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Safra de 2004 foi de 119,0 milhões de toneladas, 3,68% menor que a de 2003

A produção nacional da safra de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) foi de 119,085 milhões de toneladas...

27/01/2005 07h31 | Atualizado em 27/01/2005 07h31

As condições climáticas acham-se normais nas regiões e estados pesquisados, com precipitações regulares e bem distribuídas. A exceção é o Rio Grande do Sul, onde fortes estiagens vêm castigando um grande número de municípios e ocasionando sérios prejuízos ao setor agrícola do estado. Há alguns casos de excesso de umidade, porém, são ocorrências isoladas, sem grandes comprometimentos para as lavouras. No caso do Rio Grande do Sul, além da redução na lavoura de grãos (cuja avaliação mais clara em termos de mensuração de perdas será feita na análise de janeiro), a falta de chuvas também ocasionou perdas relevantes na cultura da maçã, principalmente em relação à qualidade do fruto.

A produção nacional da safra de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) foi de 119,085 milhões de toneladas, 3,68% menor que a colhida em 2003 (123,632 milhões de toneladas). Em relação a novembro, observa-se uma queda de 0,13%, quando foi informado um volume de 119,242 milhões de toneladas. A distribuição regional da produção obtida de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2004 é a seguinte: 48,768 milhões de toneladas na região Sul; 39,868 milhões de toneladas no Centro-Oeste; 17,641 milhões de toneladas no Sudeste; 9,384 milhões de toneladas no Nordeste e 3,424 milhões de toneladas no Norte.

Em relação a novembro de 2004, cai a produção do feijão 2ª safra e do trigo

Na comparação com a safra de novembro de 2004, destacam-se as variações na estimativa de produção do feijão em grão 2ª safra (-1,37%) e do trigo (-2,48%). Esses resultados decorrem dos respectivos ajustes na Bahia (-2,70%) e no Rio Grande do Sul (-8,72%), uma vez que a colheita nacional dos produtos da safra de 2004 já encerrou. Na Bahia, foi colhida uma produção de feijão da ordem de 218 mil toneladas (-7,40%), enquanto que, no Rio Grande do Sul, a produção de trigo chegou a 2,061 milhões de toneladas, ou seja, 14% menor que a obtida em 2003.

 

Na comparação com 2003, crescimento do algodão herbáceo em caroço chega a 62%

Dentre os produtos analisados, três apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (62,00%), arroz em casca (28,51%) e sorgo em grão (21,68%). Com variação negativa ficaram: feijão em grão 1ª safra (-12,12%), feijão em grão 2ª safra (-7,26%), feijão em grão 3ª safra (-9,95%), milho em grão 1ª safra (-10,47%), milho em grão 2ª safra (-18,68%), soja em grão (-4,39%) e trigo (-3,56%).

O encerramento da colheita de todos os produtos pesquisados pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), tanto das lavouras anuais (temporárias), como dos cultivos perenes (permanentes), acontece em dezembro.

 

Safra de 2005 pode chegar a 134,9 milhões de toneladas, 13,29% maior que a de 2004

O IBGE realizou, em dezembro, o 3º prognóstico de informações sobre as áreas plantadas, bem como da produção para a safra de 2005, nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, e nos estados de Rondônia, Bahia, Piauí e Maranhão. Segundo a estimativa, a produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas é estimada em 134,900 milhões de toneladas, 13,29% maior do que a registrada em 2004.

Para a estimativa da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas da safra 2005, além das regiões e estados onde a pesquisa foi realizada, também foram consideradas as culturas de inverno (aveia, centeio, cevada e trigo) e os produtos de 2ª e 3ª safras. No entanto, por causa do calendário agrícola, para os estados que ainda não dispõem de estimativas iniciais, algumas informações da safra de 2004 foram repetidas para 2005.

Em 2005, amendoim em casca 1ª safra, arroz em casca e soja em grão indicam crescimento na área plantada

Dentre os produtos investigados, três apresentam variação positiva em relação à área plantada em 2004: amendoim em casca 1ª safra (0,56%), arroz em casca (0,94%) e soja em grão (6,17%). Já os que apresentam variação negativa são: algodão herbáceo (-4,09%), feijão em grão 1ª safra (-10,99%) e milho em grão 1ª safra (-4,93%). Em relação às quantidades esperadas, arroz em casca (0,81%), feijão em grão 1ª safra (10,58%), milho em grão 1ª safra (4,60%) e soja em grão (28,87%) apresentam variação positiva. Por outro lado, com variação negativa há: algodão herbáceo (-2,78%) e amendoim em casca 1ª safra (-5,69%).

A estimativa para o algodão herbáceo em dezembro (3,512 milhões de toneladas) não difere muito da projetada em novembro (3,531 milhões de toneladas), no entanto, é 2,78% menor que a obtida em 2004 (3,612 milhões de toneladas). A principal causa dessa diminuição são os preços ora praticados, que se encontram em patamares menores do que os comercializados anteriormente. No principal estado produtor, Mato Grosso, é aguardada uma produção de 1,406 milhão de toneladas, 18,16% menor que a obtida em 2004. A área plantada também apresenta queda significativa: -20,26% em 375 mil hectares.

Para a cultura do arroz, prevê-se crescimento de 0,94% na área plantada (3,809 milhões de hectares) e de 0,81% na produção estimada (13,370 milhões de toneladas). Em relação a novembro, verificam-se pequenos aumentos nas áreas plantadas e na produtividade do Rio Grande do Sul (5.853 kg/há) e do Mato Grosso (2.937 Kg/há), os principais estados produtores. Esse aumento na área plantada justifica-se pela incorporação de novas áreas ao processo produtivo.

Para o feijão 1ª safra é previsto um volume da ordem de 1,580 milhão de toneladas, ou seja, 10,58% maior que o de 2004. A área plantada acusa queda de 11% (2,210 milhões de hectares) e o índice de produtividade apresenta um aumento de 12,24%. As principais causas para essa diminuição de 11% foram os preços, a escassez de mão-de-obra e a preocupação com o clima. No Paraná, maior produtor nacional, a colheita, em andamento, está sendo prejudicada pelo excesso de chuvas, assim como as lavouras em desenvolvimento.

No caso do milho da 1ª safra, a previsão é que haja uma redução de 4,93% na área plantada, em decorrência dos baixos preços vigentes hoje no mercado. Com a produtividade aumentada em 5% (3.600 kg/ha), espera-se uma produção de 32,486 milhões de toneladas. Entre os estados, os maiores crescimentos são no Rio Grande do Sul (49%) e em Santa Catarina (27%), apesar da queda de 5,92% no Paraná.

Quanto à soja, a produção acha-se estimada em 63,432 milhões de toneladas, ante 49,222 milhões de toneladas obtidas em 2004, portanto, um aumento de 29%. Com os preços em baixa, este significativo aumento na produção de soja é justificado pela falta de opção de plantio para outras culturas, uma vez que o milho também apresenta cotações bem aquém das esperadas. Considerando-se as grandes regiões produtoras de soja do país, observam-se os seguintes aumentos na produção: 867 mil toneladas (4,95%) no Norte; 4,055 milhões de toneladas (10,88%) no Nordeste; 4,941 milhões de toneladas (9,47%) no Sudeste; 22,729 milhões de toneladas (40,32%) no Sul e 30,841 milhões de toneladas (28,36%) no Centro-Oeste.