Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Indústria cresce 0,5% em junho e acumula 7,7% no semestre

Os índices da produção industrial para o mês de junho confirmam a fase de sustentação do ritmo da atividade fabril. As taxas são positivas segundo diferentes comparações.

06/08/2004 06h31 | Atualizado em 06/08/2004 06h31

Os índices da produção industrial para o mês de junho confirmam a fase de sustentação do ritmo da atividade fabril. As taxas são positivas segundo diferentes comparações. No confronto com o mês anterior, na série livre de influências sazonais, o aumento é de 0,5%, o quarto consecutivo neste tipo de indicador. Em comparação aos meses do primeiro semestre de 2003, quando a trajetória da produção era declinante, as taxas são mais altas: 7,7% no acumulado do ano e 13,0% frente a junho do ano passado. No confronto com os dois primeiros trimestres do ano anterior, a produção cresce 6,0% no primeiro, de janeiro-março, e 9,3% no trimestre seguinte. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses (4,0%), registrou aceleração frente ao resultado de maio (2,8%).

A variação observada entre maio e junho do corrente ano (0,5%) resulta da expansão em 13 dos 23 ramos industriais que têm séries ajustadas sazonalmente. Os destaques são as indústrias têxtil (4,7%), de máquinas e equipamentos (2,3%), perfumaria (7,6%) e veículos automotores (1,3%). Entre as indústrias em queda, as principais pressões negativas vêm da metalurgia básica (-1,3%), alimentos (-0,8%), bebidas (-6,8%), celulose e papel           (-1,4%) e refino de petróleo e produção de álcool (-0,4%).

Por categorias de uso, ainda em relação a maio, os resultados são os seguintes: bens de capital (0,2%), bens intermediários (-0,4%), bens de consumo duráveis (3,8%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (0,5%). O segmento de bens intermediários assinala queda após cinco meses de crescimento neste tipo de indicador, período em que acumulou expansão de 4,4% (maio 04/ dezembro 03).

Bens duráveis e de capital lideram a expansão

Ainda segundo a série de índices com ajuste sazonal, observa-se que o setor industrial como um todo cresce ao longo dos últimos quatro meses, tendo acumulado entre fevereiro e junho deste ano taxa de 5,4%, movimento especialmente influenciado por bens de consumo duráveis (13,1% no mesmo período) e bens de capital (9,7%). O setor mais dependente da evolução da demanda interna, de bens de consumo semi e não duráveis, apresenta movimento de recuperação mais recente, com as variações positivas ocorrendo a partir de abril e a um ritmo mais moderado que o do restante da indústria (2,2% entre junho e março).

A manutenção da trajetória ascendente nos últimos meses fez com que a indústria registrasse, em junho, o patamar mais alto da série histórica, no índice de base fixa com ajuste sazonal. Neste mês, a produção ficou 7,8% acima da média observada em 2003.

A comparação entre o segundo e o primeiro trimestres do ano (série com ajuste sazonal) mostra acréscimo de 3,1% para o total da indústria, com bens de consumo duráveis (7,3%) e bens de capital (6,3%) obtendo as maiores taxas, seguidos por bens intermediários (2,6%) e bens semi e não duráveis (0,8%).

De janeiro a junho indústria cresce 7,7%

No primeiro semestre do ano, frente a igual período de 2003, o crescimento total da indústria foi de 7,7%, com 22 atividades apontando aumento na produção. A fabricação de veículos (26,1%) sustenta a liderança da atividade, em termos de impacto sobre o índice global. Outras contribuições positivas relevantes vieram de máquinas e equipamentos (16,2%), material eletrônico e de comunicações (35,4%) e outros produtos químicos (7,9%). Em sentido oposto, entre as cinco indústrias com queda, a que mais pressiona a taxa global continua sendo a farmacêutica (-5,9%), seguida por edição e impressão (-1,0%) e calçados e couros (-3,3%). Os índices por categoria de uso mostram que, no fechamento do primeiro semestre, todas alcançam crescimento. Os segmentos de bens de capital (25,2%) e de bens de consumo duráveis (23,9%) lideram a expansão, enquanto bens intermediários (6,2%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (2,1%), ficam abaixo da média da indústria.

 

Indústria cresce 13,0% em relação a junho do ano passado

Em relação a junho de 2003, a produção industrial registra aumento de 13,0%, mantendo uma seqüência de dez meses de taxas positivas. A magnitude desse resultado se explica, em grande parte, pela baixa base de comparação, já que a atividade caiu ao longo de todo primeiro semestre de 2003. Além disso, junho de 2004 teve um dia útil a mais que junho do ano passado. No entanto, a grande maioria (24) dos 27 setores pesquisados exibe índices positivos, sendo que veículos automotores (40,7%) se mantém como a indústria de maior impacto positivo na formação da taxa global, seguida por máquinas e equipamentos (31,3%), outros produtos químicos (17,4%) e alimentos (7,2%). As três atividades que mostram queda em relação a junho de 2003, por ordem de importância são: refino de petróleo e produção de álcool (-4,3%), farmacêutica (-4,6%) e bebidas (-1,1%).

O setor de bens duráveis lidera, com forte crescimento de automóveis, celulares e eletrodomésticos

Ainda na comparação junho 04/ junho 03, os índices por categorias de uso confirmam a sustentação de resultados positivos, com as quatro categorias registrando crescimento nesse período. Bens de consumo duráveis (36,7%) e bens de capital (32,8%) são os destaques, crescendo bem acima da média nacional (13,0%), ao passo que bens intermediários e bens de consumo semiduráveis e não duráveis assinalam taxas de 10,7% e 6,3%, respectivamente.

O setor de bens de consumo duráveis, além de se beneficiar da manutenção de um forte ritmo de crescimento entre os fabricantes de automóveis, vem sendo positivamente influenciado pelo desempenho de telefones celulares e eletrodomésticos. No setor de bens de capital, os itens de maior destaque são equipamentos para telefonia e caminhões. O desempenho de bens intermediários foi influenciado pelo comportamento favorável de vários dos seus subsetores, com destaque para os de insumos industriais elaborados, peças e acessórios para equipamentos de transporte industrial e insumos industriais básicos. Vale citar, ainda, que a produção de insumos para a construção civil, com acréscimo de 11,7%, registra a quarta taxa positiva consecutiva. O setor de bens de consumo semiduráveis e não duráveis apresenta comportamento positivo em todos os seus subsetores, com exceção do de carburantes (-7,2%). Nesta categoria de uso, o principal impacto positivo vem de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (7,8%).

Em síntese, os índices de junho mostram o prosseguimento da ampliação no ritmo de produção, com o segundo trimestre avançando 3,1% frente ao período anterior, num movimento que também já atinge o segmento de bens de consumo semi e não duráveis (0,8%) e que tem em bens de capital (6,3%) e bens de consumo duráveis (7,3%) suas áreas de maior dinamismo. O setor de bens intermediários, que na passagem do primeiro para o segundo trimestre avança 2,6%, é o que apresenta um período de crescimento mais longo.

Além do impacto das vendas externas, diretamente, em bens intermediários mas também em bens de consumo duráveis (como a de automóveis) e em bens de capital (como as de tratores e caminhões), verifica-se que a demanda interna por bens de consumo duráveis também representou um fator importante na performance industrial no primeiro semestre deste ano. Nos meses mais recentes também surgiram sinais discretos de aumento na produção em indústrias mais dependentes da evolução da massa salarial (vestuário e farmacêutica, por exemplo).

Quanto à produção de bens de capital, que cresceu 25,2% no primeiro semestre, é possível observar um perfil generalizado de crescimento pelos seus subsetores. Na comparação 2º trimestre 04/ 2º trimestre 03, quando a categoria como um todo avançou 28,4%, os índices por subsetores foram os seguintes: máquinas e equipamentos agrícolas (10,7%); bens de capital para construção (28,4%); bens de capital para fins industriais (17,7%); para o setor de transporte (33,5%); para uso misto (29,9%) e para o setor de energia elétrica (11,5%).