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Produção Industrial cresce pelo sexto mês consecutivo

A produção industrial aumentou 1,1% em agosto, em relação a julho, na série com ajustes sazonais,sendo a sexta taxa positiva neste tipo de comparação, que acumula neste período 7,8% de expansão.

11/10/2004 06h31 | Atualizado em 11/10/2004 06h31

A produção industrial aumentou 1,1% em agosto, em relação a julho, na série com ajustes sazonais,sendo a sexta taxa positiva neste tipo de comparação, que acumula neste período 7,8% de expansão. No confronto com iguais períodos do ano passado, os índices também são positivos: 13,1% frente a agosto de 2003, a décima segunda taxa positiva consecutiva, e 8,8% no acumulado janeiro-agosto. Essa ampliação no ritmo produtivo também se reflete na trajetória do indicador acumulado nos últimos doze meses, que passa de 5,1% em julho para 6,5% em agosto.

Com estes resultados, o índice de média móvel trimestral registra, em agosto, o maior patamar desde o início da série. Nos últimos meses, o desempenho industrial vem se caracterizando pela liderança dos setores de bens de capital e de bens de consumo duráveis, com ritmo de crescimento bem acima da média industrial. O desempenho de bens intermediários situa-se próximo ao da média, enquanto a produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis assinala crescimento mais moderado.

Bens de capital e de consumo duráveis lideram a expansão

O aumento observado na passagem de julho para agosto (1,1%) mantém uma seqüência de seis taxas positivas neste tipo de comparação e reflete a expansão assinalada em doze das vinte e três atividades que têm suas séries ajustadas sazonalmente, sendo particularmente significativa em refino de petróleo e produção de álcool (1,1%); outros produtos químicos (1,8%); material eletrônico e equipamentos de comunicações (4,8%) e máquinas e equipamentos (2,2%). Os ramos que mais pressionaram negativamente foram produtos de metal (-3,6%), têxtil (-2,7%) e fumo (-3,9%).

No corte por categorias de uso, os destaque são bens de capital, que entre julho e agosto últimos avançou 2,3%, e bens de consumo duráveis (2,2%). Desde março de 2004, ambos os setores mostram resultados positivos, acumulando nesse período taxas de 14,0% e 17,0%, respectivamente. A produção de bens intermediários (0,3%), área de maior peso na estrutura industrial, exibe crescimento desde janeiro, acumulando no período 7,6% de expansão.

Em contraste com esse movimento de elevação no nível de atividade, a produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis mostrou queda na passagem de julho para agosto (-0,3%). É o segundo resultado negativo consecutivo, o que leva a uma perda de 1,2% no confronto agosto 04/ junho 04.

Em relação a agosto do ano passado, crescimento tem perfil generalizado

Na comparação com agosto de 2003, o aumento de 13,1% observado no total da indústria tem um perfil generalizado, uma vez que alcança vinte e cinco das vinte e sete atividades investigadas e todas as categorias de uso. Os acréscimos que mais pressionaram o resultado global foram apontados pelas indústrias de veículos automotores (45,6%), máquinas e equipamentos (30,5%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (31,3%) e outros produtos químicos (9,3%). Nesses ramos, destacam-se como os principais impactos, não só itens tipicamente associados ao segmento de bens de consumo duráveis, como automóveis e eletrodomésticos, mas também alguns relacionados ao segmento de bens de capital (equipamentos para telefonia), e ao de bens intermediários (herbicidas). Refino de petróleo e produção de álcool (-1,8%) e produtos farmacêuticos (-1,4%) foram as únicas atividades em que houve queda de produção. A amplitude de crescimento também é confirmada pelos resultados positivos assinalados em 67 dos 76 subsetores, uma vez que em julho eram 58 os que apresentaram taxas positivas.

Ainda na comparação com agosto de 2003, bens de consumo duráveis (36,2%) e bens de capital (32,3%) mantêm ritmo acima da média global da indústria (13,1%). A produção de bens intermediários registra elevação de 11,1%, ao passo que o setor de bens de consumo semiduráveis e não duráveis alcança crescimento mais moderado (6,3%).

A evolução dos índices de média móvel trimestral, construídos a partir das séries livres de influências sazonais, confirma a manutenção da tendência de expansão da atividade industrial iniciada em março. Esse movimento atinge a indústria de forma geral, com os setores de bens duráveis, com forte encadeamento interindustrial, e o de bens de capital, associado aos investimentos, apresentando maior dinamismo.

Indústria cresce 8,8% de janeiro a agosto

O indicador acumulado para o período janeiro-agosto atinge 8,8%, com a extrativa crescendo 1,2% e a indústria de transformação 9,2%. Entre as atividades industriais, também predominam resultados positivos que alcançam a maioria (24) dos setores da indústria de transformação, com destaque para o desempenho de veículos automotores (30,2%) e de máquinas e equipamentos (18,8%), principalmente, pela maior produção de automóveis e refrigeradores domésticos. Nesse tipo de comparação, somente a farmacêutica (-8,7%) e a indústria de calçados (-0,6%) ainda permanecem com taxas negativas.

O corte por categorias de uso mostra resultados que confirmam o maior dinamismo dos setores produtores de bens de capital (26,2%) e de bens de consumo duráveis (26,0%), padrão que marcou a recuperação da indústria iniciada na segunda metade do ano passado. No primeiro segmento, observa-se uma ampliação de caráter generalizado na produção de máquinas e equipamentos, sinalizando uma retomada dos investimentos em diferentes setores. Os índices dos subsetores de bens de capital mostram 16,7% de crescimento na produção de máquinas e equipamentos industriais; 15,0% nas máquinas e equipamentos agrícolas; 36,5% em máquinas e equipamentos para construção; 26,2% em equipamentos para transportes; e 27,8% na produção de bens de capital de uso misto. No setor de bens de consumo duráveis, além do avanço já citado da indústria automobilística, há um comportamento positivo na produção de eletrodomésticos, que se amplia em 25,1%, taxa que reflete a performance favorável dos três subsetores: eletrodomésticos da linha marrom (36,6%), da linha branca (26,3%) e de outros eletrodomésticos (12,8%). A contínua melhora nas condições de crédito, a maior estabilidade do mercado de trabalho e o desempenho das exportações foram os fatores que sustentaram essa perfomance.

Ainda no indicador acumulado para janeiro-agosto, a produção de bens intermediários registrou taxa de 7,4%, ritmo próximo ao do total da indústria. Com acréscimo de 6,1%, o subsetor de insumos industriais elaborados foi o de maior impacto na categoria, com destaque para a produção de celulose. Vale mencionar os 21,7% de expansão na fabricação de peças e acessórios para equipamentos de transporte, refletindo o aumento na produção da indústria automobilística. O grupamento de insumos para a construção civil acumula 5,8% no período janeiro-agosto e o total de embalagens (0,4%) obtém a primeira taxa positiva nesse tipo de comparação.

A indústria de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (3,1%) teve seu resultado influenciado, principalmente, por alimentos e bebidas elaborados (5,0%). O único componente dessa categoria que apresentou retração foi carburantes (-5,4%).