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Vendas do comércio crescem 7,53% em agosto

Vendas do setor aumentam pelo nono mês consecutivo, mas crescimento desacelera, acumulando alta de 9,45% no ano e de 5,83% nos últimos 12 meses.

19/10/2004 06h31 | Atualizado em 19/10/2004 06h31

Vendas do setor aumentam pelo nono mês consecutivo, mas crescimento desacelera, acumulando alta de 9,45% no ano e de 5,83% nos últimos 12 meses. O volume de vendas do varejo brasileiro cresceu em vinte e cinco das 27 Unidades da Federação: as exceções foram Tocantins e Goiás.

Em agosto, o comércio varejista do País manteve-se em expansão, com crescimento de 13,20% na receita nominal e de 7,53% no volume de vendas. Tais números expressam desaceleração no ritmo de crescimento do setor (Gráfico 1). No acumulado dos oito primeiros meses de 2004, as taxas foram de 11,95% na receita nominal e de 9,45% para o volume de vendas. Este último resultado também indica diminuição no ritmo de expansão do varejo. Já o acumulado dos últimos 12 meses continuou ascendente: 11,80% na receita e 5,83% no volume.

 



Com relação ao volume de vendas, vinte e cinco das 27 Unidades da Federação cresceram na relação agosto 04/agosto 03. As duas exceções foram Tocantins (-4,67%) e Goiás (-0,59%). As maiores taxas ocorreram em Rondônia (24,05%), Acre (22,01%), Amazonas (21,57%), Mato Grosso (21,28%) e Alagoas (17,41%). As maiores contribuições ao desempenho global do varejo (7,53%) vieram de São Paulo (6,30%), Rio de Janeiro (8,55%), Minas Gerais (7,79%), Rio Grande do Sul (6,47%), Paraná (7,72%) e Santa Catarina (8,20%).

Das cinco atividades do varejo cuja base de dados foi definida pela amostra selecionada em 2000, quatro registraram aumento no volume de vendas em relação a agosto de 2003: Móveis e eletrodomésticos (29,50%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,06%); Combustíveis e lubrificantes (1,78%); e Veículos, motos, partes e peças (32,20%). O resultado negativo ocorreu em Tecidos, vestuário e calçados (-0,02%). Neste grupo de atividades apenas Veículos, motos, partes e peças - que não entra na composição da taxa global do varejo, ampliou a taxa de crescimento (Tabela 1).

Entre as novas atividades pesquisadas – amostra definida em 2003 – houve alta no volume de vendas de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (10,84%), Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (7,36%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (13,65%) e em Material de construção (9,78%). Somente o ramo de Livros, jornais, revistas e papelaria teve queda (-0,35%). Todos estes segmentos reduziram suas taxas de crescimento em agosto, com exceção de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos e de Material de construção.

Em agosto, o segmento de Móveis e eletrodomésticos voltou a ser o principal responsável pelo crescimento do comércio varejista, ao expandir seu volume de vendas em 29,50% com relação a agosto do ano passado. Vale frisar que esta foi a sua primeira taxa de desempenho nos últimos seis meses a ficar abaixo dos 30% (Gráfico 3). Com variações de 29,78% e 22,90% respectivamente, nos acumulados do ano e dos últimos 12 meses, a atividade responde também nestes indicadores pelo principal impacto positivo na formação da taxa global do varejo.

 



Ao reduzir de 10,40% em julho para 4,06% em agosto sua taxa do volume de vendas, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo retornou à posição de segunda maior influência na formação do resultado total do setor e deu a maior contribuição para o declínio na taxa de crescimento do varejo entre julho e agosto. O volume de vendas acumulado pelo segmento nos oito primeiros meses do ano registrou aumento de 5,86% com relação ao mesmo período de 2003, abaixo da taxa obtida no acumulado janeiro-julho (6,12%). Já o acumulado dos últimos 12 meses manteve-se crescente: 3,08% em agosto contra 2,23% em julho.

O ramo específico de Hipermercados e supermercados registrou resultados levemente superiores aos do grupo, com taxas de variação do volume de vendas de 4,27% sobre agosto de 2003, de 6,01% no acumulado de janeiro a agosto e de 3,20% no acumulado dos últimos 12 meses.

A atividade de Combustíveis e lubrificantes, com crescimento no volume de vendas de 1,78% sobre agosto de 2003, deu continuidade a queda no ritmo de expansão já revelada nos meses anteriores (Gráfico 5). Isso reflete a elevação dos preços dos combustíveis no período. A redução do nível de crescimento da atividade é observada também na evolução do acumulado no ano: 6,01% nos oito primeiros meses do 2004, contra 6,66% para o período janeiro-julho e 7,27% no primeiro semestre. Já o acumulado de 12 meses manteve-se ascendente, variando de 1,85% em julho para 2,82% em agosto.

A queda (-0,02%) no volume de vendas de Tecidos, vestuário e calçados em agosto veio confirmar mais um cenário de redução de taxas de desempenho, iniciado há três meses, nesta atividade (Gráfico 6). Os acumulados, seguem o ritmo dos outros segmentos, com diminuição da taxa acumulada no ano (de 7,42% em julho para 6,41% em agosto) e aumento na de 12 meses (de 2,68% para 3,27%, nos mesmos períodos).

Em agosto, o segmento de Veículos, motos, partes e peças foi destaque tanto pela magnitude da taxa de desempenho apresentada (32,20% de acréscimo no volume de vendas sobre agosto de 2003), como por ter sido uma das poucas exceções em termos de aumento do ritmo de crescimento - mais de dez pontos percentuais sobre a taxa de julho (Gráfico 7). Estes 32,20% de variação representam não só a maior taxa setorial do mês como a segunda maior da atividade em toda a série histórica dos indicadores mensais, iniciada em janeiro de 2001. Em franca expansão, os resultados acumulados alcançaram, este mês, taxas da ordem de 19,24% e 13,38% relativas aos períodos de janeiro a agosto de 2004 e dos últimos 12 meses, respectivamente.

Das cinco novas atividades pesquisadas, coube a Outros artigos de uso pessoal e doméstico o maior desempenho de agosto, em volume de vendas. Mesmo assim, o acréscimo de 13,65% nesse mês foi menor do que o de julho (17,97%). Na relação janeiro-agosto 04/janeiro-agosto 03 a taxa de variação do ramo atingiu 18,80%.

O volume de vendas do segmento Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos cresceu 10,84% com relação a agosto do ano passado e 10,38% no acumulado do ano, ambas as variações sobre o mesmo período do ano anterior (Tabela 2).

 



O setor de Material de construção, com acréscimo de 9,78% no volume de vendas, sobre igual mês de 2003, foi outro que expandiu o ritmo de crescimento em agosto. Para o acumulado do ano, a variação apresentada, de 2,84%, está relativamente baixa em função de um início de ano bastante negativo (Tabela 2).

O setor de Equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação, cuja taxa mensal do volume de vendas desceu dos 21,09% em julho para 7,36% em agosto, foi a atividade que mais reduziu o ritmo de crescimento este mês. Com isto, a taxa acumulada no ano passou de 26,59% para 23,82% entre julho e agosto.

Em agosto, o volume de vendas de Livros, jornais, revistas e papelaria manteve-se em queda (-0,35%), embora bem menor que a de julho (-4,75%). Em decorrência, de julho para agosto, a queda do acumulado no ano diminuiu de 1,78% para 1,62%.

Responsáveis por quase 50% da receita bruta do comércio varejista nacional, Rio de Janeiro e São Paulo inverteram, em agosto, o ritmo das taxas do volume de vendas. O Rio ampliou seu crescimento de 6,94% em julho para 8,55% este mês, enquanto São Paulo reduziu sua taxa, no mesmo período de 12,40% para 6,30%. Mas no acumulado do ano, o Rio de Janeiro, com taxa de 7,53%, ainda está abaixo de São Paulo (9,15%).

Duas atividades praticamente determinaram o diferencial de taxas acumuladas de desempenho entre os dois Estados: Combustíveis e lubrificantes, com acréscimo no volume de vendas de 1,19% no Rio de Janeiro e 10,78% em São Paulo; e Tecidos, vestuário e calçados que registrou taxas de 0,18% no Rio e de 8,94% em São Paulo. No acumulado de 12 meses a distância entre as taxas de desempenho é ainda mais significativa: 5,42% para São Paulo contra 3,23% no Rio de Janeiro.