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"Tendências Demográficas" traz informações detalhadas sobre crescimento e perda populacional dos municípios brasileiros

O IBGE lança hoje a publicação “Tendências Demográficas: uma análise da amostra do Censo Demográfico 2000”, que faz um retrospecto dos indicadores demográficos e socioeconômicos básicos ...

28/12/2004 08h01 | Atualizado em 28/12/2004 08h01

Municípios com crescimento anual de 1,5% a 3,0% têm a menor taxa de fecundidade

 

O mais baixo nível de fecundidade (2,21 filhos por mulher) foi encontrado no conjunto de municípios com crescimento compreendido na faixa de 1,5% a 3,0% ao ano, no qual se situam municípios formadores das áreas metropolitanas de Porto Alegre, de São Paulo, da área litorânea do rio de Janeiro, do Espírito Santo e de grande parte do litoral nordestino. Nos municípios com declínio de população foi encontrada a maior taxa: 2,75 filhos por mulher. Para o total do Brasil, a taxa é de 2,38.

 



Municípios com perda populacional têm mortalidade infantil bem acima da média nacional

Os maiores valores de mortalidade infantil _ 36,4 óbitos de menores de 1 ano de idade para cada 1000 nascidos vivos_ foram encontrados nos municípios com perda populacional, que correspondem à maioria com até 50 mil habitantes. Este valor ficou bem acima da taxa nacional, que foi de 29,7 %° em 2000. A menor taxa (27,0) ficou com municípios que tiveram crescimento entre 1,5% e 3,0% ao ano.

 



Municípios com perda populacional têm maior proporção ocupados e menor rendimento

A proporção mais elevada de pessoas ocupadas foi observada no conjunto de municípios com perda populacional e a menor, naqueles com crescimento acentuado. No primeiro estrato, 46,5% das pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas possuíam rendimento até 1 salário mínimo, enquanto nos outros estratos essa proporção era significativamente menor. O outro extremo do rendimento, ou seja, acima de 20 salários mínimos, teve no estrato de mais de 0% a 1,5% de ritmo de crescimento anual a mais elevada proporção. Desse conjunto constam os seguintes municípios das capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Vitória.

 

 





A publicação traz ainda tabelas, gráficos e textos com um panorama da evolução demográfica no Brasil e em cada unidade da federação, além de dados sobre educação, trabalho e rendimento, religião, cor ou raça, nupcialidade, migração e domicílios, entre outros, relacionados às taxas médias geométricas de crescimento anual das populações residentes nos municípios. E um anexo com a relação de todos os municípios brasileiros, segundo essas taxas.

O IBGE lança hoje a publicação "Tendências Demográficas: uma análise da amostra do Censo Demográfico 2000", que faz um retrospecto dos indicadores demográficos e socioeconômicos básicos revelados pelos censos e traça um recorte dos municípios brasileiros, analisando as tendências de crescimento ou declínio no período 1991/2000. Esses estudos demográficos somente serão atualizados com a realização do próximo censo de população, em 2010.

Dos 5507 municípios brasileiros existentes à época do último Censo, 1496, ou 27,2% do total, tiveram perda populacional entre 1991 e 2000, e quase 40% (2193 municípios) apresentaram um ritmo de crescimento anual de 0% a 1,5%, abaixo da média nacional de 1,6% ao ano.

Entre os municípios com crescimento anual negativo, destacaram-se, pelo seu tamanho populacional, Ilhéus-BA, Nilópolis-RJ, São Caetano do Sul-SP e Teófoli Otoni-MG. Foram encontrados grandes pólos de perda populacional em regiões do extremo norte do Rio Grande do Sul, o oeste de Santa Catarina, em áreas próximas à fronteira com à Argentina, no eixo da BR 156; nos municípios da parte central do estado do Paraná, próximos à fronteira com o Paraguai, no eixo da BR 385; assim como um grupo de municípios ao norte do estado, perto dos limites com São Paulo. Outro pólo importante foi um corredor de municípios que vai de Minas Gerais até a Bahia, entre as BRs 101 e 116. Na região Nordeste, as principais perdas ocorreram nos municípios da fronteira de Alagoas e Pernambuco e nas regiões centrais da Paraíba e do Piauí. Na região Centro-Oeste, o grandes destaques foram os municípios do norte e oeste do estado de Goiás e na região Norte, municípios pouco habitados do sudoeste regional.

O estudo mostra que, juntos, os municípios com perda populacional concentravam 14,6 milhões de moradores e que a maioria deles possuíam população de até 50 mil habitantes. Houve uma relação direta desse conjunto com os novos municípios criados entre 1991 e 2000.

Cerca de 40% dos municípios brasileiros tiveram baixo crescimento demográfico anual

Os 2193 municípios (39,8% do total dos municípios brasileiros) que tiveram crescimento de 0% a 1,5% ao ano, revelador de perdas relativas de população por emigração, concentravam 66,1 milhões de habitantes, ou seja, 38,9% da população total do País. Entre eles, estavam seis municípios de capitais, saturados em termos populacionais e com níveis baixos de fecundidade: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Vitória.

Com um crescimento médio, de 1,5% a 3,0% ao ano, ficaram 1164 municípios (21,1% do total de municípios brasileiros), que concentravam 63,5 milhões de habitantes, ou 37,4% da população total do Brasil. Nesse conjunto, estavam 15 municípios de capitais brasileiras: Salvador, Fortaleza, Brasília, Curitiba, Belém, Goiânia, São Luís, Maceió, Teresina, Natal, Campo Grande, João Pessoa, Cuiabá, Aracaju e Porto Velho. Importantes pólos de aglomerados de municípios com crescimento médio foram encontrados na área metropolitana de Porto Alegre; um corredor central em Santa Catarina; as áreas metropolitanas de São Paulo; área litorânea do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e grande parte do litoral nordestino. Na área central brasileira, o estado do Mato Grosso do Sul, mais precisamente o leste do estado, revelou um aglomerado de municípios com crescimento médio.

Apenas 654 municípios, ou 11,9% do total, apresentaram um ritmo de crescimento anual superior a 3,0%. Eles concentravam 25,6 milhões de habitantes, o que correspondia a 15,1% da população residente no País em 2000. Nesse conjunto estavam seis municípios de capitais: Manaus, Florianópolis, Macapá, Rio Branco, Boa Vista e Palmas. Os pólos de aglomerados de municípios com crescimento demográfico expressivo situaram-se, principalmente, no nordeste e litoral de Santa Catarina, nas áreas metropolitanas do Paraná e de São Paulo e área litorânea do Rio de Janeiro. Outra área importante de crescimento foi encontrada ao norte do estado do Mato Grosso na Amazônia Legal, com a visualização do Arco do Desflorestamento ou Desmatamento. Aliás, a área de crescimento acelerado na Amazônia Legal abrange quase a totalidade dos municípios de Roraima e do Amapá, assim como um grupo de municípios situados ao norte de Mato Grosso, no sudeste do Pará e no sudoeste do Amazonas. Nos casos do Pará e Amapá, o grande crescimento populacional parece estar relacionado à chegada de migrantes nordestinos. Na região Centro-Oeste, destacaram-se, além do conjunto de municípios do norte do Mato Grosso, os municípios do entorno de Brasília, fruto da ocupação demográfica dos últimos 20 anos.

 

Municípios com declínio de população têm taxa de analfabetismo de 23,6%

De acordo com a classificação dos municípios pelas classes de tamanho das taxas médias geométricas de crescimento anual da população, a mais elevada taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais de idade (23,6%) foi encontrada no conjunto de municípios que tiveram perda populacional entre 1991 e 2000. Foi nesse estrato que se observou também a menor média de anos de estudo (4,5) e as menores taxas de escolarização. Para o total do País, a taxa de analfabetismo, em 2000, era de 13,6% e a média de anos de estudo, 6,2.

Já a mais elevada taxa de alfabetização (88,9%) foi encontrada no conjunto dos municípios que cresceram mais de 1,5% a 3,0% ao ano. Nessa categoria, estão as maiores cidades brasileiras (69,9% dos municípios com população acima de 100 mil habitantes. Nesse estrato, foram encontradas a maior média de anos de estudo (6,6) e as taxas de escolarização mais expressivas.