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IBGE divulga perfil das mães que tiveram o primeiro filho na adolescência e na meia idade

O IBGE acaba de divulgar o perfil socioeconômico de mães que tiveram o primeiro filho em idades precoce e muito jovens (10 a 19 anos de idade) e as em idades relativamente avançadas ( entre 40 e 49 ano), próximas do término do período fértil feminino.

06/05/2005 07h01 | Atualizado em 06/05/2005 07h01

O IBGE acaba de divulgar o perfil socioeconômico de mães que tiveram o primeiro filho em idades precoce e muito jovens (10 a 19 anos de idade) e as em idades relativamente avançadas ( entre 40 e 49 ano), próximas do término do período fértil feminino1. No Brasil, a idade média das mulheres, que foram mães pela primeira vez reduziu-se de 22 anos, em 1991, para 21,6 anos, em 2000. A pesquisa investigou as mulheres, por grupos de idade, que foram mães por primeira vez no período de referência de 12 meses anteriores as datas dos Censos Demográficos de 1991 e de 2000.

A idade média das mães por primeira vez posicionou-se em níveis extremamente baixos por causa da precocidade com que as mulheres brasileiras estão iniciando a formação de sua prole. As idades médias mais tardias com as quais as mulheres tiveram seus primeiros filhos nascidos vivos foram observadas no Rio de Janeiro, em 1991, e no Distrito Federal, em 2000 (23,1 anos e 22,3 anos, respectivamente). Este fenômeno também foi verificado, em 2000, nos estados de São Paulo (22,5%) e Rio Grande do Sul (22,4). No extremo oposto, está a região Norte onde foram verificadas as idades médias mais baixas com as quais as mulheres tiveram o primeiro filho, com destaque para o Acre com idade média abaixo dos 20 anos.

No Brasil, em 1991, 32,5% dos primeiros nascimentos estavam concentrados nas mães com idade entre 10 e 19 anos. Já em 2000, esta concentração superou os 38%, e atingiu 73% ao serem agregados os primeiros nascimentos de mães com idades entre 20 e 24 anos. Novamente o Acre se destaca com a concentração desses dois grupos de idade, a proporção foi de quase 88%.

MÃES PELA PRIMEIRA VEZ NA MEIA IDADE

A pesquisa do IBGE confirma, também, uma tendência verificada nos grandes centros urbanos: o tímido crescimento da participação das mulheres de 40 a 49 anos de idade, mães por primeira vez, no total de mães no pais. Em 1991, as mães que tiveram o primeiro filho na meia idade eram 7.142 (0,67%) e, em 2000, somavam 9.063 (0,79%). Ainda que em número absolutos este grupo de mães seja pequeno, esse fenômeno já pode ser acompanhado, principalmente, nos estados do Rio de Janeiro (passou de 0,91%, em 1991, para 1,09%, em 2000) e São Paulo ( de 0,65% para 0,87%).

Com as informações censitárias foi possível, também, identificar as características que diferenciam o grupo das mães jovens das mais velhas. As mães, por primeira vez, com idades entre 40 e 49 anos, fazem parte de um segmento populacional com alta escolaridade (59,1% tem oito anos ou mais de estudo) e pertencem a famílias com alto poder aquisitivo ( 25,7% com rendimento mensal familiar de mais de 10 salários mínimos). A maioria delas se declararam brancas (58,7%) e pardas (31,7%). Além disso, 58,8% são economicamente ativas e 79,3% estavam unidas ou já tinham experimentado uma união no passado.

Já o perfil socioeconômico das mães jovens, que tiveram o primeiro filho, é bem diferente. Elas apresentaram pouca escolaridade e baixos rendimentos. A proporção das mães economicamente ativas é baixa para esta faixa de idade e, em relação as mães mais velhas, menos jovens se declararam brancas. Outro aspecto importante a ser observado é que apenas 54,7% das adolescentes (de 10 a 14 anos de idade) afirmaram que viviam ou já tinham vivido em união.

Em relação as meninas de 10 a 14 anos de idade, a maternidade precoce se apresenta de forma mais concentrada entre as que tinham baixa escolaridade, com destaque para aquela que estavam cursando ou haviam concluído o ensino fundamental, independentemente do nível da renda familiar. Já as adolescentes e jovens com idades entre 15 e 19 anos, em famílias com até 3 salários mínimos de rendimento total, experimentaram também a maternidade com uma escolaridade equivalente ao ensino fundamental. Mas, a partir da classe de mais de 3 salários mínimos de renda familiar, a concentração de mães por primeira vez passa a ser observada entre aquelas com altos níveis de escolaridade.

MÃES PELA PRIMEIRA VEZ NA ADOLESCÊNCIA

O ano 2000 foi pontualmente escolhido por uma parcela das mulheres/famílias que tiveram seus primeiros descendentes. O percentual de mães por primeira vez em relação ao total de mães elevou-se de 34,3%, em 1991, para 40%, em 2000. Em números absolutos, isto corresponde a 1,068 milhão mulheres que foram mães por primeira vez, em 1991, contra 1,290 milhão de mães em 2000.

Entretanto, se observa uma situação preocupante entre as mães precoces. Em 2000, no estado de Alagoas, 18,5% das mães de 10 a 14 anos já possuíam uma prole de pelo menos dois filhos nascidos vivos. Em outros Estados do Nordeste e do Norte tais como em Sergipe (12,1%), Bahia (14,2%), Pernambuco (15,8%), Amapá (16,6%), Rondônia (14,0%) e Acre (6,2%) o quadro da maternidade precoce, com uma descendência de 2 ou mais filhos, se repete.

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1Ainda que, para esta primeira versão, não estejam totalmente elaboradas as tabulações correspondentes à situação de residência urbana e rural, à freqüência à escola, às condições de saneamento do domicílio, ao desmembramento da categoria de nupcialidade em "vive em companhia de cônjuge" e "já viveu em companhia de cônjuge" e ao cruzamento entre elas, os resultados obtidos até o momento já são suficientemente capazes de traçar o perfil sociodemográfico de ambos os grupos de mães. Em sua versão final será incorporada a bibliografia de referência.