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Produção industrial cresce 2,1% em março

A produção industrial apresentou, em março, crescimento de 2,1% frente ao mês de fevereiro, na série livre de influências sazonais. No confronto com março de 2003 o aumento foi de 11,9%.

11/05/2004 06h31 | Atualizado em 11/05/2004 06h31

A produção industrial apresentou, em março, crescimento de 2,1% frente ao mês de fevereiro, na série livre de influências sazonais. No confronto com março de 2003 o aumento foi de 11,9%. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses (1,1%), registrou aceleração frente ao resultado de fevereiro (0,1%).

A expansão de 2,1% observada na passagem de fevereiro para março interrompe uma seqüência de três resultados negativos neste tipo de comparação e tem um perfil generalizado, atingindo dezoito das vinte e três atividades pesquisadas, que têm séries mensais sazonalmente ajustadas, e três das quatro categorias de uso. O primeiro trimestre de 2004 também mostrou resultado positivo frente ao primeiro trimestre de 2003 (5,8%), mas ficou 1,2% abaixo do último trimestre de 2003 (série ajustada sazonalmente).

Entre os ramos industriais, vale mencionar o desempenho positivo de máquinas e equipamentos (11,2%), alimentos (2,3%), material eletrônico e de comunicações (9,8%), veículos automotores (4,5%) e vestuário (4,4%). Nos índices por categorias de uso, bens de capital (1,9%) e bens duráveis (0,6%), crescem em março após registrarem queda em fevereiro. Bens intermediários, com taxa de 1,6%, sustenta trajetória ascendente há três meses consecutivos, período em que acumulou um crescimento de 2,2%. O segmento de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis (-0,5%) continua com resultado negativo.

Em relação a março de 2003, a produção industrial registra o expressivo crescimento de 11,9%, mantendo uma seqüência de sete meses de taxas positivas. O resultado foi influenciado pelo fato de março de 2004 ter mais dias úteis que igual mês do ano passado. Nesta comparação, a maioria (22) dos vinte e sete ramos pesquisados apresenta aumento de produção. Os maiores impactos positivos sobre o índice global, por ordem de importância, vieram de veículos automotores (41,3%), máquinas e equipamentos (25,4%), material eletrônico e de comunicações (65,2%) e fabricação de alimentos (8,9%), que, no conjunto, respondem por um impacto de 7,0 pontos percentuais. Nessas atividades, os itens que mais se destacaram foram, respectivamente: automóveis; refrigeradores e congeladores; telefones celulares; e carnes e miudezas de aves.

Entre as categorias de uso, ainda no confronto com março de 2003, o segmento de bens de consumo duráveis obteve a taxa mais elevada (43,9%), apoiado tanto no aumento da produção de automóveis (50,1%), como na de eletrodomésticos da “linha branca” (38,5%) e da “linha marrom” (74,2%). A produção de bens de capital superou em 36,5% a de igual mês do ano anterior, influenciada principalmente pelo crescimento de produtos para telefonia; aviões e caminhões

Ainda na comparação março 2004/março 2003, a produção de bens intermediários cresce 6,8%, influenciada pelo desempenho do subsetor de insumos industriais elaborados (6,3%), em que o item celulose foi o destaque. Também cabe mencionar o desempenho do subsetor de peças e acessórios para equipamentos de transporte industrial (27,2%), em que se destaca o grupamento de peças e acessórios para veículos automotores (autopeças), com 36,6%. Este mês, o grupamento de insumos para a construção civil, com acréscimo de 8,4%, assinala sua primeira taxa positiva desde março de 2003. O setor de bens de consumo semi e não-duráveis (7,4%) reverte o quadro negativo que vinha sendo registrado desde janeiro e alcança taxas positivas em todos os seus subsetores: semiduráveis (8,6%), carburantes (7,7%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (6,3%) e outros não-duráveis (8,1%).

O índice de média móvel trimestral, que mostrou trajetória declinante no início do ano, registra em março estabilidade no patamar de produção, com variação de 0,1% frente a fevereiro. No corte por categorias de uso, os setores de bens intermediários (0,7%), bens de consumo duráveis (0,4%) e bens de capital (0,2%) assinalaram trajetória positiva em março, enquanto a produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis mostrou o único recuo (-1,3%).

Atividade industrial cresce na comparação trimestral

A atividade industrial mantém, no final do primeiro trimestre do ano (5,8%), ritmo de crescimento significativamente superior ao assinalado no último trimestre de 2003 (1,9%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Nesta comparação, os índices por categoria de uso confirmam a liderança de bens de capital, que cresce 15,5% no quarto trimestre e 20,9% no período seguinte, e de bens de consumo duráveis (de 9,4% para 20,5%), ambas com resultados bem acima da média nacional. No primeiro caso, destaca-se o comportamento favorável dos produtos ligados às áreas de telefonia, informática e agricultura. Entre os duráveis, os destaques são: automóveis, telefones celulares e televisão a cores. Bens intermediários cresce 4,5%, em função, sobretudo, dos subsetores de insumos industriais elaborados (3,2%), combustíveis e lubrificantes elaborados (10,8%) e peças e acessórios para equipamento de transporte industrial (12,5%). No modesto resultado positivo de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis (1,1%), se destaca novamente o subsetor de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico, especialmente, em função do aumento na fabricação de sucos e concentrados.

Assim, observa-se que o setor industrial vem sustentando resultados positivos nas comparações mensais para períodos mais longos. O indicador mês/igual mês do ano anterior vem crescendo desde setembro de 2003, num movimento presente nas categorias de uso, à exceção da de bens de consumo semi e não-duráveis. Nas comparações para períodos recentes, a evolução do índice de média móvel trimestral mostra, em março, um quadro de estabilidade que interrompe o movimento declinante observado no início do ano.

No primeiro trimestre do ano, frente a igual período de 2003, o crescimento total da indústria foi de 5,8%, com aumento na produção em 20 atividades. A fabricação de veículos automotores (20,0%) mantém a liderança em termos de impacto sobre o índice geral, cabendo à produção de automóveis o maior destaque. Outros impactos positivos relevantes sobre o resultado global da indústria vieram de material eletrônico e de comunicações (36,9%), em função da expansão na produção de telefones celulares, seguido pelo setor de máquinas e equipamentos (11,2%), com destaque para os itens: refrigeradores e congeladores; e máquinas para colheita. Entre as sete indústrias com queda, a que mais pressiona a taxa global continua sendo a farmacêutica (-7,8%), seguida pelas atividades de edição e impressão (-2,7%) e fumo (-9,7%).

Dos 76 subsetores pesquisados, 54 apresentaram crescimento no período janeiro-março 2004/janeiro-março 2003, representando um aumento do número de atividades com resultados positivos em relação a fevereiro de 2004, quando eram 39 os subsetores com taxas positivas. Entre os 15 subsetores que passam, no trimestre, a apresentar taxas positivas, destacam-se aqueles mais relacionados às exportações e ao agronegócio: fabricação de álcool (de -4,3% no primeiro bimestre para 18,8% em janeiro-março), construção e montagem de aeronaves (de -0,6% para 11,2%), fabricação e refino de açúcar (de -8,8% para 7,1%) e abate de bovinos e suínos (de -1,7% para 3,2%). Além destes, segmentos mais articulados à demanda doméstica também passam a registrar crescimento: fabricação de tecidos artificiais (de -2,2% para 3,1%); laminados plásticos (de -3,7% para 3,5%); artefatos de concreto e cimento (de -3,8% para 1,8%) e máquinas e equipamentos para fins industriais e comerciais (de -2,1% para 4,1%).