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Doenças crônicas atingem quase um terço da população brasileira

Diabetes, hipertensão, câncer, problemas de coluna e reumatismo estão entre as doenças crônicas que acometiam 52,6 milhões de brasileiros – ou 29,9% da população – em 2003, dos quais 22,1 milhões eram homens e 30,5 milhões, mulheres.

25/05/2005 07h01 | Atualizado em 25/05/2005 07h01

Diabetes, hipertensão, câncer, problemas de coluna e reumatismo estão entre as doenças crônicas que acometiam 52,6 milhões de brasileiros – ou 29,9% da população – em 2003, dos quais 22,1 milhões eram homens e 30,5 milhões, mulheres. No total, 9,7 milhões de pessoas tinham três ou mais doenças crônicas. No mesmo ano, 43,2 milhões eram associados a algum Plano de Saúde. Essas foram algumas das informações detectadas pelo Suplemento de Saúde da PNAD 2003, do IBGE, que visitou mais de 133 mil domicílios e entrevistou 384,8 mil pessoas.

A pesquisa também investigou como os brasileiros avaliam seu estado de Saúde – 78,6% o consideravam Muito bom e Bom – e constatou, ainda, que 62,8% da população haviam consultado um médico nos 12 meses anteriores, embora 15,9% nunca houvessem ido ao dentista, percentual menor que o verificado (18,7%) em 1998.

Em 2003, a PNAD Saúde também investigou a realização de três exames preventivos (clínico de mamas, câncer de colo de útero e mamografia) pelas mulheres, e constatou que 34,4% das brasileiras com mais de 40 anos nunca haviam se submetido a um exame clínico de mamas.

Em 2003, o Suplemento de Saúde da PNAD 2003 estimou que cerca de 78,6% dos 176 milhões de brasileiros avaliaram seu estado de Saúde como Muito Bom e Bom, e 3,4% como Ruim ou Muito Ruim. Os homens (81,0%) apresentaram um índice de satisfação maior que o das mulheres (76,3%).

Entre os entrevistados com até os 13 anos de idade, os índices de satisfação ficaram iguais – em cerca de 91,0% – para ambos os sexos, mas, nas faixas etárias acima dos 14 anos, as mulheres apresentaram, invariavelmente, níveis mais baixos de satisfação. A satisfação com a própria Saúde variou, também, em função dos rendimentos: de 72,7% entre os que ganhavam até um salário mínimo a 91,6% entre os que ganhavam mais de 20 salários mínimos.

Doenças crônicas acometem quase 30% dos brasileiros

O Suplemento de Saúde da PNAD 2003 estimou que 29,9% da população brasileira eram portadores de alguma doença crônica, como diabetes, reumatismo, hipertensão, câncer, tuberculose, cardiopatias e problemas de coluna, entre outros. Por sexo, os percentuais foram: mulheres (33,9%) e homens (25.7%). Em 1998, essa estimativa chegara a 31,6% da população. A proporção de portadores de doenças crônicas cresceu com a idade: ia de 9,1% na faixa de 0 a 4 anos, até 77,6%, na faixa dos 65 anos ou mais.

Entre as 52,6 milhões de pessoas que declararam ter doenças crônicas diagnosticadas por um profissional de Saúde, 18,5% (ou 9,7 milhões) informaram ter três ou mais doenças.

Foi constado, ainda, que nas duas semanas anteriores à pesquisa, 6,9% das pessoas entrevistadas tiveram suas atividades restringidas por problemas de Saúde. Novamente, a proporção de mulheres foi mais alta (7,6%) que a dos homens (6,1%). Em média, as restrições por problemas de Saúde duraram 5,4 dias e, nesse caso, os homens permaneceram restritos por mais dias que as mulheres.

Atendimento foi considerado Muito bom e Bom por 86% dos que buscaram os serviços de Saúde

A pesquisa revelou que 25,7 milhões de pessoas, ou 14,6% da população, buscou atendimento de saúde nos 15 dias anteriores à pesquisa, sempre maior a procura nos grupos extremos de idade. Dessas, 13,1 milhões foram por doença e 7,2 milhões para vacinação e outros atendimentos preventivos.

Mais da metade (57,2%) dos atendimentos foi pelo SUS, e 26,0% deles com participação parcial ou integral de planos de Saúde. Um detalhe: 86% dos atendimentos foram avaliados como Muito Bom ou Bom, percentual que aumentou para 92% no caso de atendimento odontológico. Em 1998, ambos os percentuais atingiram 86,2% e 93,1%, respectivamente.

Nos atendimentos odontológicos, a cobertura do SUS e dos planos de Saúde é baixa: 30,7% e 16,2%, respectivamente.

Mais de um milhão de brasileiros deixaram de procurar atendimento médico por falta de dinheiro

Entre os que buscaram atendimento e não conseguiram, os principais motivos indicados foram: indisponibilidade de senha ou de vagas (48,9%) e falta de médicos (25,5%).

Entre a 5,01 milhões de pessoas que sentiram necessidade mas não procuraram os serviços de Saúde, 23,8% (1,19 milhão) não o fizeram por falta de dinheiro; 18,1% por julgarem o atendimento muito demorado; 12,7% pela distância ou dificuldade de acesso e 12,7% por incompatibilidade de horário.

Cerca de 7% (12,3 milhões de pessoas) dos brasileiros haviam se submetido a uma ou mais internações hospitalares no ano anterior à pesquisa, e, entre estes, 20,7% tiveram reinternações no mesmo período. Entre as pessoas com 65 anos ou mais de idade, a taxa de internação era duas vezes maior: 14%.

Um em cada quatro brasileiros tem plano de Saúde

A PNAD Saúde estimou que 43,2 milhões de pessoas (24,6% da população) tinham planos de Saúde, e a maior parte destes (34,2 milhões) eram privados – individuais ou coletivos. Os nove milhões restantes estavam cobertos por planos de assistência ao servidor público (municipal, estadual ou militar). Em 1998, o percentual da população coberta por planos de Saúde era de 24,5%.

Na população urbana 28,0% estavam cobertos por planos de Saúde, contra apenas 6,0% da população rural. A proporção de mulheres com plano de Saúde (25,9%) era maior que a de homens (23,1%). Por faixas etárias, a proporção subia dos 19,8% na faixa de 0 a 18 anos, até os 29,8% na faixa dos 65 anos ou mais.

A proporção de pessoas com plano de Saúde era maior entre aqueles que avaliaram como Muito bom e Bom o próprio estado de Saúde (26,2%), caindo até 14,1% entre os com auto-avaliação Ruim ou Muito Ruim.

Maioria da população busca atendimento em Postos de Saúde

Em 2003, a PNAD Saúde estimou que 139,5 milhões de brasileiros (79,3% da população, contra 71,2% em 1998) dispunham de um serviço de Saúde regular: Postos de Saúde foram a modalidade mais citada (52,4% dos entrevistados), com consultórios particulares (18%), ambulatórios de hospitais (16,9%), pronto socorro ou emergência (5,8%), ambulatório ou consultório de clínicas (4,4%) e farmácia (1,4%) a seguir.

A proporção de mulheres que buscavam atendimento em Postos de Saúde era maior que a de homens (58,9% e 52,5%, respectivamente), enquanto a proporção masculina era maior entre os que se dirigiam a ambulatórios de hospitais (17,2 contra 16,6 para as mulheres).

A busca por atendimento em Postos de Saúde e ambulatórios de hospitais era mais freqüente entre a população com menor rendimento enquanto, inversamente, os consultórios particulares e os ambulatórios de clínicas foram mais referidos por aqueles com rendimento mais alto.

Quase 28 milhões de brasileiros nunca foram ao dentista

Ainda é grande a parcela de brasileiros que nunca foi ao dentista: 15,9% da população, ou 27,9 milhões de pessoas. Em 1998, essa proporção era de 18,7%. Entre os menores de cinco anos, a proporção dos que nunca consultaram um dentista era de 81,8%, caindo para 22,1% no grupo etário de 5 a 19 anos e para 6,3% entre os com 65 anos ou mais. Houve diferença entre os sexos: nunca tiveram atendimento odontológico 17,5% dos homens e 14,3% das mulheres. Nas populações urbana e rural, essas proporções atingiram 13,6% e 28,0%, respectivamente.

Enquanto 31% da população com rendimento mensal familiar de até um salário mínimo nunca fizeram uma consulta odontológica, a proporção caiu para 3% entre os que tinham rendimento superior a 20 mínimos.

A PNAD Saúde 2003 estimou que 62,8% da população consultaram um médico nos 12 meses anteriores à pesquisa (contra 54,7% em 1998). Por sexo, as proporções foram de 71,2% entre as mulheres e de 54,1% para os homens. Nas faixas etárias até cinco anos e acima de 65 anos as proporções foram as mais altas: 77,7% e 79,5%, respectivamente.

Pela primeira vez, a PNAD investiga três exames preventivos femininos

A PNAD Saúde 2003 estimou que 34,4% das mulheres de mais de 40 anos nunca haviam se submetido a um exame clínico de mamas realizado por profissional de Saúde. No entanto,65,6% das mulheres com mais de 40 anos já haviam feito este exame, e mais da metade (57,4%) destas, há menos de um ano.

Praticamente a metade das mulheres de 50 anos ou mais nunca havia se submetido a uma mamografia :50,3% delas disseram já ter feito este exame alguma vez na vida e, dessas, 55,9% disseram tê-lo feito no ano anterior à pesquisa.

Em compensação, 79,1% das mulheres brasileiras acima de 24 anos já fizeram exame preventivo de câncer de colo de útero pelo menos uma vez na vida.