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Safra de 2004 será de 120,9 milhões de toneladas, segundo dados de abril

27/05/2004 06h31 | Atualizado em 27/05/2004 06h31

A produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar 120,9 milhões de toneladas, 2,21% inferior à de 2003 (123,6 milhões de toneladas). Comparativamente à informação de março, quando foi divulgada uma produção de 125,5 milhões de toneladas, a estimativa de abril mostra uma redução de 3,69%. A perda de 4,6 milhões de toneladas se refere, em sua maior parte, à soja.

A região Nordeste, que responde nesta safra por 8,86% dessa produção total, apresenta um aumento de 36,86% em relação ao ano passado. As regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis, respectivamente, por 2,73%, 14,36% e 32,51%, apresentam, na mesma ordem, aumento de 16,74%, 6,34% e 4,60%. A região Sul, com participação de 41,53%, apresenta redução de 14,98%.

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de abril, destacam-se as variações nas estimativas de produção, comparativamente ao mês de março, de quatro produtos: algodão herbáceo em caroço (5,27%), feijão em grão 2ª safra (-4,53%), milho em grão 2ª safra (-10,13%) e soja (-4,91%).

A variação positiva observada em abril na produção de algodão herbáceo em caroço, comparativamente a março, deve-se às novas informações da Paraíba, da Bahia e de Minas Gerais, estados nos quais as condições climáticas favoráveis, aliadas aos preços, também favoráveis ao produtor, vêm contribuindo para o crescimento da área plantada nesta safra. Outra razão são os ganhos no índice de produtividade, notadamente na Paraíba e na Bahia: 9,88% e 10,94%, respectivamente.

O feijão 2ª safra apresenta redução de 4,53% na estimativa de produção de abril. As maiores perdas são verificadas no Maranhão (-65,24%), em Santa Catarina (-11,89%) e no Rio Grande do Sul (-51,59%). As condições do tempo (estiagens prolongadas) são as principais causas de redução nesses estados.

Com relação ao milho 2ª safra, a redução observada na produção em abril decorre de novas estimativas do Paraná (-5,98%) e no Mato Grosso do Sul (-35,14%). Em ambos os estados, as fortes estiagens nos meses de janeiro e fevereiro, principalmente, ocasionaram grandes transtornos econômicos para os produtores. A produção esperada é 4,1 milhões de toneladas no Paraná (redução de 32,75%) e 1,6 milhão de toneladas no Mato Grosso do Sul (redução de 35,14%).

A cultura da soja também foi muito prejudicada pelas variações do clima, com períodos longos de estiagem nas regiões Sul e Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul), nas quais a redução na produção foi de 9,86% e 3,46%, respectivamente. A estimativa de abril também foi menor em Santa Catarina (-15,83%), Rio Grande do Sul (-20,65%) e Mato Grosso do Sul (-14,86%), estados em que a produção esperada é de, respectivamente, 651,5 mil toneladas, 5,7 milhões de toneladas e 3,2 milhões de toneladas.



Em abril, algodão e arroz em casca têm os maiores aumentos na comparação 2003/2004

Dentre os produtos analisados, apresentam variação positiva na estimativa de produção para 2004, em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (54,61%), arroz em casca (25,30%), feijão em grão 2ª safra (3,71%), sorgo (6,99%) e trigo (1,16%). Os produtos com variação negativa são: feijão em grão 1ª safra (-0,27%), feijão em grão 3ª safra (-18,62%), milho em grão 1ª safra (-6,65%), milho em grão 2ª safra (-19,81%) e soja (-2,83%).

Nesta quarta previsão da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas do país, observa-se uma diminuição de 2,21% em relação ao volume colhido na safra anterior (123,6 milhões de toneladas). Comparativamente à informação de março, quando foi divulgada uma produção de 125,5 milhões de toneladas, a estimativa de abril mostra redução de 3,69%, situando-se no patamar de 120,9 milhões de toneladas. A maior parte da perda de 4,6 milhões de toneladas se refere à soja.

A perda foi maior na cultura da soja em razão das condições climáticas dos primeiros meses de 2004, que atingiram com mais severidade nos estados da região Sul e Centro-Oeste, dos quais o Mato Grosso do Sul foi o mais prejudicado. Em janeiro, quando foi realizada a primeira estimativa de produção da soja para 2004, o total chegava a 59 milhões de toneladas. Em abril, essa estimativa é de 50 milhões de toneladas. Houve, portanto, uma queda de 9 milhões de toneladas, provocada em sua maior parte pelas condições de tempo adversas.

Quanto às demais culturas de verão, como arroz, milho, algodão herbáceo e feijão, a colheita se encontra bem avançada nos principais estados produtores, já se aproximando do final. Entre essas culturas, os melhores desempenhos são apresentados pelo algodão herbáceo (54,61%), arroz (25,30%) e feijão 2ª safra (3,71%). No entanto, ocorreram reduções em produtos também importantes como o milho (ambas as safras).

Com a proximidade do final da colheita da 1ª safra, restam no campo, em processo de acompanhamento, os produtos de inverno e os de 2ª e 3ª safras, dentre os quais se destacam o trigo e o milho 2ª safra. Com relação ao milho da 2ª safra, observa-se uma redução de 19,81% na produção esperada, cerca de 2,6 milhões de toneladas a menos que a safra de 2003, quando foi obtido um volume de 13,3 milhões de toneladas. Preços pouco atraentes e problemas de calendário agrícola (época de plantio) são as principais razões para essa redução. Os estados produtores em que se verificam as maiores retrações são: Paraná (-32,75%), Mato Grosso do Sul (-35,14%) e Goiás (-30,10%). No Paraná, maior produtor nacional, é aguardada uma produção da ordem de 4,1 milhões de toneladas. Até o momento, o clima nesse estado se apresenta favorável ao desenvolvimento das lavouras.