Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

PIB no 1º trimestre foi de R$ 387,7 bilhões e capacidade de financiamento do País chegou a R$ 5,2 bilhões

O Produto Interno Bruto, medido a preços de mercado, do primeiro trimestre de 2004 foi de R$ 387,7 bilhões, sendo R$ 344,3 bilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 43,5 bilhões a Impostos sobre Produtos.

29/06/2004 06h31 | Atualizado em 29/06/2004 06h31

No primeiro trimestre de 2004 foram registrados R$ 7,9 bilhões de investimentos estrangeiros diretos, contra R$ 10,7 bilhões no trimestre anterior e 6,9 bilhões primeiro trimestre de 2003. A captação líquida de recursos do Resto do Mundo atingiu cerca de R$ 3,7 bilhões no trimestre. No mês de janeiro, com o risco país em torno de 400 pontos, a captação foi maior, principalmente através de emissões, no exterior, de Bônus da República. Com a volatilidade do risco país nos meses de fevereiro e março, oscilando em torno de 550 pontos ( média ), houve redução de captação externa. O primeiro trimestre caracterizou-se ainda pela manutenção da taxa básica de juros em torno de 16,5% a.a.

No 1º trimestre de 2004, o país realizou um desembolso de R$ 3,9 bilhões em amortizações junto ao FMI e acumulou reservas internacionais de R$ 7,4 bilhões. Sem a contabilização das transações com o FMI, o país apresentaria uma captação líquida positiva de R$ 7,7 bilhões e um acúmulo de reservas de R$ 11,3 bilhões neste trimestre, ante uma acumulação de R$ 0,3 bilhão no primeiro trimestre de 2003, conforme tabela a seguir.

As captações líquidas em empréstimos e financiamentos (F.4), desconsiderando a amortização R$ 3,9 bilhões junto ao FMI, foram negativas em R$ 7 bilhões no primeiro trimestre de 2004, ante uma captação líquida negativa de R$ 1 bilhão no primeiro trimestre de 2003. Considerando a amortização junto ao FMI, a variação negativa foi de R$ 10,9 bilhões no primeiro trimestre de 2004, contra uma captação líquida positiva de R$ 12,4 bilhões no primeiro trimestre de 2003.

O elevado valor de captações no início de 2003, (R$ 12,4 bilhões ) vis à vis o início de 2004, deveu-se ao ingresso de R$ 14,2 bilhões referentes a acordo com o FMI no 1º trimestre de 2003, ao passo que no 1º trimestre de 2004 não houve nenhum ingresso de recursos do Fundo, além de terem sido amortizados R$ 3,9 bilhões. Nos últimos 12 meses, a captação, incluindo os acordos com o FMI, apresentou uma variação negativa de R$ 26,2 bilhões.

O instrumento financeiro títulos exceto ações (F.3) apresentou captação líquida positiva de R$ 4,3 bilhões no primeiro trimestre de 2004, enquanto no primeiro trimestre de 2003 a captação líquida foi de R$ 2,8 bilhões. Apesar de positivo, o resultado do primeiro trimestre de 2003 deveu-se à concentração de captações no curto prazo, com um resgate líquido da ordem de R$ 3,2 bilhões no longo prazo, que foi reflexo do período de instabilidade da economia nacional, com o risco Brasil chegando a 1.442 pontos e a taxa Selic indo a 26% a.a, o que explicita o caráter volátil deste instrumento.

Já no primeiro trimestre de 2004, a situação se inverte, com captações líquidas positivas, no longo prazo, de R$ 4,8 bilhões, e resgate líquido de R$ 0,5 bilhões, no curto prazo. Nesse período, a taxa de risco chegou ao mínimo de 410 pontos, enquanto a taxa básica de juros oscilou em torno de 16%. Para este resultado em F3, destacaram-se os novos ingressos de bônus do governo, de cerca de R$ 4,3 bilhões em janeiro de 2004.

No 1º trimestre de 2004, a variação positiva no passivo em ações e outras participações (F.5) foi de R$ 11,4 bilhões, contra R$ 5,8 bilhões no mesmo trimestre de 2003. Isto significou a manutenção da trajetória de crescimento deste instrumento ao longo de 2003, a despeito de uma pequena queda dos Investimentos Estrangeiros Diretos ( IED ), em relação ao quarto trimestre de 2003. Houve um aumento expressivo em IEC – investimentos estrangeiros em carteira, ações - passando de R$ 0,5 bilhão no primeiro trimestre de 2003 para R$ 2,4 bilhões no primeiro de 2004. No mesmo período, o IED passou de R$ 5,3 bilhões para R$ 9,1 bilhões.

Notas metodológicas: Esta divulgação das Contas Trimestrais incorpora as taxas de variação da nova Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física. O procedimento adotado foi evoluir os produtos da classificação do Sistema de Contas Nacionais, de acordo com as taxas obtidas a partir da nova série da PIM-PF. Desta forma, manteve-se as séries do sistema de contas trimestrais até o ano de 2003 estimando-se o primeiro trimestre de 2004 a partir destas séries. A incorporação dos novos dados da PIM-PF na estimação do ano de 2003 se dará na divulgação das contas anuais de 2003 e na revisão dos resultados trimestrais de 2004 em novembro deste ano.

Como as séries de número de internações e tempo de internação divulgadas pelo Departamento de Informática dos SUS- Datasus são base para o cálculo dos indicadores de volume para os produtos Saúde Pública e Saúde Mercantil e sofreram mudanças em sua metodologia a partir de agosto de 2003, passou-se a adotar, provisoriamente, como indicador para estes produtos, a taxa trimestral de crescimento demográfico até uma definição de um nova indicador.

Da mesma forma, no caso das informações utilizadas para o cálculo dos indicadores de volume de algumas atividades, que não são disponibilizadas a tempo da divulgação das Contas Nacionais Trimestrais – indicadores de volume, foram utilizados modelos de projeção para a estimação dos resultados provisórios para o último trimestre divulgado. Para o primeiro trimestre de 2004, foram estimados os resultados para a Pecuária (bovinos, suínos, ovos, leite e aves), Aluguel (efetivo e imputado), Saúde (pública e mercantil), Telefonia Móvel; para fevereiro e março, os dados de Energia Elétrica; e para março, os dados referentes ao óleo diesel.

Desde outubro de 2000 as estatísticas trimestrais para o PIB brasileiro passaram a ser divulgadas em duas etapas. A primeiro, Contas Nacionais Trimestrais - Indicadores de volume, publicadas 60 dias após o final do trimestre e a segunda, Contas Nacionais Trimestrais – Indicadores de volume e valores correntes, publicadas 90 dias após o final do trimestre.

O Produto Interno Bruto, medido a preços de mercado, do primeiro trimestre de 2004 foi de R$ 387,7 bilhões, sendo R$ 344,3 bilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 43,5 bilhões a Impostos sobre Produtos.

Entre os componentes da demanda, no mesmo período, o Consumo das Famílias totalizou R$ 221,6 bilhões, o Consumo do Governo R$ 64,7 bilhões e a Formação Bruta de Capital Fixo R$ 74,8 bilhões. Já a Balança de Bens e Serviços ficou superavitária em R$ 15,5 bilhões, pois o Brasil exportou R$ 65,2 bilhões e importou R$ 49,8 bilhões no primeiro trimestre. A Variação de Estoques foi de R$ 11,2 bilhões.

Tabela III.1 - Contribuição das classes de atividade no valor adicionado a preços básicos e componentes do PIB pela ótica da despesa

Capacidade de financiamento da Economia Nacional cresce dez vezes em relação ao primeiro trimestre do ano passado

A Capacidade de Financiamento da Economia Nacional ficou em R$ 5,2 bilhões no primeiro trimestre de 2004, ou seja, um aumento de R$ 4,7 bilhões se comparado a igual período de 2003 (Capacidade de Financiamento de R$ 0,5 bilhão). Esse aumento deve-se, principalmente, ao resultado positivo do Saldo Externo Corrente, que foi de R$ 4,6 bilhões.

A Renda Nacional Bruta (PIB mais o que é enviado ou recebido do resto do mundo) atingiu R$ 374,7 bilhões no primeiro trimestre de 2004 contra R$ 336,9 bilhões no respectivo período de 2003. Nessa mesma base de comparação, a Poupança Bruta (renda que não é gasta em consumo) atingiu R$ 90,6 bilhões em 2004, contra R$ 73,7 bilhões no mesmo período do ano anterior. As tabelas IV.I e IV.II apresentam as Contas Econômicas Trimestrais e as Contas das Transações do Resto do Mundo com a Economia Nacional no primeiro trimestre de 2003 e de 2004.