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Safra de 2004 será de 125,506 milhões de toneladas, segundo estimativa de março

A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no Brasil em 2004 deve alcançar 125,506 milhões de toneladas, 1,53% superior à de 2003, que foi de 123,615 milhões de toneladas.

29/04/2004 06h31 | Atualizado em 29/04/2004 06h31

A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no Brasil em 2004 deve alcançar 125,506 milhões de toneladas, 1,53% superior à de 2003, que foi de 123,615 milhões de toneladas. Quatro grandes regiões brasileiras apresentam estimativa de aumento da safra em relação à do ano anterior, com destaque para o Nordeste, com 44,35%. Dos produtos analisados, apresentam as maiores variações positivas na estimativa de produção em relação a 2003 o algodão herbáceo em caroço (46,88%) e o arroz em casca (22,01%).

Feita com base nos dados coletados no mês de março, esta é a terceira estimativa para a safra de 2004, calculada pelo IBGE no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). Os produtos pesquisados são caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale.

Em termos regionais, o maior aumento da produção em relação ao ano passado é estimado na região Nordeste (44,35%), que responde nesta safra por 8,99% da produção total. As regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis, respectivamente, por 2,60%, 13,59% e 32,52% do total, apresentam, na mesma ordem, crescimento de 15,57%, 4,50% e 8,59%. A região Sul, com participação de 42,30%, apresenta redução de 10,12%.



Dentre os produtos analisados, apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (46,88%), arroz em casca (22,01%), feijão em grão 1ª safra (7,20%), feijão em grão 2ª safra (8,63%) e soja (2,19%). O comportamento dos preços é a principal justificativa para esses crescimentos. Os produtos que apresentam variação negativa são: feijão em grão 3ª safra (-1,31%), milho em grão 1ª safra (-2,79%), milho em grão 2ª safra (-10,77%), sorgo (-4,63%) e trigo (-0,67%).

Para o milho 2ª safra, espera-se uma produção da ordem de 11,865 milhões de toneladas, 10,77% inferior à colhida em 2003 (13,298 milhões de toneladas). Dentre os estados produtores, as maiores reduções são observadas na produção do Paraná (-28,47%) e de Goiás (-31,05%). As razões dessas quedas significativas na estimativa para 2004 nos dois estados são os preços, considerados pouco remuneradores pelo mercado, mas também problemas de calendário agrícola. Devido às irregularidades climáticas, houve atraso na colheita da soja e, conseqüentemente, também no início do plantio do milho 2ª safra, o que aumentaria os riscos para o produtor, pois tecnicamente não é aconselhável plantá-lo fora da época recomendada.

A colheita da soja encontra-se em andamento em todos os estados produtores do país e espera-se uma produção de 52,609 milhões de toneladas em 2004, 2,19% a mais que a obtida em 2003 (51,482 milhões de toneladas). Em relação à primeira informação da safra 2004 (divulgada em janeiro), quando foi prognosticada a colheita de cerca de 59 milhões de toneladas de soja, nota-se uma perda de aproximadamente 7 milhões de toneladas. Essa redução se deve principalmente às condições climáticas adversas, em especial à falta de chuvas no Rio Grande do Sul, no Paraná e no Mato Grosso do Sul, e ao excesso em Mato Grosso e Goiás. Em Goiás, houve também quebra de safra em razão do ataque severo da ferrugem asiática, enfermidade fúngica muito prejudicial à cultura da soja. A redução foi de 2,5 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul; 1,5 milhão de toneladas no Paraná; 1,2 milhão de toneladas no Mato Grosso do Sul; 950 mil toneladas no Mato Grosso; e 747 mil toneladas em Goiás.



Situação das lavouras em março em relação a fevereiro de 2004

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de março, destacam-se as variações nas estimativas de produção, comparativamente ao mês de fevereiro, dos produtos: algodão herbáceo em caroço (9,79%), feijão em grão 2ª safra (4,18%), milho em grão 2ª safra (-7,12%) e soja (-7,59%).

O aumento observado na estimativa do algodão herbáceo em março decorre de novas informações dos estados de Pernambuco, São Paulo, Mato Grosso e Goiás, onde as condições climáticas estão favorecendo o desempenho da cultura. A produtividade nesses estados é, respectivamente, de 500 kg/ha, 2.544 kg/ha, 3.588 kg/ha e 3.350 kg/ha. Os preços estão em patamares favoráveis à comercialização.

No caso do feijão 2ª safra, o aumento de 23% da previsão de produção, observado em março relativamente a fevereiro, deve-se ao clima favorável à cultura na região Nordeste. Destacam-se, principalmente, as estimativas de Pernambuco, Alagoas e Bahia.

Na estimativa do milho 2ª safra, constata-se uma redução de 7,12% em março, relativamente a fevereiro, em decorrência de problemas causados por estiagens prolongadas nos estados do Paraná e de Goiás, os quais apresentam quedas no nível de produtividade em 8,75% e 13,97%, respectivamente. O Paraná espera colher 4,3 milhões de toneladas (-21,72%) nessa safra, enquanto Goiás aguarda uma produção de 772 mil toneladas(-31,05%).

As condições climáticas, com fortes estiagens e excesso de precipitação, ocasionaram sérias perdas na cultura da soja, sendo as mais acentuadas no Paraná (-7,00%), Rio Grande do Sul (-26,00%), Mato Grosso do Sul (-13,00%) e Goiás (-10,00%). A redução de produtividade observada nesses estados é de 7%, 26%, 13%, e 11%, respectivamente.