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Safra de 2005 poderá alcançar 119, 488 milhões de toneladas

A produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) poderá alcançar 119,488 milhões de toneladas em 2005...

20/04/2005 06h31 | Atualizado em 20/04/2005 06h31

A produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) poderá alcançar 119,488 milhões de toneladas em 2005, acréscimo de apenas 0,10% em relação a 2004, quando foram obtidas 119,369 milhões de toneladas. Todas as Grandes Regiões apresentam previsão de crescimento em relação ao ano anterior, com exceção da região Sul, que apresentou redução de 15,77%.

Os dados são da estimativa de março para a safra de 2005, projetada pelo IBGE por meio do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). Essa estimativa envolve ainda algumas simulações, principalmente para os cultivos de inverno (trigo, aveia, centeio e cevada), e para as segunda e terceira safras de alguns produtos, que ainda não têm uma primeira estimativa de produção por causa do calendário agrícola.

A distribuição regional da produção, prevista para 2005, de cereais, leguminosas e oleaginosas é a seguinte: Centro-Oeste, 37,89%; Norte, 3,36%; Nordeste, 8,90%; Sudeste, 15,42% e Sul, 34,43%. Todas as grandes regiões produtoras, com exceção da região Sul apresentam acréscimo em relação à safra anterior: Centro-Oeste (13,24%), Norte (12,97%), Nordeste (13,75%), Sudeste (4,43%) e Sul (-15,77%).



Situação das lavouras em março em relação a fevereiro de 2005

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de março, em comparação com o mês anterior, destacam-se as variações nas estimativas de produção de quatro produtos: algodão herbáceo (7,40%), feijão 1ª safra (-3,13%), mamona (6,09%) e soja em grão (-2,89%).

O acréscimo verificado na estimativa de produção de algodão herbáceo, em março, deve-se a novas informações dos estados da Bahia, São Paulo e Goiás, onde foram detectadas novas áreas de plantio e que, respectivamente, apresentam aumentos de 25,25%, 35,89% e 4,92% na produção esperada para essa safra.

No caso do feijão 1ª safra, a queda de 3,13% observado nos dados de produção para este mês, decorre principalmente do estado do Ceará, que, em relação ao mês passado, diminuiu 4,51% na área e, 22,10% na produtividade. Fortes estiagens ocorridas no Estado, foram razão desse significativo decréscimo.

Quanto à mamona, a previsão de produção para este mês acusa uma expansão de 6,09% em relação ao mês anterior. Os maiores acréscimos verificados em março, estão em Minas Gerais (8,47%) e São Paulo (62,38%). O decréscimo de 23,12% no Ceará, deve-se às estiagens observadas no período. As variações positivas em Minas Gerais e São Paulo, são decorrentes do novo momento em que se encontra a cultura da mamona na agricultura brasileira, em que se destacam as iniciativas governamentais direcionadas ao produto.

A cultura da soja vem apresentando forte queda de produtividade por causa das estiagens prolongadas, verificadas nos principais pólos produtores. Observa-se, em março, uma queda de 2,89%, quando comparada ao mês passado. Isso ocorre em virtude de novas informações de campo do Estado do Mato Grosso do Sul, onde houve reduções de 19,67% na produção e 19,23% na produtividade esperada.

Situação das lavouras em março de 2005 em relação à produção obtida em 2004

Dentre os produtos analisados, apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (6,74%), feijão em grão 1ª safra (8,66%), mamona (54,04%), e soja em grão (7,64%). Com variação negativa: arroz em casca (-0,82%), feijão em grão 2ª safra (-5,24%), feijão em grão 3ª safra (-0,28%), milho em grão 1ª safra (-9,23%), milho em grão 2ª safra (-4,95%), sorgo (-24,68%) e trigo (-0,25).

A safra de 2005, como a de 2004, é marcada por condições climáticas muito severas, onde a carência de chuvas ocasionou perdas muito significativas na produção agrícola do país. Entre os produtos mais afetados encontram-se a soja e o milho, com ênfase na região Sul e parte da região Centro-Oeste, sendo o Mato Grosso do Sul o estado mais prejudicado até o momento.

De modo geral, quando se compara as informações de dezembro de 2004, época em que foi divulgada a terceira expectativa de produção para 2005 (prognóstico), havia uma previsão de 134,906 milhões de toneladas. Hoje, após o transtorno ocasionado pela falta de chuvas, a estimativa fica em torno de 119,488 milhões de toneladas, contabilizando-se um prejuízo de cerca de 15,5 milhões de toneladas, quando confrontamos as duas divulgações, dezembro/2004 e março/2005.

No Rio Grande do Sul, onde os danos foram maiores, constatou-se para a soja e o milho, considerando as épocas acima citadas, (dezembro/2004 e março/2005), perdas da ordem de 3,4 milhões de toneladas para o milho e 6,4 milhões de toneladas para a soja. As estimativas de produção (março/2005) são de 1,5 milhão de toneladas para o milho e 3 milhões de toneladas para a soja.

No Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Goiás, também considerando aqueles períodos, as perdas para a soja, cultura mais prejudicada, foram respectivamente: 2,8 milhões de toneladas, 280 mil toneladas e 1,2 milhão de toneladas.

Ressalta-se que este quadro de perdas ainda pode ser ampliado durante o andamento da colheita, pois as chuvas em excesso vêm ocasionando problemas às lavouras, principalmente de soja, na região Centro-Oeste, com destaque para Mato Grosso e parte da Região Sul. Nos levantamentos futuros teremos condições de mensurar essas novas quebras ocorridas por ocasião da colheita.

Quanto ao milho 2ª safra, que se encontra no estágio de crescimento vegetativo, e em algumas regiões ainda em semeadura, sobretudo naqueles locais onde o plantio é efetuado mais tarde, espera-se uma produção de 10,137 milhões de toneladas para a safra de 2005, volume 5% inferior ao obtido no ano passado. O Paraná, maior produtor nacional, espera colher cerca de 3,075 milhões de toneladas, menor 8% do que a obtida na safra 2004. Minas Gerais e Goiás tiveram ainda reduções de 8% e 32%, respectivamente, em relação ao ano anterior. Já Mato Grosso, outro grande produtor, indica um crescimento de 3%, aguardando uma produção de cerca de 3 milhões de toneladas.