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Com o terceiro aumento consecutivo, emprego industrial cresce 0,2% em julho e folha de pagamento é 8,3% superior à de julho de 2003

Em julho, os índices do emprego industrial foram positivos nas diversas comparações. Na série livre de influências sazonais, houve variação de 0,2% entre julho e junho.

16/09/2004 06h31 | Atualizado em 16/09/2004 06h31

Em julho, os índices do emprego industrial foram positivos nas diversas comparações. Na série livre de influências sazonais, houve variação de 0,2% entre julho e junho. Esse índice é positivo há três meses consecutivos, período em que o setor expande em 1,7% o total de pessoas ocupadas. Na comparação com julho de 2003, o crescimento foi de 2,3%, a maior marca desde o início da série, em janeiro de 2002. No acumulado do ano, o aumento foi de 0,5%. Pela análise da evolução do indicador de média móvel trimestral, o emprego permanece em trajetória ascendente, acumulando crescimento de 2,5% entre os trimestres encerrados em julho deste ano e dezembro de 2003.

Quanto à folha de pagamento real, o resultado de julho manteve-se estável em relação a junho. Nas comparações com 2003, os índices são positivos, refletindo uma trajetória de recuperação da renda dos trabalhadores do setor.

Todos os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (PIMES).



Na comparação com julho de 2003, a taxa de 2,3% é conseqüência da ampliação no nível de emprego em 12 locais e em 14 atividades. Em termos regionais, destacam-se os índices para a região Sul (3,4%), São Paulo (1,5%) e Minas Gerais (4,5%). Os principais responsáveis pelos desempenhos positivos destes dois estados foram, respectivamente, máquinas e equipamentos (22,5%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (23,0%).

Em nível nacional, os destaques setoriais foram máquinas e equipamentos (15,8%) e alimentos e bebidas (3,0%), que sobressaíram como as principais influências positivas. Cabe mencionar também o aumento das contratações na atividade de fumo (97,2%) para a safra deste ano, superior à de 2003, que, por problemas climáticos, se encerrou em junho.



Entre as indústrias que pressionam negativamente o índice geral, vale citar os segmentos de vestuário (-7,7%) e produtos de metal (-7,6%), no total do país. Regionalmente, duas áreas apresentaram queda neste tipo de comparação: Rio de Janeiro (-3,0%) e Pernambuco (-4,6%), influenciadas, sobretudo, pelos resultados de alimentos e bebidas (-15,8% e -11,8%, respectivamente).

No período acumulado janeiro-julho, observa-se um aumento de 0,5% no contingente de trabalhadores. Entre os sete locais que contribuíram positivamente para este resultado, os destaques foram Minas Gerais (3,3%), região Norte e Centro-Oeste (3,1%) e Paraná (2,8%). Em contraposição, Rio de Janeiro (-3,4%) mantém-se como a área que exerce a principal influência negativa no cômputo geral, seguida por Rio Grande do Sul (-1,2%) e Espírito Santo (-3,9%).

O número de trabalhadores aumentou em 12 atividades e o setor de máquinas e equipamentos (13,0%) sobressai com o principal impacto positivo, seguido por alimentos e bebidas (2,3%) e meios de transporte (4,4%). Em termos negativos, os principais destaques foram de vestuário (-10,1%), seguido de papel e gráfica (-6,3%).

NÚMEROS DE HORAS PAGAS

Em julho, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria caiu 1,3% em relação a junho, já descontado o efeito sazonal. Esse resultado interrompe uma seqüência de dois resultados positivos, quando acumulou crescimento de 1,2%. Na comparação com julho de 2003, o crescimento foi de 2,2%. Nos indicadores para períodos mais abrangentes, os resultados foram: 0,8% no acumulado do ano e -0,2% no acumulado dos últimos doze meses. Em relação a jornada média de trabalho, todos os resultados foram positivos: 0,2% no indicador mensal; 0,3% no acumulado do ano e 0,1% no acumulado dos últimos doze meses.

Segundo o indicador de média móvel trimestral, o total de horas pagas ficou estável (0,0%) nos trimestres encerrados em julho e junho últimos.

Na comparação julho 04/julho 03, o indicador do número de horas pagas do setor industrial apresenta aumento de 2,2%, refletindo os desempenhos positivos de 12 dos 14 locais e de 13 dos 18 segmentos pesquisados. Em termos setoriais, os maiores impactos positivos vieram de máquinas e equipamentos (16,8%), meios de transporte (10,4%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos (9,6%). As maiores contribuições negativas ficaram por conta das atividades de vestuário (-9,1%), produtos de metal (-7,4%) e papel e gráfica (-5,7%). No corte regional, os locais responsáveis pelos maiores impactos positivos foram: São Paulo (1,7%), Minas Gerais (4,3%), região Norte e Centro-Oeste (4,8%) e Rio Grande do Sul (2,6%). Em contrapartida, a maior influência negativa veio do Rio de Janeiro (-4,9%). Na indústria paulista, os segmentos de máquinas e equipamentos (21,7%), alimentos e bebidas (5,3%) e meios de transporte (7,5%) foram os destaques positivos. Na indústria mineira, a liderança coube a borracha e plástico (75,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos (23,9%) e metalurgia básica (11,2%). Na região Norte e Centro-Oeste e no Rio Grande do Sul, as indústrias de alimentos e bebidas (12,5%) e fumo (155,4%) representaram, respectivamente, as maiores pressões positivas.

No acumulado do ano, a alta de 0,8% no número de horas pagas foi decorrência dos desempenhos positivos de 10 regiões e 12 setores industriais. Entre os locais pesquisados, os maiores impactos positivos vieram de Minas Gerais (4,2%), São Paulo (0,5%) e região Norte e Centro-Oeste (2,5%). Já Rio de Janeiro (-4,8%), Rio Grande do Sul (-0,8%) e Espírito Santo (-2,9%) foram responsáveis pelas maiores pressões negativas. Entre os setores, os maiores impactos positivos foram de máquinas e equipamentos (14,6%), meios de transporte (7,0%) e metalurgia básica (10,2%). Por outro lado, vestuário (-10,5%) e papel e gráfica (-5,0%) exerceram as principais contribuições negativas.

O índice acumulado nos últimos doze meses registrou em julho queda de 0,2%, resultado ligeiramente superior a junho (-0,5%). Setorialmente, o maior impacto negativo foi de vestuário (-10,1%), e o positivo, de máquinas e equipamentos (9,6%). Entre as regiões, o destaque negativo foi o Rio de Janeiro (-5,4%), e o positivo, Minas Gerais (2,1%).

Por fim, os indicadores do número de horas pagas estão em linha com o desempenho do emprego. Vale ressaltar que, o indicador de média móvel trimestral para horas pagas, após avançar ao longo do primeiro trimestre, mostra estabilidade nos últimos meses, enquanto que, para o pessoal ocupado, esse mesmo índice apresenta uma trajetória ascendente somente a partir do segundo trimestre. Isto sugere que os efeitos do maior ritmo da atividade industrial sobre o mercado de trabalho são observados, inicialmente, através do aumento da jornada de trabalho e, em um segundo momento, na ampliação do contingente de trabalhadores.

FOLHA DE PAGAMENTO

Após crescimento de 0,7% em junho, a folha de pagamento real dos trabalhadores do setor industrial manteve-se estável (0,0%) em julho, já descontadas as influências sazonais. O índice de média móvel trimestral se mantém em patamares acima dos observados nos dois anos anteriores, mas ainda abaixo do nível do início de 2001, o que demonstra que a folha salarial paga pela indústria é a mais elevada dos últimos três anos.



No entanto, na comparação com 2003, a folha de pagamento da indústria apresenta ganho real: 8,3% em relação a julho de 2003; 9,0% no acumulado no ano e 4,1% nos últimos doze meses. Em relação à folha de pagamento média, todos os indicadores mantiveram-se positivos: 5,8% no mensal; 8,5% no acumulado no ano e 4,5% nos últimos doze meses.

Na comparação com julho de 2003, observam-se avanços, em termos reais, na folha de pagamento em todos os 14 locais pesquisados. Novamente, a indústria de São Paulo (6,3%) apresenta a contribuição de maior impacto na formação da taxa global de 8,3%, influenciada, sobretudo, pelo crescimento no setor de máquinas e equipamentos (34,9%). Em termos de magnitude de crescimento, o destaque é o Rio de Janeiro (29,9%), em razão do avanço atípico revelado nas indústrias extrativas (213,3%), que tiveram pagamento de bônus e participações nos lucros. Ainda nesta comparação, em nível setorial são observados, no total do país, ganhos reais na folha de pagamento em 14 dos 18 setores pesquisados. As expansões de maior impacto na taxa global foram da atividade de máquinas e equipamentos (23,7%), seguida por indústrias extrativas (52,9%), alimentos e bebidas (7,3%) e meios de transporte (7,8%). Em contraposição, entre os quatro ramos que reduzem a folha de pagamento real, sobressaem produtos de metal (-8,8%) e papel e gráfica (-3,7%).

No indicador acumulado no ano, todos os locais pesquisados elevam o total da folha de pagamento real de seus empregados. Os maiores ganhos reais foram de Minas Gerais (11,8%) e da região Norte e Centro-Oeste (11,0%). Ainda neste tipo de comparação, as principais contribuições positivas na formação da taxa global vieram das indústrias de São Paulo (9,2%), influenciadas, principalmente, pelos ganhos de máquinas e equipamentos (49,5%). No total do país, há expansão na folha de pagamento dos trabalhadores em 15 das 18 atividades analisadas. Na formação da taxa global de 9,0%, os maiores impactos positivos foram de: máquinas e equipamentos (30,9%), alimentos e bebidas (8,6%), meios de transporte (8,5%) e produtos químicos (10,4%). Com redução, figuram apenas produtos de metal (-5,0%), têxtil (-6,5%) e vestuário (-3,1%).



Ainda no indicador acumulado no ano, no que se refere à folha de pagamento média real da indústria, verificam-se ganhos em todos os locais e em 16 dos 18 setores pesquisados. Regionalmente, as ampliações variaram entre os 6,2% registrados no Paraná e os 14,1% do Espírito Santo, enquanto em nível setorial, os crescimentos mais intensos no total do país foram de máquinas e equipamentos (15,9%) e das indústrias extrativas (13,6%).

Na passagem de junho para julho, o indicador acumulado nos últimos doze meses mantém o ritmo de expansão tanto do total da folha de pagamento real, que passa de 3,2% para 4,1%, como na folha de pagamento média real, que passa de 3,8% para 4,5%.