produção de cerca de 20 mil plantas industriais e 3.500 itens que, em conjunto, representaram 77% das vendas totais da indústria brasileira naquele ano.

A Pesquisa Industrial Anual (PIA/Produto 2003) do IBGE confirma a continuidade do processo de desconcentração espacial da indústria no Brasil. Enquanto São Paulo registou perda de 3,9 pontos percentuais na participação das vendas em 2003 frente a 2000, apresentaram crescimento Paraná (1,3), Rio de Janeiro (0,8), Bahia (0,6) e Goiás (0,4). A liderança do estado de São Paulo persiste em todas as categorias de produtos, e a participação do estado totalizou 42,5% em 2003 frente a 46,4% em 2000.

As vendas dos produtos alcançaram R$ 738 bilhões frente a R$ 431 bilhões, em 2000, aumento que reflete em grande parte a evolução dos preços industriais (o índice de preços industriais da FGV variou 61% no período). Os seis estados que alcançaram os maiores valores de vendas, em 2003, foram os mesmos que em 2000: São Paulo (R$ 313,3 bilhões), Minas Gerais (R$ 73,4 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 64,6 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 54,4 bilhões), Paraná (R$ 52,8 bilhões) e Bahia (R$ 37,6 bilhões). Na sétima colocação em valor de vendas em 2003, Amazonas (R$ 30,2 bilhões) ocupou o lugar de Santa Catarina, que caiu para oitavo.

Em 2003, as vendas de óleo diesel (1º no ranking) totalizaram R$ 26,9 bilhões, vindo a seguir automóveis de 1500 a 3000 cilindradas (R$ 19,9 bilhões), gasolina automotiva (R$ 13,4 bilhões), minérios de ferro beneficiados (R$ 13,2 bilhões), automóveis de até 1000 cilindradas (R$ 9,8 bilhões) e telefones celulares (R$ 9,1 bilhões).



Bens intermediários crescem em razão das exportações

Duas categorias de produtos ganharam espaço e duas perderam na PIA Produto 2003 em relação a 2000. Bens Intermediários (produção de matérias-primas e insumos) apresentou o maior crescimento na pesquisa (3,9 pontos percentuais), passando de 54,9% (2000) para 58,8% (2003) do total das vendas. O crescimento resulta em grande parte do aumento nas exportações brasileiras, que têm forte presença de produtos semimanufaturados e do aumento da produção interna do setor de petróleo e derivados. Bens de Consumo Duráveis (automóveis, eletroeletrônicos, celulares) registrou elevação de 0,2 ponto percentual, passando de 8,0% para 8,2%.

Apresentou queda de 2,4 pontos percentuais Bens de Consumo Semiduráveis e Não Duráveis (vestuário, alimentos, bebidas), que passou de 24,6% para 22,2%, e de 1,9 ponto percentual a categoria de Bens de Capital (máquinas e equipamentos), que passou de 9,3% para 7,4%. As vendas de Serviços Industriais (como por exemplo serviços associados à extração de petróleo e gás; e manutenção de aeronaves) tiveram participação praticamente constante entre 2000 (3,2%) e 2003 (3,4%).