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Produção Industrial tem variação de -0,4% em novembro

Em novembro de 2004, a produção industrial variou -0,4% em relação a outubro, na série livre de influências sazonais.

11/01/2005 07h31 | Atualizado em 11/01/2005 07h31

Em novembro de 2004, a produção industrial variou -0,4% em relação a outubro, na série livre de influências sazonais. Nos demais confrontos, os resultados prosseguem positivos: 8,1% em relação a novembro de 2003; 8,3% no acumulado de janeiro a novembro e 8,1% no acumulado nos últimos doze meses.

A queda de 0,4%, observada na passagem de outubro para novembro do ano passado, reflete o comportamento adverso de 16 dos 23 ramos pesquisados que têm séries ajustadas sazonalmente, sendo particularmente significativo nas seguintes indústrias: farmacêutica (-7,5%), metalurgia básica (-3,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,5%) e produtos de metal (-3,0%). Por outro lado, as principais pressões positivas vêm de material eletrônico e equipamentos de comunicações (11,1%) e alimentos (2,8%).

Ainda na comparação com outubro de 2004, nos índices por categorias de uso, observa-se que somente bens intermediários apresenta queda (-1,1%). Já bens de consumo semi e não duráveis (0,5%) alcança o maior ritmo entre as categorias de uso, seguida de bens de capital e bens de consumo duráveis, ambas com crescimento de 0,2%. A produção de bens intermediários, segmento de maior peso na estrutura industrial, apresenta a terceira queda consecutiva, acumulando entre agosto e novembro de 2004 uma perda de 1,7%. Após os índices negativos de outubro, os segmentos de bens de consumo duráveis (0,2%) e de bens de consumo não duráveis (0,5%) voltam a apontar taxas positivas.

O efeito do desempenho industrial nos últimos meses sobre a trajetória do índice de média móvel trimestral é declinante . Não só o total da indústria, como também três das quatro categorias de uso mostram suave queda. Na comparação dos trimestres encerrados em novembro e outubro, as taxas são as seguintes: -1,0% para bens de consumo duráveis; -0,8% para bens de capital e -0,6% para bens intermediários, todos abaixo da média global industrial de -0,2%. Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (0,4%) é a única categoria de uso que apresenta variação positiva nesta comparação. O índice de média móvel trimestral vinha sustentando trajetória positiva de março a outubro do ano passado, período em que acumulou crescimento de 6,8%. No entanto, com o resultado de novembro, observa-se um quadro de virtual estabilização no patamar de produção.

Na comparação com o ano anterior, indústria cresce pela 15ª vez consecutiva

Em relação a novembro de 2003, o crescimento de 8,1% na atividade fabril é reflexo do crescimento em 23 dos 27 ramos industriais pesquisados. Vale destacar que, neste tipo de indicador, a produção da indústria registra taxas positivas desde setembro de 2003, ou seja, cresce há 15 meses consecutivos, o que não ocorre desde junho de 2001, mês em que o setor interrompeu uma seqüência de 22 taxas positivas . A indústria de veículos automotores (27,3%) se mantém como a de maior impacto positivo na formação da taxa global, seguida por alimentos (11,2%), outros produtos químicos (9,8%) e máquinas e equipamentos (11,1%). Nestas quatro indústrias, os itens que mais pressionaram foram, respectivamente: automóveis e caminhões; açúcar cristal e sorvetes; herbicidas e inseticidas e aparelhos elevadores / transporte de ação contínua e compressores e motocompressores. Entre as atividades que mostram queda, as que mais influenciaram a média industrial foram: farmacêutica (-8,3%) e edição e impressão (-3,4%), cujos respectivos destaques foram medicamentos e livros e impressos didáticos.

Ainda na comparação com novembro de 2003, no corte por categorias de uso, os destaques ficam por conta de bens intermediários, que cresce 8,3%, e de bens de consumo duráveis (19,9%), que assinala ritmo acima da média global (8,1%). A produção de bens de consumo semi e não duráveis apresenta aumento de 6,6%, enquanto que o setor de bens de capital alcança seu crescimento mais moderado (4,4%) desde setembro de 2003.

O comportamento do setor de bens intermediários é reflexo do desempenho positivo de quase todos os seus subsetores, com destaque para insumos industriais elaborados (6,2%) e para a produção de autopeças (33,6%). Mesmo apresentando sua menor taxa desde março de 2004, a fabricação de insumos da construção civil (2,3%), junto com a produção de embalagens (7,5%), também contribuíram para a performance positiva desta categoria de uso. Já o desempenho favorável dos bens duráveis de consumo, foi reflexo do crescimento na fabricação de automóveis (25,2%), e do aumento, ainda que em menor escala, da produção de eletrodomésticos (9,0%), em especial os da "linha marrom 1", cuja expansão chegou aos 21,3%.

No segmento de bens de consumo semi e não duráveis, todos os subsetores apresentaram índices positivos, sendo que a principal contribuição positiva foi de alimentos e bebidas elaborados (9,5%), em que destacam-se itens tipicamente destinados ao mercado interno, como cerveja e refrigerantes. Por outro lado, o comportamento de bens de capital (4,0%) não foi mais elevado devido às pressões negativas exercidas pelos subsetores de bens de capital para agricultura (-15,0%) e de bens de capital de uso misto (-11,4%). Os demais subsetores prosseguem assinalando taxas positivas, com destaque para bens de capital para uso industrial (14,1%), transporte (25,3%) e construção (50,9%).

No indicador acumulado no ano, o aumento de 8,3% observado no total da indústria tem perfil generalizado, uma vez que 26 das 27 atividades investigadas e todas as categorias de uso cresceram. A amplitude da expansão também é confirmada pelos resultados positivos assinalados em 67 dos 76 subsetores pesquisados. A principal contribuição positiva na taxa global veio de veículos automotores (29,9%), seguido por máquinas e equipamentos (17,1%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (18,7%) e outros produtos químicos (7,1%). Por produto, os destaques nessas indústrias foram: automóveis e caminhões; refrigeradores domésticos e motoniveladoras; telefones celulares e televisores; e herbicidas e aromatizantes. A única atividade que apresentou queda na produção foi edição e impressão (-1,4%).

Os índices por categorias de uso confirmam o padrão de crescimento ao longo do ano passado, com maior dinamismo para os setores produtores de bens de consumo duráveis (22,3%) e de bens de capital (20,4%), impulsionados, sobretudo, pela melhora nas condições de crédito e no mercado de trabalho, na primeira atividade, e pela ampliação dos investimentos na segunda. A produção de bens intermediários registrou taxa de 7,4%, ritmo próximo ao do total da indústria (8,3%), impulsionada tanto pela sua maior articulação com as exportações e com o agronegócio, como pelo crescimento da produção de bens finais. A indústria de bens de consumo semi e não duráveis (3,8%) assinala ritmo bem inferior ao da média global, mas nos meses recentes apresenta maior dinamismo.

1Por exemplo, rádio e som