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Em abril, Produção Industrial ficou estável

Em abril, a produção industrial mostra variação nula frente ao mês anterior (0,0%), já descontados os efeitos sazonais, e expansão de 6,3% em relação a abril de 2004.

07/06/2005 06h31 | Atualizado em 07/06/2005 06h31

Em abril, a produção industrial mostra variação nula frente ao mês anterior (0,0%), já descontados os efeitos sazonais, e expansão de 6,3% em relação a abril de 2004.

O acumulado para o primeiro quadrimestre ficou em 4,5% e o acumulado nos últimos doze meses (7,5%) manteve o mesmo ritmo de março (7,6%).

A estabilidade na atividade industrial entre março e abril reflete equilíbrio: dez setores expandiram sua produção e, entre os 23 ramos que têm séries ajustadas sazonalmente, 12 apresentaram queda. O setor de vestuário manteve-se estável. Entre as indústrias que aumentaram a produção, os movimentos de maior importância para o resultado global vieram de alimentos (3,5%), indústrias extrativas (7,4%), veículos automotores (3,2%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (4,9%). Em contrapartida, as principais pressões negativas vieram de máquinas e equipamentos (-4,0%), farmacêutica (-6,2%), produtos de metal (-4,7%) e bebidas (-5,1%).

Ainda na comparação com março, nos índices por categorias de uso, o segmento de bens intermediários assinala a única taxa positiva (1,3%). Esse resultado, embora seja o segundo positivo consecutivo, não neutraliza a desaceleração observada nos dois primeiros meses do ano, período em que acumulou queda de 3,0%. Bens de capital volta a cair em relação ao mês anterior (-2,9%), após crescimento de 3,9% em março. A produção de bens duráveis apresenta queda de 0,3% na passagem de março para abril. O segmento de bens de consumo semiduráveis e não duráveis registra o terceiro resultado negativo consecutivo (-0,3%), acumulando perda de 4,4% nesse período, o que, de certa forma, anula o crescimento de 3,7% alcançado em janeiro.

Em relação a abril de 2004, o setor industrial cresce 6,3%, com as indústrias extrativas apontando aumento de 13,7%, o segundo maior impacto na formação da taxa global, e a indústria de transformação assinalando taxa de 5,9%. Dos 26 setores pesquisados na indústria de transformação, 22 tiveram resultados positivos, sendo que veículos automotores (14,8%) se mantém como o setor líder na formação da taxa global. Esse ramo industrial tem forte presença de itens de bens de consumo duráveis, segmento que tem liderado a expansão industrial nas comparações 2005/2004. Contribuindo positivamente, também merecem destaque os ramos de alimentos (6,0%), principalmente pelo item açúcar cristal, e de material eletrônico e equipamentos de comunicações (18,0%), influenciado, sobretudo, pelo item telefones celulares. Entre as quatro atividades que tiveram queda em relação a abril de 2004, a de maior pressão negativa continua sendo a de refino de petróleo e produção de álcool (-4,8%), em função da redução na fabricação do item óleo diesel e outros óleos combustíveis, embora a produção de álcool esteja crescendo.

Para o total da indústria, frente à média de crescimento do primeiro trimestre deste ano (3,8%), abril mostrou ritmo mais acelerado (6,3%). Esse movimento está presente em todas as quatro categorias de uso, sendo mais intenso nas áreas de bens de consumo, tanto nos duráveis quanto nos semiduráveis e não duráveis. No primeiro segmento, após crescimento de 12,0% no primeiro trimestre, foi registrada taxa de 17,8% em abril, em que destaca-se, sobretudo, a produção de automóveis (que passa de 13,1% no período janeiro-março para 23,6% em abril), enquanto que a produção de eletrodomésticos cai entre os dois períodos (de 1,3% para -2,8%). No caso dos bens de consumo semiduráveis e não duráveis, cujo aumento passou de 5,4% para 8,5%, o destaque foi a produção de carburantes, que avança de 5,1% para 14,5% nos períodos em comparação, sendo que, em abril, a produção de álcool foi de 91,7% e a de gasolina, 7,6%.

Ainda na comparação com abril de 2004, os índices por categorias de uso mostram uma evidente liderança de bens de consumo duráveis (17,8%), com ritmo bem superior ao da indústria geral (6,3%). Também com crescimento acima da média, o segmento de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (8,5%) tem o sexto resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação, com todos os subgrupos apresentando expansão, com destaque para o grupamento de outros não duráveis (10,4%). No setor de bens de capital (3,3%), predominam resultados positivos: 23,0% para bens de capital para construção; 14,8% para energia elétrica; 9,7% para transporte; 8,3% para máquinas e equipamentos para fins industriais e 3,3% para bens de capital para uso misto. Único subsetor com desempenho abaixo da média da categoria, bens de capital agrícolas (-37,2%) mantém uma seqüência de oito resultados negativos consecutivos. O desempenho de bens intermediários (3,8%) foi positivamente influenciado pelo comportamento de vários dos seus subsetores, com destaque para insumos industriais elaborados (3,4%) e, em especial, pelos itens cimento e tecidos de algodão. O único impacto negativo veio de combustíveis e lubrificantes elaborados (-11,5%), determinado, sobretudo, pela queda no item óleo diesel e óleos lubrificantes. Destacam-se, ainda, os índices positivos observados em insumos para construção civil (3,4%) e embalagens (5,5%).

O crescimento de 4,5% no acumulado de janeiro-abril, contra igual período de 2004, foi generalizado e atingiu 21 setores, quatro categorias de uso e 55 dos 76 subsetores industriais. No corte por atividades, a liderança permanece com veículos automotores (12,4%), sobretudo pela produção de automóveis. Também com influência positiva, vale citar as contribuições vindas de material eletrônico e de comunicações (14,0%), farmacêutica (13,7%) e edição e impressão (9,4%), cujos respectivos itens de maior destaque foram telefones celulares; medicamentos e revistas. Por outro lado, a principal pressão negativa veio de refino de petróleo e produção de álcool (-4,0%).

A análise do indicador acumulado nos primeiros quatro meses do ano, a partir dos índices por categorias de uso, mostra que bens de consumo duráveis (13,5%) apresenta a taxa mais elevada, seguido de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (6,2%), ambas com desempenhos acima da média nacional (4,5%). O segmento de bens intermediários cresce 2,1% e o de bens de capital, 2,8%.

Dos 55 subsetores que apresentam crescimento no período janeiro-abril, vale citar, pela magnitude das taxas, os resultados de extração de minerais metálicos não ferrosos (9,5%); fabricação de café (10,5%) e abate de bovino e suínos (10,3%), mais suscetíveis ao mercado externo. Há também índices positivos em alguns subsetores fabricantes de bens de consumo duráveis, como é o caso de automóveis (16,3%) e material eletrônico e equipamentos de comunicação (22,3%). Vale destacar o desempenho favorável da extração de petróleo e gás natural, que acumula em quatro meses expansão de 6,0%, e da produção de álcool (55,3%), influenciada pelo aumento da frota de veículos bi-combustíveis e de suas exportações. Entre os 21 subsetores que apresentaram queda na produção, destacam-se tratores, máquina e equipamentos agrícolas (-30,7%), adubos e fertilizantes (-11,9%), e sucos e concentrados de frutas (-11,4%).

O índice acumulado nos últimos doze meses também indica estabilidade no ritmo em abril (7,5%) e, praticamente, repete a taxa de março (7,6%). Este movimento é especialmente nítido em bens intermediários (6,5% em março e 6,4% em abril). O segmento de bens duráveis (19,2%), com taxa muito acima da média, tem ligeira desaceleração frente a março (19,6%). Com perda mais intensa, a categoria de bens de capital passa de 14,8% em março para 13,0% em abril. Já a produção de bens semiduráveis e não duráveis (5,2%) foi a única que teve pequeno ganho de ritmo em relação a março (4,8%).

Em síntese, a produção industrial mantém em abril um quadro de estabilidade. Tanto no índice mês/mês anterior, quanto no de média móvel trimestral, a comparação abril 05/março 05 mostra taxa de variação nula. Por categorias de uso, nos índices de média móvel trimestral, bens de consumo duráveis cresce 2,9% entre março e abril, enquanto bens intermediários confirma trajetória de estabilidade apontada pela indústria geral (0,1% no mesmo período). Nessa mesma comparação, o movimento dos setores de bens de capital (-0,8%) e de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-1,5%) é de queda. Ainda assim, observa-se nesse primeiro quadrimestre do ano, frente a igual período de 2004, aumento de 4,5% no total da produção fabril. O indicador quadrimestral registra crescimento desde o final de 2003, mas mostra desaceleração desde o último quadrimestre de 2004 (gráfico).