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Indústria acumula crescimento de 6,1% no ano

09/06/2004 06h31 | Atualizado em 09/06/2004 06h31

Em abril de 2004 a produção industrial mostrou ligeira variação frente ao mês anterior (0,1%), já descontados os efeitos sazonais, e expansão de 6,7% em relação a abril de 2003. O acumulado nos primeiros quatro meses do ano ficou em 6,1% e o acumulado nos últimos 12 meses (2,0%) registrou aceleração frente ao resultado de março (1,1%).

Os índices da atividade industrial em abril confirmam a manutenção do patamar atingido em março e a sustentação de resultados positivos frente aos meses iniciais de 2003. Com isso, prossegue a tendência positiva, apoiada nos desempenhos de bens de capital, bens de consumo duráveis e de bens intermediários. Os sinais de crescimento na área de bens de consumo semiduráveis e não duráveis são mais discretos, com um aumento de 0,2% na passagem de março para abril deste ano, após três meses de queda e de 1,5% em relação ao primeiro quadrimestre de 2003.

O crescimento de 6,1% no acumulado de janeiro-abril, contra igual período de 2003, teve um perfil generalizado atingindo 21 atividades, as quatro categorias de uso e 57 dos 76 subsetores industriais. No corte por atividades, a liderança permanece com veículos automotores (22,0%) e material eletrônico e de comunicações (36,7%). Seus itens de maior destaque foram automóveis e telefones celulares, respectivamente. Por outro lado, ainda permanecem com comportamento negativo as indústrias tipicamente associadas ao consumo interno e sensíveis à evolução da renda: farmacêutica (-7,6%), calçados e artigos de couro (-6,2%), vestuário (-3,2%) e edição e impressão (-1,2%).

A análise do indicador acumulado nos primeiro quatro meses do ano, a partir dos índices por categorias de uso, mostra que bens de capital (21,4%) apresenta a taxa mais elevada, vindo logo em seguida bens de consumo duráveis (21,1%), ambas com desempenhos bastante acima da média nacional (6,1%). A categoria de bens intermediários cresce 4,7% e de bens de consumo semiduráveis e não duráveis, com 1,5% de expansão, registra a segunda taxa positiva este ano.

Dos 57 subsetores que apresentam crescimento no período janeiro-abril, vale citar, pela magnitude do crescimento, os resultados de alguns mais relacionados às exportações e à demanda da agricultura: extração de minerais metálicos não ferrosos (41,0%); sucos e concentrados de frutas (41,2%); fabricação de café (20,1%); celulose e pastas para fabricação de papel (8,5%); tratores e máquinas agrícolas (23,9%) e defensivos agrícolas (10,2%). Há também índices positivos em alguns subsetores fabricantes de bens de consumo duráveis, como: eletrodomésticos "linha marrom"(38,6%) e "linha branca"(17,3%), e automóveis (22,7%).

Ainda no indicador acumulado para janeiro-abril do corrente ano, entre os 19 subsetores com queda de produção, vale mencionar os que dependem mais proximamente da demanda doméstica: leite e laticínios (-5,5%); fiação e tecidos de fibras têxteis naturais (-2,7%); calçados (-6,3%); e embalagens de material plástico (-6,2%).

Em relação a março, bens de consumo duráveis e de capital lideram crescimento

A taxa de 0,1%, observada na passagem de março para abril, reflete o comportamento positivo de 13 dos 23 setores pesquisados, que têm séries mensais sazonalmente ajustadas. Entre as atividades industriais com crescimento nesta comparação, vale mencionar material eletrônico e de comunicações (5,5%), bebidas (5,1%), metalurgia básica (1,8%) e têxtil (3,0%). Por outro lado, as influências negativas mais significativas vieram de alimentos (-2,0%), máquinas e equipamentos (-2,0%), refino de petróleo e produção de álcool (-1,4%) e celulose e papel (-2,7%).

Nos índices por categorias de uso, ainda na comparação com o mês anterior, os setores de bens de consumo duráveis (2,9%) e de bens de capital (1,5%) lideram o crescimento. Os bens intermediários mantêm expansão (0,4%) pelo quarto mês consecutivo, enquanto a categoria de bens de consumo semiduráveis e não duráveis registra ligeiro aumento (0,2%) após três meses consecutivos em queda.

Em relação a abril do ano passado, o crescimento é de 6,7%, com destaque para a indústria automobilística

Em relação a abril de 2003, a atividade fabril registra um acréscimo de 6,7%, com a indústria de transformação assinalando taxa de 7,1% e a indústria extrativa apontando queda (-1,3%). A grande maioria (23) dos 26 setores pesquisados na indústria de transformação exibe índices positivos, sendo que veículos automotores (27,9%) se mantém como a indústria de maior impacto positivo para a formação da taxa global, seguida por material eletrônico e de comunicações (36,2%) e máquinas e equipamentos (13,4%). Entre as três atividades que mostram queda em relação a abril de 2003, a de maior pressão negativa sobre a média industrial é a de calçados e artigos de couro (-10,8%).

Ainda na comparação abril 04/ abril 03, os índices por categorias de uso confirmam a sustentação de resultados positivos na produção industrial, com todas as quatro categorias registrando crescimento nesse período. Bens de consumo duráveis (22,7%) e bens de capital (22,0%) são os destaques, crescendo acima da média nacional (6,7%), ao passo que bens intermediários e bens de consumo semiduráveis e não duráveis registram taxas de 5,2% e 1,7%, respectivamente.

Os bens de consumo duráveis, além de se beneficiarem da manutenção de um forte ritmo de crescimento entre os fabricantes de telefones celulares e televisores, vêm sendo positivamente influenciados pelo desempenho do subsetor veículos automotores (23,6%) e do segmento de eletrodomésticos "linha branca" (27,7%). No setor de bens de capital, os principais destaques são os equipamentos para o setor de telefonia, caminhões e aviões.

O crescimento de bens intermediários foi influenciado pelo desempenho do subsetor de peças e acessórios para equipamentos de transporte industrial (20,2%), onde se destaca a indústria de autopeças (28,8%) e o subsetor de insumos industriais elaborados (3,3%). A única pressão negativa sobre o resultado de bens intermediários vem de combustíveis e lubrificantes básicos (-7,9%), refletindo a queda na extração de petróleo. O segmento de bens de consumo semiduráveis e não duráveis aponta crescimento pelo segundo mês consecutivo e tem seu resultado influenciado, sobretudo, pelo comportamento do subsetor de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (5,6%), onde os itens cervejas e refrigerantes foram os destaques.