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Indústria do Rio Grande do Sul lidera crescimento regional, impulsionada pelo agronegócio

Os índices regionais da produção industrial de janeiro de 2004 foram positivos na maioria dos locais pesquisados. Em relação a janeiro de 2003, houve aumento em sete das 12 áreas pesquisadas, com Rio Grande do Sul (11,3%), região Sul (4,7%), São Paulo ...

15/03/2004 06h31 | Atualizado em 15/03/2004 06h31

Os índices regionais da produção industrial de janeiro de 2004 foram positivos na maioria dos locais pesquisados. Em relação a janeiro de 2003, houve aumento em sete das 12 áreas pesquisadas, com Rio Grande do Sul (11,3%), região Sul (4,7%), São Paulo (4,6%) e Santa Catarina (3,3%) assinalando crescimentos superiores ao da média nacional. Os demais locais com acréscimo de produção foram: Paraná (1,7%), Ceará (1,4%) e Minas Gerais (1,0%). Com queda, figuram: Rio de Janeiro (-5,9%), Espírito Santo (-5,1%), região Nordeste (-3,4%), Bahia (-1,7%) e Pernambuco (-0,9%).

O Rio Grande do Sul apresentou novamente, em janeiro, a melhor performance entre as regiões pesquisadas, na comparação com janeiro de 2003, baseada, principalmente, no comportamento da indústria mecânica (colhedeiras agrícolas), reflexo do dinamismo relacionado ao agronegócio. A indústria paulista (4,6%) teve seu desempenho apoiado nos seguintes setores: químico (óleo combustível), material elétrico e de comunicações (baterias e acumuladores) e mecânico (motores estacionários). Em Santa Catarina (3,3%) o resultado também está articulado à boa performance da mecânica, com destaque para o item compressor, e de produtos alimentares, beneficiado pela maior produção de carne de suínos e sardinha enlatada.

Entre os locais que registraram queda, o Rio de Janeiro (-5,9%) teve desempenho influenciado pela alta base de comparação de sua principal indústria, a extrativa mineral (petróleo e gás natural) e o Espírito Santo (-5,1%), devido à paralisação para manutenção em plataformas marítimas de extração de petróleo.

A indústria paulista cresce pelo 6º mês consecutivo

A produção industrial de São Paulo iniciou o ano de 2004 com crescimento significativo (4,6%). Pela sexta vez consecutiva, no confronto com igual mês do ano anterior, o setor registra aumento, iniciando o ano a um ritmo bem acima da taxa observada no fechamento de 2003 (0,6%). No indicador acumulado dos últimos 12 meses, a indústria paulista manteve sua produção em trajetória ascendente ao registrar 0,8% em janeiro, enquanto em dezembro a taxa ficou em 0,6%.

A expansão global de 4,6% observada na comparação janeiro 04/ janeiro 03 resulta de acréscimos em 11 dos 19 setores pesquisados. As indústrias química (8,9%), de material elétrico e de comunicações (11,1%) e mecânica (10,5%) respondem pelas maiores contribuições positivas na formação do resultado global. Por outro lado, as indústrias de vestuário, com redução de 19,9%, e têxtil (-7,0%) são as que mais pressionam a taxa global, em razão, sobretudo, das quedas nos itens blusas e camisas esporte e linhas de algodão e fios sintéticos.



Por fim, a indústria paulista apresenta uma suave recuperação em seu ritmo produtivo na passagem de dezembro (0,6%) para janeiro (0,8%), segundo o indicador acumulado nos últimos 12 meses. Entre os gêneros industriais, o movimento de melhora de dezembro para janeiro está presente em cinco setores, sendo mais acentuado em material elétrico e de comunicações (de 10,3% para 12,3%)

Produção industrial no Rio de Janeiro cai há dez meses

A indústria do Rio de Janeiro, que registrou redução de 5,9%, em janeiro, em relação a igual mês do ano anterior, apresenta o décimo resultado negativo consecutivo neste tipo de comparação. No indicador acumulado nos últimos 12 meses, a indústria fluminense continua apresentando queda: -1,7%.

O decréscimo de 5,9%, observado na comparação com igual mês do ano anterior, reflete um quadro de queda em nove dos 16 setores pesquisados. A indústria extrativa mineral, em virtude, principalmente, de uma base de comparação mais elevada, volta a reduzir produção (-6,8%), após dois meses consecutivos em expansão, sendo o principal determinante para a queda no índice global da indústria. Na indústria de transformação, que por sua vez também registra recuo na produção (-4,7%), os ramos têxtil, com queda de 53,6%, e química (-8,2%) são os que respondem pelo maior impacto negativo.

Quanto ao acumulado nos últimos 12 meses, a taxa negativa de 1,7% confirma a tendência de aceleração no ritmo de queda, já que dezembro de 2003 apresentou um recuo de 0,9%. Esta trajetória está presente tanto na extrativa mineral, que passa de 0,7% em dezembro para -0,2% em janeiro de 2004, como na indústria de transformação (de -3,0% para -3,7%).



Indústria do Espírito Santo tem resultado atípico em janeiro

Em janeiro de 2004, a produção industrial do Espírito Santo recua 5,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado, ficando bem abaixo do crescimento médio do ano anterior (11,6%). Já no confronto com os últimos 12 meses, a performance da indústria é mais favorável, pois mantém ritmo de expansão acelerado ( 9,7%).

No confronto com janeiro do ano passado, a indústria geral capixaba diminuiu sua produção em 5,1%, resultado atribuído exclusivamente à extrativa mineral, que teve sua produção reduzida em 30,7%, em decorrência da paralisação para manutenção de plataformas marítimas de exploração de petróleo. Por outro lado, a indústria de transformação cresceu 9,4% em janeiro, com os impactos mais expressivos vindo das indústrias metalúrgica (10,1%) e de produtos alimentares (31,3%), acompanhado, em menor medida, pelo ramo de papel e papelão, que experimentou crescimento de 4,4% neste mês. Nestes ramos, os produtos que mais sobressaíram foram, respectivamente: placas de aço comum, café solúvel e celulose de todos os tipos - itens que refletem o dinamismo por que passa o mercado externo.

Na comparação acumulada para os últimos 12 meses, a produção até janeiro cresceu 9,7%, diminuindo seu dinamismo frente aos meses anteriores, tendo em vista o atípico resultado de janeiro de 2004, mantendo porém o ritmo acelerado.

Em janeiro de 2004, a produção industrial de Minas Gerais aponta crescimento de 1,0% frente ao mesmo mês do ano passado e queda de 0,5% no acumulado dos últimos 12 meses.

Na comparação com janeiro do ano passado, o aumento de 1,0% na produção de bens industriais, em janeiro, representa vantagem em relação à média de crescimento do ano passado (-0,6%). No entanto, dos 16 ramos pesquisados, a maioria (dez) assinala queda. Sobre a taxa global, atuaram negativamente produtos alimentares (-5,0%), influenciado pela redução na produção de molhos preparados e farelos de sementes oleaginosas; material de transporte (-4,5%), pelo impacto negativo da produção de automóveis; e fumo (-11,1%), principalmente pela redução na produção de cigarros. Em sentido oposto, a metalúrgica (3,8%), pela importância no parque industrial mineiro, figurou como o ramo de maior impacto positivo. No entanto, seu desempenho ficou abaixo do crescimento médio do ano passado (6,2%). Outros dois ramos que mereceram destaques neste mês foram química (8,8%), cujo rendimento deve-se ao comportamento positivo da produção de óleo diesel e fertilizantes compostos, e extrativa mineral (1,8%), este influenciado pela produção de minério de ferro beneficiado e pelotizado, que aproveita o momento favorável do mercado externo.

Nos últimos 12 meses, a produção global mostra virtual estabilidade (-0,5%), com ligeira alteração frente ao fechamento do ano passado (-0,6%). Neste tipo de comparação, 11 ramos assinalaram quedas, dentre eles, os que imprimiram maior pressão negativa foram: produtos alimentares (-8,9%), por conta da produção negativa de molhos preparados; minerais não metálicos (-8,3%), face ao recuo da produção de cimento comum e estacas e postes de concreto, e têxtil (-8,0%), refletindo a menor produção de tecido acabado e fio de algodão.

Região Sul registra a quinta taxa positiva

A indústria da região Sul registrou, em janeiro de 2004, crescimento de 4,7% ante janeiro de 2003, sendo esta a quinta taxa positiva consecutiva nessa comparação, e que é bem superior à do fechamento do ano de 2003, que foi de 1,5%. O indicador acumulado nos últimos 12 meses também assinalou expansão: 1,6%.

No confronto janeiro 04/janeiro 03, os desempenhos de mecânica (20,3%) e química (6,3%), foram os principais determinantes na formação da taxa global de 4,7%. Esses setores registraram, respectivamente, aumentos na produção dos itens: colhedeiras agrícolas e fungicidas, herbicidas e inseticidas. Em contraposição, as maiores influências negativas vieram de vestuário e calçados (-10,5%) e madeira (-4,7%).

O acumulado nos últimos 12 meses, com acréscimo de 1,6%, mantém-se estável em relação a dezembro (1,5%). As contribuições, positiva e negativa, mais relevantes foram dadas, respectivamente, por: mecânica (19,4%) e vestuário e calçados (-10,0%).

Rio Grande do Sul tem o maior crescimento entre os locais pesquisados

A indústria do Rio Grande do Sul prossegue, em janeiro, revelando aumento significativo na comparação com igual mês do ano anterior, sendo a expansão de 11,3% a maior entre as regiões pesquisadas. O indicador acumulado nos últimos 12 meses passa de 3,8% para 4,5%, entre dezembro e janeiro.

A atividade industrial gaúcha começa o ano de 2004 mostrando resultado mensal (11,3%) bastante superior ao acumulado do ano de 2003 (3,8%). O bom resultado deste mês, frente a janeiro do ano passado, reflete a ampliação na atividade de dez dos 19 ramos pesquisados, mas foi influenciado predominantemente pelo dinamismo da mecânica (53,7%), que reflete não só o bom desempenho da agroindústria e das exportações, mas também o retorno de férias coletivas de importantes empresas do setor. Vale destacar a contribuição de material de transporte, com crescimento de 16,6%, com aumento na produção de reboques e semi-reboques. Entre os setores que reduziram a produção, a maior pressão veio de vestuário e calçados (-16,2%).

O indicador acumulado nos últimos 12 meses (4,5%) confirma o movimento de recuperação no ritmo produtivo da indústria gaúcha, iniciado em novembro do ano passado. Entre dezembro e janeiro, dez setores melhoram seus desempenhos, com destaque para mecânica, que passa de 23,2% para 26,9%.

Indústria do Paraná tem o 7º aumento consecutivo, mas reduz ritmo de crescimento

A indústria do Paraná apontou, em janeiro, aumento de 1,7% na comparação com igual mês de 2003 e uma desaceleração no ritmo produtivo entre dezembro (3,0%) e janeiro (2,5%), segundo o índice acumulado dos últimos 12 meses.

O resultado de 1,7%, na comparação com janeiro de 2003, marca o sétimo aumento consecutivo e reflete o aumento de produção em nove dos 19 setores investigados. Os principais impactos positivos vêm da química (15,1%) e de produtos alimentares (11,1%). Em termos negativos, as principais pressões vêm de madeira (-19,3%) e mecânica (-15,1%).

O indicador acumulado nos últimos 12 meses registrou crescimento de 2,5%, porém manteve o movimento de desaceleração do ritmo produtivo iniciado em julho de 2003. O resultado de janeiro foi influenciado positivamente pelas indústrias química (4,6%) , com aumento na produção de fungicidas e herbicidas, e mecânica (16,3%), impulsionada pela produção de colhedeiras agrícolas. A pressão negativa mais significativa veio de minerais não metálicos, com queda de -8,3%, principalmente pelo recuo na fabricação de cimento.

Em janeiro, a produção industrial de Santa Catarina registra, pela segunda vez consecutiva, aumento no confronto com igual mês do ano anterior: 3,3%. Vale destacar que a indústria catarinense revela número superior ao registrado pelo total do país (1,7%) neste tipo de comparação. O indicador acumulado nos últimos 12 meses continua apresentando resultado negativo: -2,3%.

A expansão global de 3,3%, observada na comparação janeiro 04/janeiro 03, fica bem acima da taxa acumulada de 2003 (-2,5%) e resulta de acréscimos em dez dos 18 setores pesquisados. A indústria mecânica se destaca com crescimento de 19,1%. Vale mencionar, ainda, o desempenho positivo de produtos alimentares (3,1%) e têxtil (9,2%). Entre os que mostraram queda, os maiores impactos vieram de extrativa mineral (-33,1%), por conta de carvão mineral e energético, e de material de transporte (-36,2%), em função de carroçarias para ônibus e microônibus.

Por fim, segundo o indicador acumulado nos últimos 12 meses, a indústria catarinense, embora permaneça com um quadro negativo, continua apresentando uma suave recuperação em seu ritmo produtivo na passagem de dezembro de 2003 (-2,5%) para janeiro (-2,3%), comportamento este iniciado em julho do ano passado. Entre os gêneros industriais, há um movimento de melhora em oito setores, entre dezembro e janeiro.

Indústria nordestina em trajetória de queda desde outubro

A indústria nordestina, em janeiro, apresentou queda de 4,2% na comparação com igual mês do ano anterior, resultado mais desfavorável do que o registrado em dezembro de 2003 (-3,8%). Também apontou decréscimo o indicador acumulado dos últimos 12 meses em: -2,7%.

A queda de 4,2% no indicador mensal da indústria nordestina foi determinada pelo desempenho negativo de dez dos 15 ramos pesquisados, sendo os mais expressivos química (-5,4%), minerais não-metálicos (-21,1%) e produtos alimentares (-4,8%). A maior contribuição positiva para o cômputo geral foi proporcionada por metalúrgica (12,9%). Deve-se registrar que a queda do indicador mensal em janeiro foi maior do que o acumulado no fechamento de 2003 (-2,1%).

Por fim, o acumulado nos últimos 12 meses, que recua 2,7%, acentua a trajetória descendente verificada desde outubro (-0,1%). As contribuições, positiva e negativa, mais relevantes foram dadas, respectivamente, por: metalúrgica (6,7%) e química (-3,4%).



Em janeiro, a produção industrial do Ceará aumenta 1,4%, revertendo dois meses consecutivos de resultados negativos no confronto com igual mês do ano passado. No indicador acumulado nos últimos 12 meses, o resultado se mantém negativo, porém, menos acentuado do que no mês anterior, passando de -1,5% em dezembro para -1,0% em janeiro.

Dos 12 setores pesquisados, seis expandiram a produção, com destaque para metalúrgica, com crescimento de 89,1%, com a maior pressão positiva, resultado do aumento na produção de latas de metais para embalagem. Por outro lado, os desempenhos de minerais não-metálicos (-38,2%) e têxtil (-9,7%) foram as principais contribuições negativas no resultado global. O indicador acumulado nos últimos 12 meses, embora registrando o sétimo resultado negativo consecutivo, mostra suave desaceleração no ritmo de queda na passagem de dezembro (-1,5%) para janeiro (-1,0%).



Indústria de Pernambuco cai depois de cinco meses de alta

A indústria de Pernambuco, em janeiro, assinalou uma retração de 0,9% na comparação com igual mês do ano anterior, interrompendo a seqüência de cinco meses com taxas positivas. O indicador acumulado dos últimos 12 meses mostrou crescimento de 1,5%, enquanto em dezembro cresceu 2,4%.

A queda de 0,9% no indicador mensal da indústria pernambucana foi determinada pelo desempenho negativo de 11 dos 14 gêneros pesquisados, sendo os mais expressivos minerais não-metálicos (-21,9%); vestuário e calçados (-68,7%) e têxtil (-13,1%). Em contrapartida, a maior contribuição positiva foi dada por produtos alimentares (11,2%), impulsionada por uma maior produção de sucos e concentrados de frutas e açúcar demerara.

Por fim, o acumulado nos últimos 12 meses, apesar de assinalar acréscimo de 1,5%, registra desaceleração no ritmo produtivo em relação a dezembro (2,4%).

Em janeiro de 2004, a indústria geral da Bahia assinalou recuo de 1,7% em relação a janeiro de 2003. Na comparação acumulada para os últimos 12 meses, o ritmo de produção até janeiro (-2,0%) mantém-se estável em relação a dezembro (-1,9%).

Em relação a janeiro do ano passado, a queda de 1,7% da indústria baiana é bem menos intensa que as de novembro (-20,5%) e dezembro (-11,4%). Dentre os 12 ramos pesquisados, oito apresentaram produção inferior à do ano passado, cabendo a química (-8,8%) o destaque de ser o maior impacto negativo. Em seguida, também exercendo pressão negativa, destacam-se produtos alimentares (-12,3%) e produtos de matérias plásticas (-40,0%), refletindo perdas na produção de chocolate amargo para uso industrial e de mangueiras, canos e tubos de plástico, respectivamente. Em sentido oposto, a metalúrgica (74,5%) foi o ramo com maior influência positiva sobre a taxa global.

A produção anual, medida pelo indicador dos últimos 12 meses, também foi negativa em janeiro (-2,0%), evidenciando ligeiro aumento no ritmo de queda frente a dezembro do ano passado (-1,9%). No que se refere à indústria de transformação, nota-se movimento semelhante com o índice passando de -2,4% em dezembro, para -2,5% em janeiro.