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Produção industrial cai 1,8% em fevereiro

Houve queda em quinze das 23 atividades pesquisadas em que se aplica o ajustamento sazonal e em todas as categorias de uso. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o setor teve, em fevereiro último, o sexto crescimento consecutivo (1,8%).

08/04/2004 06h31 | Atualizado em 08/04/2004 06h31

Houve queda em quinze das 23 atividades pesquisadas em que se aplica o ajustamento sazonal e em todas as categorias de uso. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o setor teve, em fevereiro último, o sexto crescimento consecutivo (1,8%). No primeiro bimestre , houve crescimento de 2,7% e, nos últimos doze meses a taxa ficou em zero.

A produção industrial mostrou queda de 1,8% na passagem de janeiro para fevereiro de 2004, segundo os índices sazonalmente ajustados. O recuo atingiu quinze das vinte e três atividades pesquisadas que têm séries mensais sazonalmente ajustadas, e todas as categorias de uso. A de bens de consumo duráveis (-5,4%) teve a redução mais acentuada, vindo a seguir bens de capital (-2,4%), bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-2,0%) e, finalmente, bens intermediários (-0,8%), única com desempenho acima da média industrial. O indicador acumulado nos últimos doze meses ficou em 0,0%, marca idêntica à de janeiro.

Em relação a fevereiro de 2003, houve crescimento de 1,8%, o sexto consecutivo nessa comparação. Ressalte-se que fevereiro de 2004 teve menos dias úteis, pois o Carnaval de 2003 foi comemorado em março. Ainda na comparação com igual período do ano passado, 15 das 27 atividades pesquisadas cresceram. Por categorias de uso, cresceram bens de capital (10,4%), bens intermediários (4,3%) e bens de consumo duráveis (2,5%). A produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis caiu 3,1%.

No primeiro bimestre, a indústria cresceu 2,7%, com 15 atividades em alta, destacando-se refino de petróleo e álcool (11,2%), veículos automotores (8,7%) e material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (23,8%). Entre as atividades em queda estão farmacêutica (-12,6%), vestuário e acessórios (-15,0%) e calçados e artigos de couro (-9,3%), três indústrias tipicamente associadas ao comportamento do consumo interno e sensíveis à evolução da massa salarial.

Por categorias de uso, o acumulado no primeiro bimestre mostra bens de capital (13,0%) com a taxa mais elevada, e bens de consumo duráveis (8,6%) a seguir. Bens intermediários também cresceu no bimestre (3,4%). A única categoria de uso com queda no período foi bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-1,6%).

Na média móvel trimestral, entre janeiro e fevereiro últimos, o índice geral caiu 1,5%. Também caíram bens de capital (-3,0%) e bens de consumo duráveis (-1,8%). As áreas de bens de consumo semi e não duráveis e de bens intermediários mantiveram-se estáveis.

Em resumo, os índices da atividade industrial nesse início de ano mantiveram taxas positivas nos confrontos com o início de 2003. Destaque-se, nas categorias de uso, as altas de bens de capital e bens de consumo duráveis, enquanto bens de consumo semiduráveis foi a única queda, nessa comparação.

Por outro lado, a partir dos meses finais de 2003, segundo os índices de média móvel trimestral ajustados sazonalmente, houve redução no patamar produtivo. Isso foi determinado pelos setores de bens de capital e de bens de consumo duráveis, justamente os que mais avançaram ao longo do segundo semestre de 2003. As áreas de bens intermediários e de semi e não duráveis mantiveram-se relativamente estáveis nesse período.

O que é a nova PIM

A nova Pesquisa Industrial Mensal já traz série histórica iniciada de janeiro de 2002, e encadeia os resultados da série anterior desde 1991. A nova base fixa é a média de 2002. A defasagem na divulgação dos dados será mantida em, no máximo, 42 dias – período que está dentro dos padrões internacionais. A nova série adotará um modelo de ajustamento sazonal (X12) mais robusto que o anterior (X 11).

Mais atual

O desenho da amostra da nova PIM-PF, em relação a atividades e produtos selecionados, e ao sistema de ponderação utilizado, reflete a estrutura industrial do período 1998/2000. Essas informações estruturais foram obtidas em pesquisas anuais de amplo alcance, a Pesquisa Industrial Anual de Empresa e a Pesquisa Anual de Produto. A base de dados da antiga PIM era o Censo Industrial de 1985. Mesmo com um sistema de ponderação móvel, e com possibilidade de incluir informações sobre novas empresas ao longo da série, os indicadores não captavam de forma completa as mudanças estruturais ocorridas no setor produtivo ao longo dos últimos anos.

O novo desenho do sistema de estatísticas industriais, com pesquisas estruturais divulgadas em prazos mais curtos, irá permitir revisões mais freqüentes no desenho da PIM-PF. As recomendações internacionais sugerem que essas revisões não ultrapassem o intervalo de cinco anos. A Pesquisa Industrial Anual de Empresa, principal base de informações sobre a estrutura produtiva industrial, investiga de forma censitária todas as indústrias com 30 ou mais empregados e, através de amostra probabilística, aquelas que empregam entre cinco e 29 pessoas.

Mudanças Regionais

A nova PIM ampliou o número de áreas para as quais há uma divulgação regional: entram todos os estados que sejam responsáveis por, pelo menos, 1% do valor de transformação Industrial. A PIM não mais abordará a região Sul, no entanto, a pesquisa continuará detalhando os resultados conjuntos do Nordeste, para dar suporte às políticas públicas direcionadas a essa região. Serão divulgados resultados para: Amazonas, Pará, Nordeste, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás. Essas informações são divulgadas em relatório específico, usualmente uma semana após a divulgação dos índices regionais.

Novos produtos e atividades

As atividades retratadas pela pesquisa estão sob uma nova classificação (CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas), alinhada às classificações internacionais e utilizada amplamente em outros registros administrativos, como a RAIS, o que a torna comparável com diferentes fontes de informação. Apenas uma divisão da indústria de transformação não foi selecionada, reciclagem, pela baixa participação na estrutura industrial (0,04%). Os índices da série anterior foram recalculados alocando-se os produtos nessa nova classificação, para possibilitar o encadeamento das duas séries.

A lista de produtos selecionados traz novos itens que ganharam importância nos últimos anos – como celulares, transmissores, receptores e CDs – e também produtos de atividades industriais não cobertas anteriormente, como livros, jornais e revistas, pertencentes à indústria de edição e impressão.