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Sete em vinte e sete setores respondem por mais de 70% do investimento total da indústria

Os sete setores industriais que lideraram os investimentos responderam por 72% do total em 1996 e por 73% em 2002. Neste último ano, os investimentos industriais chegaram a R$ 50 bilhões e os setores líderes foram: refino de petróleo e álcool (18%)...

30/06/2004 07h01 | Atualizado em 30/06/2004 07h01

Verifica-se que esse grupo de sete atividades líderes em 2002 também ampliou seu espaço nas exportações. Estatísticas de comércio exterior mostram que essas atividades detinham 63% do valor das exportações industriais em 1996 e, seis anos depois, passam a responder por 68%, o que reforça a idéia de que as exportações tiveram papel relevante como fator explicativo da ampliação da capacidade produtiva da indústria no período.

Em 2002, as 20 maiores empresas em investimento responderam por 40% do total

O investimento industrial está fortemente relacionado ao porte da empresa. Evidência disto é o fato de que das 33 mil empresas que, em 1996, informaram gastos com investimento, o valor das 20 primeiras representava 37% do total, ou R$ 10 bilhões, o que significa uma média de R$ 500 milhões por empresa. Em 2002, essas cifras são ainda mais expressivas: as 20 maiores indústrias passam a representar 40% do investimento, num total de R$ 20 bilhões, ou seja, R$ 1 bilhão por empresa.

Tanto em 1996 quanto em 2002, 19 dessas 20 maiores empresas em investimento, eram exportadoras. E mais: nesse período sua participação no total das exportações saltou de 15% para 18%.

Mesmo perdendo espaço, São Paulo detém 42% do investimento industrial em 2002

Com suave perda de participação (de 69,5% para 68,1%), a região Sudeste sofreu modificações internas significativas. Em São Paulo, a participação nos investimentos passou de 49,2%, em 1996, para 42,0%, em 2002. A queda de 7,2 pontos percentuais provavelmente reflete os efeitos da instalação de novas empresas e/ou plantas industriais em outros estados, como é o caso das montadoras de automóveis. Minas Gerais, por outro lado, manteve constante sua participação no total dos investimentos (10,7%). Por sua vez, observou-se crescimento no Espírito Santo (de 1,9% para 5,6%), estado onde predominam indústrias exportadoras e no Rio de Janeiro (de 7,7% para 9,9%), influenciado pelo investimento em setores como os de extração e refino de petróleo, siderurgia e montagem de veículos automotores.

No Norte (de 3,9% para 4,1%), o aumento na participação nos investimentos foi influenciado, principalmente, pelo Pará (de 1,2% para 1,9%), cujo setor de extrativa mineral cresceu significativamente

No Nordeste, a queda de 11,0% para 8,5% na participação foi determinada pelos resultados da Bahia (de 6,7% para 4,1%) e de Pernambuco (de 1,3% para 1,0%). Já o Ceará, onde foram implantadas grandes fábricas de vestuário e calçados, subiu de 0,8% para 1,3% no mesmo período.

No Sul, onde a participação subiu de 13,5% para 16,2%, o principal destaque foi o Paraná (de 4,3% para 6,8%). Também com crescimento, porém em menor proporção, no Rio Grande do Sul a participação nos investimentos passou de 5,5% para 6,0%, enquanto em Santa Catarina houve pequena redução (de 3,7% para 3,3%).

Influenciada pelos resultados de Goiás (de 1,2% para 1,8%) e do Distrito Federal (de 0,2% para 0,5%), a região Centro-Oeste apresentou o maior ganho relativo entre 1996 e 2002: de 2,0% saltou para 3,1%. Um dos fatores determinantes para o crescimento da indústria nas regiões sul e centro oeste é a sua forte articulação com o agronegócio.

Pequena Empresa tem participação de 7,2% no investimento em 2002

O gasto com investimento informado por cerca de 26,3 mil pequenas empresas (que empregam de 5 a 99 pessoas) foi da ordem de R$2 bilhões, ou seja, R$ 76 mil por empresa. Esse montante representou 7,7% do investimento industrial naquele ano. Em 2002, 30 mil pequenas empresas informaram investimentos de R$3,6 bilhões (média de R$120 mil por empresa), com participação de 7,2% no total.

Entre 1996 e 2002, oito setores apresentaram os maiores percentuais de aquisições das pequenas empresas: máquinas e equipamentos (de 5,8% passou para 11,9%); produtos químicos (de 11,7% para 11,9%); alimentos e bebidas (de 13,3% para 11,1%); borracha e plástico (de 8,0% para 8,5%); minerais não-metálicos (de 7,2% para 5,8%); edição, impressão e reprodução de gravações (de 8,8% para 6,6%); produtos de metal (de 7,1% para 8,2%); e móveis e indústrias diversas (de 5,0% para 4,8%). Juntos, esses oito setores foram responsáveis por quase 69% dos investimentos das pequenas empresas em 2002 e por 66,9% em 1996.

Máquinas e equipamentos; produtos químicos e alimentos e bebidas são responsáveis por 35% do investimento das pequenas empresas

Assim como no investimento total da indústria, os setores de fabricação de máquinas e equipamentos, produtos químicos e alimentos e bebidas também exerceram papel de destaque entre as pequenas empresas. Em conjunto, esses três setores responderam por 35% do total do investimento das pequenas empresas em 2002.

No entanto, alguns setores destacaram-se apenas entre as pequenas empresas, como é o caso de borracha e plástico; minerais não metálicos; edição, impressão e reprodução de gravações; e produtos de metal. Entre 1996 e 2002, a proporção de aquisições desse grupo de setores passou de 31,0% para 29,1%. Por sua vez, o setor de móveis e indústrias diversas, com significativo potencial exportador, também destaca-se somente entre as pequenas empresas, com 5% de participação nos investimentos, nos dois anos analisados.

Os sete setores industriais que lideraram os investimentos responderam por 72% do total em 1996 e por 73% em 2002. Neste último ano, os investimentos industriais chegaram a R$ 50 bilhões e os setores líderes foram: refino de petróleo e álcool (18%); alimentos e bebidas (13,8%); montagem de veículos automotores (9,6%); produtos químicos (9,6%); celulose e papel (8,6%); metalurgia básica (7,2%); e extração de minerais metálicos (6,4%) .

Lançada hoje pelo IBGE, a Pesquisa Industrial Anual de Empresas (PIA Empresa) traz um panorama completo da atividade industrial brasileira, considerando as empresas formalmente constituídas, com o mínimo de cinco pessoas ocupadas e cuja análise, em 2002, foram os investimentos da indústria.

Por investimento entende-se o valor gasto na aquisição de máquinas e equipamentos; terrenos e edificações; meios de transporte e outras aquisições incorporadas ao ativo imobilizado. Em 2002, as cerca de 36 mil empresas industriais que informaram essa variável gastaram em torno de R$ 50 bilhões com investimentos, enquanto em 1996, o gasto informado por 33 mil empresas chegava a R$ 26 bilhões.

O grupo de setores líderes é praticamente o mesmo nos dois anos. Em 2002 há apenas a entrada do segmento de extração de minerais metálicos (tipicamente exportador) e a saída do segmento de minerais não metálicos (voltado para o mercado interno). Em termos de posição relativa, vale destacar que refino de petróleo e álcool (que passou de uma participação de 8,5% para 18,0%) passa da quinta para a primeira posição, refletindo provavelmente o impacto dos investimentos realizados na ampliação da produção interna de petróleo e de seus derivados.