Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

IPCA de dezembro foi de 0,86%

No ano, índice acumulou 7,60% e ficou 1,70 ponto percentual abaixo dos 9,30% de 2003. Dentre os grupos de produtos pesquisados pelo IBGE, Comunicação (13,91%) apresentou ...

14/01/2005 07h31 | Atualizado em 14/01/2005 07h31

INPC de dezembro foi de 0,86%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC teve variação de 0,86% em dezembro e ficou acima da taxa de 0,44% de novembro em 0,42 ponto percentual. Os preços dos alimentos tiveram variação de 0,68%, acima da taxa de -0,09% registrada em novembro. O resultado dos não alimentícios (0,94%) também foi superior ao de novembro (0,67%). O maior índice regional foi em Recife (1,72%) e Curitiba (0,39%) ficou com o menor.

Em 2004, o INPC acumulou uma variação de 6,13%. Os alimentos tiveram alta de 2,92%, enquanto os não alimentícios aumentaram 7,56%. Em 2003 o resultado do ano foi 10,38%, com alta de 7,17% nos alimentícios e 11,88% nos não alimentícios. Os resultados por grupo foram:



Dos índices regionais, o maior foi verificado em Curitiba (8,64%). O menor foi o de Salvador (3,88%).



Calculado pelo IBGE desde 1979, o INPC refere-se às famílias com rendimento monetário de 01 a 08 salários-mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange nove regiões metropolitanas do País, além do município de Goiânia e de Brasília. Para cálculo do índice de dezembro foram comparados os preços coletados entre 26 de novembro e 27 de dezembro (referência) com os preços vigentes entre 28 de outubro e 25 de novembro (base).

Após a gasolina, veio o telefone fixo (14,76%), com 0,48 ponto percentual, seguido por energia elétrica (9,64%), com 0,44 ponto. Os três, juntos, foram responsáveis por 1,51 ponto percentual do IPCA.

Os alimentos aumentaram 3,86% e ficaram abaixo do índice do ano. Alguns produtos se destacaram com preços mais altos, a exemplo da batata-inglesa (34,63%), açúcar cristal (19,52%) e feijão carioca (16,82%). Outros, como farinha de mandioca (-20,19%), arroz (-17,14%) e óleo de soja (-11,27%) ficaram mais baratos.

Produtos não alimentícios

Os preços dos produtos não alimentícios aumentaram 8,74%, sendo 3,90% no primeiro semestre e 4,65% no segundo. Em 2003 a alta foi de 9,87%, com 6,69% no primeiro e 2,98% no segundo.

A gasolina, que teve três reajustes no ano e, com 14,64% ficou com a maior contribuição individual (0,59 ponto percentual), registrou o maior aumento em Fortaleza (22,66%) e o menor em Belém (6,19%). Em 2004, a variação foi de apenas 1,24%. Já o álcool combustível, com aumentos praticados nas usinas de cana, subiram 31,58%, enquanto em 2003 houve queda de 12,59%. Quanto ao gás de cozinha, subiu 7,15%, mais do que em 2003, quando ficou em 2,91%.

Índices regionais

O maior índice regional no ano foi registrado em Curitiba (9,44%) tendo em vista, principalmente a alta das tarifas de ônibus urbano (15,15%) e de energia elétrica (22,15%), responsáveis por 1,26 ponto percentual do índice . O menor foi o índice de Salvador (5,68%).



No ano, índice acumulou 7,60% e ficou 1,70 ponto percentual abaixo dos 9,30% de 2003. Dentre os grupos de produtos pesquisados pelo IBGE, Comunicação (13,91%) apresentou a maior variação de preços ao longo de 2004, e Alimentação e Bebidas (3,86%) a menor.

Em dezembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA teve variação de 0,86% e ficou 0,17 ponto percentual acima da taxa de 0,69% de novembro. Pelo terceiro mês consecutivo, o índice foi pressionado por aumentos dos combustíveis. A gasolina ficou 5,06% mais cara para o consumidor e, com isto, foi o principal impacto individual no mês, 0,21 ponto percentual. Considerando o aumento de 1,45% em outubro mais o de 2,56% de novembro, o preço do litro subiu 9,31% nos três últimos meses. A alta é conseqüência dos reajustes de 4% e 7% nas refinarias em 15 de outubro e 26 de novembro, além do repasse de aumentos nos preços do álcool utilizado na mistura com a gasolina. Para o consumidor, o álcool combustível subiu 2,81% em dezembro, totalizando 20,36% nos três últimos meses do ano.

O IPCA também foi influenciado pelas tarifas de ônibus urbanos, 1,60% mais caras com os reajustes ocorridos em Recife (11,38%), Belo Horizonte (7,84%) e Fortaleza (5,33%). Além disso, a conta de água e de esgoto subiu 1,79%, com reajustes no Rio de Janeiro (11,68%) e Fortaleza (7,43%).

Já o grupo Alimentação e Bebidas, após manter-se estável em novembro, subiu 0,65% em dezembro, já que o crescimento de preços das carnes (3,55%) foi o segundo maior impacto do mês (0,10 ponto percentual). Vários produtos, no entanto, ficaram mais baratos, como a batata-inglesa (-8,92%), óleo de soja (-3,06%), arroz (-2,98%), farinha de trigo (-2,41%) e macarrão (-1,63%).

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange nove regiões metropolitanas do País, além do município de Goiânia e de Brasília. Em dezembro de 2004 foram comparados os preços coletados entre 26 de novembro e 27 de dezembro (referência) com os preços vigentes entre 28 de outubro e 25 de novembro (base).

Índices regionais

O maior índice regional foi de Belo Horizonte (1,42%) em razão de alguns itens acima das médias nacionais: alimentos (1,18%), gás de cozinha (2,15%), ônibus urbano (7,84%) e táxi (9,72%). O menor foi o de Curitiba (0,53%), onde o aumento da gasolina (1,93%) foi inferior ao das demais regiões e os resultados de itens importantes foram negativos: gás de cozinha (-0,02%), alimentos (-0,04%) e álcool (-0,49%).



IPCA acumula 7,60% no ano

O IPCA teve variação de 7,60% em 2004 e ficou abaixo do resultado de 9,30% de 2003 em 1,70 ponto percentual. Os principais fatores que levaram à desaceleração da taxa anual foram:

  • Boa oferta de produtos agrícolas, tornando mais baratos alimentos importantes no consumo das famílias, a exemplo do arroz, com queda de 17,14% e responsável pelo principal impacto individual negativo no ano, 0,19 ponto percentual;
  • Influência do câmbio apreciado, fazendo produtos como artigos de limpeza (3,74%) e de higiene pessoal (3,05%) apresentarem variações "moderadas". Aliado à boa safra do ano, o câmbio favoreceu a queda de preços de produtos vinculados ao mercado internacional, a exemplo do óleo de soja (-11,27%) e da farinha de trigo (-3,39%).
  • Inexistência de reajustes anuais de transporte público em algumas regiões. Administrados pela esfera municipal, os ônibus urbanos, de peso significativo no orçamento familiar, terminaram o ano com tarifas estáveis em quatro regiões e o resultado do item ficou em relativa moderação (4,74%). Outros transportes de uso público também não apresentaram reajustes em algumas regiões pesquisadas e o resultado foi inferior ao índice geral. É o caso dos ônibus intermunicipais (4,84%) e do táxi (4,24%).

Em contraposição, algumas pressões "forçaram" o resultado do IPCA para cima:

  • Alta nos preços internacionais do petróleo, ocasionando três reajustes da gasolina nas refinarias: 10,8% em 15/06; 4,0% em 15/10 e 7,0% em 26/11. Com estes reajustes e mais o do álcool, que entra na proporção de 25% em sua mistura, a gasolina subiu 14,64% nos postos. Foi o maior impacto individual no índice do ano (0,59 ponto percentual).

  • Alta substancial nos preços da cana-de-açúcar em função de problemas climáticos que prejudicaram as lavouras e da tentativa, por parte dos usineiros, de recuperar preços "deprimidos". O álcool subiu 31,58% , ao passo que em 2003 havia caído 12,59%.
  • Alta expressiva de insumos metálicos e derivados do petróleo, influenciando o custo de produtos importantes e seu preço final ao consumidor. Aumentos sucessivos, iniciados no final de 2003, de itens como aço, ferro e resinas plásticas, se propagaram aos preços no varejo ao longo de 2004. Os automóveis novos e os eletrodomésticos, por exemplo, ficaram 13,65% e 9,62% mais caros, respectivamente.
  • Alta nas tarifas de serviços públicos importantes como energia elétrica (9,64%) e telefone fixo (14,76%). A energia elétrica teve aumento significativo mesmo com a revisão tarifária favorável em algumas regiões e com a diminuição do valor da parcela da conta referente ao encargo de capacidade emergencial. Já o telefone fixo agregou, além do reajuste anual, um reajuste extra dividido em duas parcelas, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O ano de 2004 mostrou certa estabilidade de comportamento ao longo dos meses. A taxa mensal mais baixa (0,33%) ocorreu em setembro, quando os alimentos tiveram "deflação" e poucos itens pressionaram o resultado. A mais alta (0,91%) foi a de julho, mês de impacto forte de itens "de peso" como energia elétrica, telefone fixo e gasolina, além dos alimentos.

Dentre os grupos, pelo segundo ano consecutivo, Comunicação, com 13,91%, foi o que apresentou a variação mais expressiva. Alimentação e Bebidas foi o grupo de menor resultado, com 3,86%.