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Agroindústria cresce 1,6% em 2003 e a indústria em geral tem crescimento de 0,3%

13/02/2004 07h31 | Atualizado em 13/02/2004 07h31

A agroindústria em 2003 registrou crescimento de 1,6%, enquanto a taxa obtida pela média da indústria nacional foi de 0,3% no mesmo período. Nos últimos três anos (2003/2000) para um crescimento industrial de 4,5%, a agroindústria avançou 13,3%.

Em 2003, pelo terceiro ano consecutivo, a taxa de crescimento da agroindústria supera a da indústria em geral, indicando que os setores industriais identificados com a agroindústria mostraram maior dinamismo que a produção industrial como um todo. O resultado confirma o impacto positivo originado do agronegócio, principalmente o de exportação, sobre a atividade industrial,.

A evolução dos índices em bases trimestrais mostra um ganho de dinamismo no ritmo da atividade da agroindústria no quarto trimestre do ano. Após um crescimento de 3,2% no primeiro trimestre, a agroindústria se manteve estável no segundo trimestre (0,0%), registrou ligeira expansão no período julho-setembro (0,5%), até alcançar 3,5% de crescimento no quarto trimestre de 2003.



Nos dois últimos anos, o total da agricultura tem tido desempenho acima do total da pecuária, alterando um quadro que se verificou permanentemente por 13 anos, de 1988 a 2001. Em 2003, os setores associados à lavoura apontaram 2,2% de crescimento, desempenho bem superior ao dos setores associados à pecuária (-1,2%). Esse resultado da pecuária é o primeiro negativo dos últimos cinco anos.

O bom desempenho da agroindústria em 2003 pode ser atribuído ao expressivo crescimento de produtos industriais utilizados pela agricultura (17,2%), com destaque para o segmento de máquinas e equipamentos (24,4%), que vem apresentando taxas de crescimento bastante elevadas nos últimos três anos. O câmbio mais favorável, combinado com os esforços de abertura de novos mercados, e a adoção de programas de estímulo à renovação das frotas (Moderfrota-BNDES) estimularam o crescimento tanto das vendas internas, quanto das exportações.

Produtos industriais derivados da agricultura têm queda de 1,7%

O grupo dos produtos industriais derivados da agricultura teve retração de 1,7% em 2003. Somente os produtos derivados de cana-de-açúcar (8,8%), milho (7,9%) e trigo (0,2%) pressionaram positivamente, mas sem conseguir reverter o resultado geral negativo para a lavoura. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) revelou que o aumento da produção de cana-de-açúcar refletiu, em grande parte, as excelentes cotações dos seus principais derivados, o açúcar e o álcool, no período de intenção de plantio, e o acordo firmado entre o governo federal e o setor produtivo para antecipar a produção de álcool, a fim de garantir o abastecimento interno do produto. Já o aumento na produção de milho está vinculado às condições extremamente favoráveis à comercialização, como o baixo nível dos estoques mundial e doméstico, a alta das cotações internacionais e o câmbio favorável, além das ótimas condições climáticas verificadas nas duas safras. Em direção oposta, e com os impactos predominantes, houve retração nos produtos industriais derivados de soja (-1,7%), café (-11,5%), cacau (-3,2%), algodão (-5,7%), laranja (-25,4%), arroz (-6,3%) e fumo (-10,2%). A magnitude da queda na laranja foi provocada por fatores climáticos que resultaram no adiamento da safra.

Produtos industriais utilizados pela agricultura crescem 17,2%

O crescimento de 17,2% alcançado pelo setor de produtos industriais utilizados pela agricultura, em 2003, deve ser creditado, principalmente, ao segmento de máquinas e equipamentos agrícolas (24,2%), que volta a apresentar grande dinamismo. Para dar uma idéia desse dinamismo, basta observar que, entre 1999 e 2003, registra-se um crescimento acumulado de 106,5% neste setor. Também merece destaque o desempenho de adubos e fertilizantes, que registrou crescimento de 10,9%. O expressivo aumento na produção de máquinas e equipamentos agrícolas nos últimos anos tem sido impulsionado pelo crescimento da produção agrícola, pela oferta de crédito a juros baixos do programa de modernização da agricultura e pelo aumento das exportações de alimentos.

Produtos industriais derivados da pecuária se mantém praticamente estável

Em 2003, o setor de produtos industriais derivados da pecuária se manteve praticamente estável (0,1%), completando assim o sexto ano consecutivo de taxas positivas. O pequeno crescimento de 2003 reflete desempenhos diferenciados entre os segmentos. O grupo de derivados de bovinos (9,9%), cujo segmento é o de maior peso entre os derivados da pecuária, teve seu maior crescimento desde o início desta série, em 1992, beneficiado pelas exportações. O grupo de derivados de suínos (-11,0%) teve o pior desempenho da série iniciada em 1992, assim como o grupo de derivados de aves (-1,6%), que registrou o primeiro resultado negativo da série histórica. A redução da demanda interna provavelmente contribuiu para o índice negativo deste último grupo. Os derivados de leite e de miúdos também tiveram retração, respectivamente, de -2,0% e -3,0%.

Produtos industriais utilizados pela pecuária tem redução de 4,7%

O setor de produtos industriais utilizados pela pecuária não repetiu o comportamento positivo dos últimos anos e apresentou o pior desempenho da série (-4,7%), após cinco anos consecutivos de crescimento, período em que acumulou expansão de 40,4%. O resultado de -4,7% é decorrente da queda na produção de soros e vacinas (-18,1%) e de rações (-1,0%).