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PIB cresce 2,7% no primeiro trimestre de 2004

27/05/2004 06h31 | Atualizado em 27/05/2004 06h31

Metodologia das Contas Nacionais Trimestrais

Esta divulgação das Contas Trimestrais incorpora as taxas de variação da nova Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física -PIM-PF produzida pela Coordenação de Indústria do IBGE. Dessa forma, manteve-se as séries do sistema de contas trimestrais até o ano de 2003 e estimou-se o primeiro trimestre de 2004 a partir das novas séries industriais. A incorporação dos novos dados da PIM-PF na estimação do ano de 2003 se dará na divulgação das contas anuais de 2003 e na revisão dos resultados trimestrais de 2004 em novembro deste ano.

Como as séries de número de internações e tempo de internação divulgadas pelo Departamento de Informática dos SUS- Datasus é base para o cálculo dos indicadores de volume para os produtos Saúde Pública e Saúde Mercantil e sofreram mudanças em sua metodologia a partir de agosto de 2003, passou-se a dotar provisoriamente como indicador para estes produtos a taxa trimestral de crescimento demográfico até uma definição de um nova indicador para estes produtos.

Em razão de algumas atividades não terem as informações disponibilizadas a tempo da divulgação das Contas Nacionais Trimestrais - indicadores de volume, foram utilizados modelos de projeção para a estimação dos resultados provisórios para o último trimestre divulgado. Para o primeiro trimestre de 2004, foram estimados os resultados para a Pecuária (bovinos, suínos, ovos, leite e aves), Aluguel (efetivo e imputado), Saúde (pública e mercantil), Telefonia Móvel; para fevereiro e março, os dados de Energia Elétrica; e para março, os dados referentes ao óleo diesel.

Desde outubro de 2000 as estatísticas trimestrais para o PIB brasileiro são divulgadas através das Contas Nacionais Trimestrais. Para cada trimestre existem duas publicações: uma, de Contas Nacionais Trimestrais - Indicadores de volume, que são publicadas 60 dias após o final do trimestre de referência e, outra, de Contas Nacionais Trimestrais - Indicadores de volume e valores correntes, publicadas 90 dias após o final do trimestre.

As revisões de dados e mudanças metodológicas realizadas nas Contas Nacionais Trimestrais concentram-se na divulgação de Contas Nacionais Trimestrais - indicadores de volume e valores correntes para o terceiro trimestre do ano.

1Para obter maiores detalhes sobre o comportamento da produção industrial consultar a Pesquisa Industrial Mensal Produção Física -PIM-PF do IBGE.

O Gráfico II.2 apresenta as taxas de crescimento acumuladas nos últimos quatro trimestres para o PIB a preços de mercado, a partir do primeiro trimestre de 1993.



O gráfico II.3 apresenta as taxas acumuladas em quatro trimestres dos componentes da demanda até o primeiro trimestre dos anos de 2003 e 2004.



O Produto Interno Bruto a preços de mercado, apresentou variação em volume de 2,7% no primeiro trimestre de 2004 em relação ao primeiro trimestre do ano passado; de 1,6% em relação ao último trimestre do ano passado e de 0,0% nos últimos quatro trimestres contra os quatro trimestres imediatamente anteriores.

A Tabela Resumo, a seguir, apresenta os principais resultados para o PIB a preços de mercado referentes aos cinco últimos trimestres



Em relação ao trimestre anterior, todos os setores apresentaram taxas positivas

O PIB a preços de mercado apresentou crescimento de 1,6% entre o primeiro trimestre de 2004 e o quarto trimestre de 2003, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal. Nessa comparação, todos os grupos apresentaram taxas positivas, a Agropecuária 3,3%, a Indústria 1,7% e o setor de Serviços 0,4%.

O gráfico I.1, a seguir, apresenta as variações em relação ao trimestre imediatamente anterior do PIB a preços de mercado e de seus principais setores para os últimos quatro trimestres.



Exportações crescem 5,6% e Importações 4,0% no primeiro trimestre, em relação ao trimestre anterior

Em relação aos componentes da demanda, a Formação Bruta de Capital Fixo mostrou crescimento de 2,3%, ratificando a retomada iniciada no terceiro trimestre de 2003, após um primeiro semestre daquele ano com quedas superiores à 5,0%. O Consumo das Famílias apresentou variação de 0,3% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre do ano anterior e o Consumo do Governo registrou uma taxa positiva de 0,8%. Nesta comparação, as Exportações de Bens e Serviços aumentaram 5,6% e as Importações de Bens e Serviços 4,0%.

O gráfico I.2, a seguir, apresenta as variações, em relação ao trimestre imediatamente anterior, dos componentes da demanda para os últimos quatro trimestres.



Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, PIB cresce 2,7%

O PIB a preços de mercado apresentou uma elevação de 2,7%, no primeiro trimestre de 2004 em relação ao mesmo trimestre de 2003. Tal resultado interrompe uma seqüência de três períodos de variações negativas desta taxa. O Valor Adicionado a preços básicos apresentou variação positiva de 2,5% no primeiro trimestre e os Impostos sobre Produtos uma elevação de 4,0%.

Os três setores que contribuem para a geração do Valor Adicionado apresentaram taxas positivas nesta comparação. A Agropecuária apresentou crescimento de 6,4%, a Indústria 2,9% e os Serviços uma variação positiva de 1,2%.

A taxa da Agropecuária pode ser explicada pelo desempenho positivo de alguns produtos cujas safras são relevantes no primeiro trimestre, como é o caso, por exemplo, do arroz e da soja, com respectivamente, 47% e 43% da colheita neste período.

Na atividade industrial, o subsetor que mais se destacou foi o da Indústria de Transformação, com crescimento de 6,0%, impulsionado pelo aumento da produção verificado nas categorias de bens de capitais, com destaque para máquinas e equipamentos, e a de bens duráveis, com destaque para veículos automotores, mais especificamente automóveis 1. Os Serviços Industriais de Utilidade Pública também apresentaram variação positiva, embora em menor intensidade (1,3%). A Extrativa Mineral, após dois trimestres de crescimento apresentou queda de 3,9% no primeiro trimestre de 2004, a maior desde o quarto trimestre de 2001. A Construção Civil registrou novamente um decréscimo (-2,3%), fato que, com exceção do último trimestre de 2002, vem ocorrendo desde o segundo trimestre de 2001.

Dos sete subsetores que compõe os Serviços, cinco apresentaram variações positivas. Transporte e o Comércio apresentaram crescimentos de 7,4% e 5,1%, respectivamente, em conseqüência do crescimento observado na Agropecuária e na Indústria. Os outros subsetores que apresentaram variações positivas foram Instituições Financeiras (1,9%), Aluguel (1,1%) e Administração Pública (também 1,1%). Os subsetores de Comunicações e Outros Serviços apresentaram declínios de 1,9% e 2,1%, respectivamente. Comunicações, que registrava taxas positivas até o segundo trimestre de 2003, apresentou a terceira queda consecutiva, na série histórica trimestral, puxada pela redução em volume da telefonia fixa.

O gráfico I.6 apresenta as taxas trimestrais para o PIB e seus principais subsetores, no primeiro trimestre dos anos 2003 e 2004



Exportações mantém trajetória de crescimento, com 19,3%

Dentre os componentes da demanda, no primeiro trimestre de 2004 em relação ao mesmo trimestre de 2003, o Consumo das Famílias registrou variação positiva de 1,2%. Excetuando-se o terceiro trimestre de 2002, este item vinha apresentando quedas sucessivas nesta comparação desde meados de 2001. A Formação Bruta de Capital Fixo também registrou elevação neste trimestre (2,2%), após sucessivos resultados negativos ao longo dos quatro trimestres do ano passado. Na mesma direção, o Consumo do Governo apresentou um aumento de 1,5%.

Pelo lado da demanda externa, as Exportações de Bens e Serviços obtiveram um crescimento superior ao do trimestre anterior (19,3%), com destaque para as categorias de uso de bens de consumo duráveis e de capitais, consolidando uma trajetória de crescimento iniciada no segundo semestre de 2002. As Importações de Bens e Serviços, que vinham apresentando quedas sucessivas desde o terceiro trimestre de 2001 até igual período de 2003, registraram mais uma vez uma significativa elevação nesta comparação, da ordem de 11,7%.

O gráfico I.7 abaixo apresenta as taxas de variação trimestral dos componentes da demanda para os quatro últimos trimestres.



Considerando os quatro últimos trimestres, não houve variação

O PIB a preços de mercado, acumulado nos quatro trimestres terminados no primeiro trimestre de 2004, não apresentou variação, em volume, em relação aos quatro trimestres anteriores. Esta estabilidade foi alcançada em virtude da variação do Valor Adicionado a preços básicos, de 0,1%, e dos Impostos sobre Produtos de -0,9%.

O resultado do Valor Adicionado (0,1%) decorreu de um comportamento diferenciado dos três setores que o compõem. A Agropecuária cresceu 4,0%, enquanto que a Indústria sofreu uma queda de 1,0% e os Serviços mantiveram-se praticamente estáveis, com variação de 0,1%. Dentre os subsetores da indústria, a Extrativa Mineral, a Indústria de Transformação e os Serviços Industriais de Utilidade Pública apresentaram, respectivamente, as seguintes taxas, 0,7%, 1,2% e 0,3%. Por outro lado, a Construção Civil declinou 8,9%, no acumulado em quatro trimestres, a maior queda desde o início da série deste indicador, em 1993.

O comportamento estável verificado no setor de Serviços foi conseqüência das variações observadas em seus subsetores, nos últimos quatro trimestres acumulados. Enquanto que Transportes, Aluguéis e Administração Pública apresentaram taxas positivas de 1,8%, 1,1% e 0,7%, respectivamente; os subsetores de Comércio (-1,4%), Comunicações (-0,9%) e Outros Serviços (-1,0%) registraram variações negativas. Instituições Financeiras (0,0%) não sofreram alteração em tal indicador. Cabe observar que o subsetor de Comunicações apresentou, pela primeira vez ao longo desta série, variação negativa nesta taxa.

Pela ótica da demanda, exportações crescem 14,6% nos últimos quatro trimestres

Considerando os resultados pela ótica da demanda, nos últimos quatro trimestres, o Consumo das Famílias e a Formação Bruta de Capital Fixo apresentaram quedas de 2,3% e 5,7%, respectivamente. Por outro lado, o Consumo do Governo aumentou 1,0%, as Exportações de bens e serviços cresceram 14,6% e as Importações 2,1%, sendo que esta última taxa interrompeu uma seqüência de quedas desde o primeiro trimestre de 2002.

O Gráfico II.1 a seguir apresenta as variações acumuladas dos últimos quatro trimestres do PIB a preços de mercado e de seus respectivos subsetores.