Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Indústria cresce 0,5% em julho, o quinto aumento consecutivo do ano

Em julho, os índices da produção industrial apontam crescimento de 0,5% em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais.

09/09/2004 06h31 | Atualizado em 09/09/2004 06h31

Em julho, os índices da produção industrial apontam crescimento de 0,5% em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais. Neste tipo de comparação, o setor industrial vem crescendo desde março, tendo acumulado expansão de 6,1% entre fevereiro e julho de 2004. Em relação a julho de 2003, o aumento na produção global da indústria chega a 9,6%, sendo que neste tipo de indicador, as taxas são positivas desde setembro de 2003. Com o resultado de julho, a taxa acumulada em sete meses fica em 7,8%, acima, portanto, do resultado do primeiro semestre (7,5%). O comportamento favorável da atividade industrial ao longo dos últimos meses faz com que o índice acumulado nos últimos doze meses prossiga com trajetória ascendente, passando de 3,9% em junho para 5,0% em julho.

O crescimento de 0,5% observado na passagem de junho para julho, reflete aumentos de produção em 16 das 23 atividades que têm séries ajustadas sazonalmente. Positivamente, destacam-se veículos automotores (5,4%), produtos de metal (7,0%), fumo (24,2%) e bebidas (4,9%). Entre as atividades em queda, as taxas mais expressivas foram de: farmacêutica (-6,3%), outros produtos químicos (-1,3%) e outros equipamentos de transporte (-6,1%).

Ainda na comparação julho 04/ junho 04, os índices por categorias de uso mostram crescimento em bens intermediários (2,3%) e em bens de consumo duráveis (1,1%), enquanto bens de capital (-1,1%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-1,0%) apresentam queda. A produção do segmento de bens intermediários tem sua taxa de crescimento mais elevada do ano neste tipo de comparação, superando os 2,0% registrados em maio. O segmento de bens de consumo duráveis mantém taxa positiva (1,1%), embora abaixo do ritmo dos três meses anteriores (3,7% em média). A redução de 1,1% observada no setor de bens de capital interrompe uma seqüência de quatro meses de expansão, período em que o setor acumulou crescimento de 9,9% (junho 04/ fevereiro 04). O mesmo movimento ocorre no setor de bens de consumo semiduráveis e não duráveis que, após crescer 2,3% entre março e junho deste ano, cai 1,0% em julho.

A evolução dos índices de média móvel trimestral se mantém positiva no total da indústria e nas quatro categorias de uso. Neste índice, observa-se que entre julho de 2003 (mês em que atingiu o seu nível mais baixo no período recente) e julho de 2004, a indústria avançou 11,0%, com as categorias de uso apresentando os seguintes resultados: bens de capital (29,7%), bens intermediários (9,7%), bens de consumo duráveis (30,6%) e bens de consumo semi e não duráveis (4,4%).

Esses números evidenciam o dinamismo da recente evolução de bens de consumo duráveis, apoiado principalmente na melhora das condições de crédito observada entre o segundo semestre de 2003 e o primeiro semestre deste ano, e de bens de capital, impulsionado por um aumento no ritmo de produção em vários de seus subsetores. A indústria de bens intermediários vem sendo positivamente impactada pelas exportações, pelo desempenho favorável da agroindústria e, mais recentemente, pelo aumento no ritmo de produção de setores tipicamente voltados ao atendimento da demanda interna. A produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis, mais sensível à evolução da massa de rendimentos, apresenta um ritmo de recuperação bem mais moderado.

Indicador mensal (julho 2004 / julho 2003)

O resultado de 9,6% no indicador mensal, uma das maiores taxas do ano, é reflexo de crescimento em 24 dos 27 setores pesquisados. A indústria de veículos automotores (39,5%) se mantém como a de maior impacto positivo na formação da taxa global, seguida pelas de máquinas e equipamentos (21,8%) e fumo (171,0%). Vale ressaltar que essa última atividade teve seu resultado impactado não só pelo aumento na safra de fumo deste ano, como pela base de comparação, uma vez que, devido a problemas climáticos em 2003, a safra daquele ano se encerrou em junho. Nestas três indústrias, os itens de maior destaque foram, respectivamente: automóveis, refrigeradores domésticos e produtos do fumo. As três atividades que mostram queda em relação a junho de 2003 são, por ordem de importância: farmacêutica (-17,5%), refino de petróleo e produção de álcool (-3,5%) e edição e impressão (-6,9%).

Ainda na comparação julho 04/ julho 03, os índices por categorias de uso confirmam o perfil generalizado de resultados positivos na produção industrial, com as quatro categorias registrando crescimento nesse período. Bens de consumo duráveis (27,3%), bens de capital (23,9%) e bens intermediários (9,9%), ficam acima da média global (9,6%), enquanto que bens de consumo semiduráveis e não duráveis apresenta taxa de 3,2%. Vale destacar que, neste mês, o ritmo da evolução dos bens intermediários (9,9%) superou o da média global (9,6%), o que não ocorria desde março último. Além do efeito da safra de fumo em 2004, este setor foi positivamente influenciado pelos aumentos observados em insumos para a construção civil (9,3%), autopeças (29,5%) e embalagens (4,3%).

Acumulado no ano

No acumulado janeiro-julho, frente a igual período de 2003, o crescimento total da indústria foi de 7,8%, com 23 atividades apontando aumento na produção. Fabricação de veículos (28,0%) sustenta a liderança das atividades, em termos de impacto sobre o índice global. Outras contribuições positivas relevantes vieram de máquinas e equipamentos (16,9%), material eletrônico e de comunicações (30,7%) e outros produtos químicos (7,2%). Em sentido oposto, entre as quatro indústrias com queda, as mais significativas foram farmacêutica (-11,2%) e edição e impressão (-1,8%). Por categorias de uso, os segmentos de bens de capital (24,9%) e de bens de consumo duráveis (22,5%) lideram a expansão, enquanto bens intermediários (6,8%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (2,0%) ficam abaixo da média da indústria. Vários setores de bens de capital tiveram desempenhos positivos, o que indica um movimento mais generalizado de recuperação do investimento. A produção de máquinas e equipamentos para fins industriais cresce 15,0% no acumulado do ano. Entre os demais subsetores, os resultados são os seguintes: 16,5% para bens de capital para agricultura, 32,3% para construção, 12,9% para o setor de energia elétrica, 25,2% para o setor de transporte e 26,6% para bens de capital de uso misto.