Conferência teve a realização de mais de 100 atividades, entre abertura, mesas, grupos temáticos e de trabalho, oficinas, reuniões abertas e fechadas, encontros e visitas.

"À Sociedade Brasileira: o Planejamento Estatístico e Geocientífico na Era Digital com a Implantação do SINGED

A sociedade brasileira atravessa uma transformação profunda: a passagem para a Era Digital, na qual informações estatísticas e geocientíficas se tornaram parte essencial da infraestrutura estratégica do país. Assim como energia, transporte ou telecomunicações, os dados — produzidos com rigor científico, segurança, ética e transparência — sustentam políticas públicas, desenvolvimento econômico, proteção territorial, gestão ambiental e defesa da soberania nacional.

Carta da Bahia, 05 de dezembro de 2025"

Lida no encerramento da conferência, a Carta da Bahia alertou a sociedade brasileira sobre o protagonismo, na Era Digital, das informações estatísticas e geocientíficas, que se tornaram parte essencial da infraestrutura estratégica do país.

Também chamou a atenção dos usuários e produtores de dados presentes na conferência para a soberania informacional na Era da Inteligência Artificial: O Papel dos Dados Oficiais e a Retomada do PGIEG.

Neste contexto, a realização da Conferência marca um ponto de inflexão na história estatística e geocientífica do Brasil, ao retomar a discussão sobre o PGIEG — instrumento de planejamento negligenciado desde 1974, mas que está na centralidade do IBGE, não apenas cumprindo um rito institucional, mas respondendo a uma urgência contemporânea: a necessidade de dados oficiais como lastro de informações reais em uma era dominada pela Inteligência Artificial Generativa (IA Gen).

Durante a conferência, o IBGE apresentou uma proposta histórica para a governança de dados, com a divulgação de um documento-síntese de mais de 500 páginas, orientando o debate e subsidiando o Plano Geral de Informações Estatísticas e Geográficas (PGIEG) 2026–2030.

O encerramento, realizado na Escola SESI, com um coquetel em frente ao mapa-múndi gigante invertido da Bahia no centro do mundo, contou com falas institucionais de Walter Pinheiro, que representou o Governo do Estado da Bahia, a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), o Senai Cimatec e a Escola SESI, ressaltando a importância do evento, especialmente pela assinatura de acordos de cooperação.

“No próximo dia 15 de dezembro já temos uma reunião para dar continuidade ao acordo assinado. A conferência foi muito importante para o sistema técnico da Bahia, em especial para o próprio Cimatec, pois o IBGE é o grande Data Center do Brasil”, destacou Walter Pinheiro, diretor de Relações Institucionais do Senai Cimatec.

Para o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, a conferência simboliza um marco institucional e estratégico para o futuro da informação oficial no Brasil. “A Carta da Bahia, resultante da Conferência Nacional dos Produtores e Usuários de Dados do IBGE, sintetiza o compromisso coletivo de um planejamento que permita fortalecer a soberania estatística e geoespacial do Brasil em um contexto de acelerada transformação digital para o período de 2026 a 2030. O documento reafirma a necessidade de integrar produtores, usuários e instituições públicas e privadas em uma agenda comum de qualificação das informações, ampliando transparência, interoperabilidade e confiança pública. Também destaca a urgência de modernizar marcos legais, consolidar o Sistema Nacional de Geociências, Estatísticas e Dados (SINGED), assegurando recursos para que o IBGE exerça plenamente seu papel estratégico na produção de dados de interesse nacional, essenciais ao planejamento, às políticas públicas e ao desenvolvimento democrático do país.”, disse Marcio Pochmann.

Bahia no centro do mundo dos dados estatísticos e geocientíficos

A Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados (CONFEST/CONFEGE) teve como tema: Uma proposta de Plano Geral de Informações Estatísticas e Geográficas (PGIEG) para o Desenvolvimento do Brasil na Era Digital, no período entre 2026 e 2030.

Organizada pelo IBGE, com apoio do Governo do Estado da Bahia, da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), do Senai Cimatec, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da União dos Municípios da Bahia (UPB), a conferência contou com patrocínio do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e do Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB).

Pela primeira vez fora do Rio de Janeiro, a conferência ocorreu de 3 a 5 de dezembro de 2025, em Salvador, nas instalações do campus SESI, Senai-Cimatec e da Escola SESI.

Após três dias intensos de trabalho, a conferência foi um marco para a apresentação e discussão visando à construção do PGIEG 2026–2030. Este plano, o primeiro desde 1974, fortalece o novo ciclo de planejamento de Estado e recoloca o Brasil na rota dos países que tratam a informação oficial como um bem público estratégico.

O elemento central desse esforço é o avanço na implementação do SINGED – Sistema Nacional de Informações Geoestatísticas para o Desenvolvimento, que orientará o país nesta segunda metade da década de 2020. O SINGED não é apenas um conjunto de tecnologias: é um modelo inteligente de integração de dados, capaz de articular estatísticas oficiais, informações geoespaciais, sistemas administrativos, pesquisas contínuas, registros vitais e bases ambientais, territoriais e econômicas.

Sua missão é garantir que, até 2030, o Brasil possua uma infraestrutura pública de dados moderna, interoperável, segura, ética e soberana, capaz de apoiar:

• A formulação de políticas de longo prazo;
• O enfrentamento das desigualdades regionais;
• O monitoramento das emergências climáticas;
• A inovação científica e tecnológica;
• O fortalecimento da democracia e da participação social;
• A proteção da privacidade e do interesse público no uso de dados.

Participação histórica nacional e internacional

A conferência teve mais de 100 atividades, reunindo mais de 400 produtores de dados, entre órgãos públicos e privados, universidades e centros de pesquisa, além de diversos atores do ecossistema de produção de informação. Participaram mais de mil pesquisadores, 400 técnicos e servidores efetivos e temporários do IBGE, 1.500 estudantes em oficinas, 230 palestrantes, moderadores e relatores. A montagem do evento envolveu mais de 150 profissionais. Presencialmente e pela internet, a conferência alcançou mais de oito mil participantes.

A abertura contou com a participação especial do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, além de autoridades como: o superintendente do IBGE na Bahia, André Urpia; o diretor de Relações Institucionais do Cimatec, Walter Pinheiro; a secretária estadual da Educação, Rowenna Brito; o superintendente do Banco do Nordeste na Bahia, Pedro Lima Neto; o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos; o diretor de Negócios, Governos e Mercados do Serpro, André Agatte; Wilson Cardoso, presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB); e Valentina María, representante do Instituto Nacional de Estatística do Uruguai, oficialmente representando o Mercosul, além de institutos de pesquisa e pesquisadores presentes.

Pela primeira vez, a conferência incluiu três eventos internacionais:

• A Reunião Especializada de Estatísticas do Mercosul (REES), parte da agenda oficial da presidência do Mercosul, atualmente ocupada pelo Brasil, reunindo chefes de estatística dos Institutos Nacionais de Estatística da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
• A mesa Bioma Amazônia, com representantes dos institutos de estatística da Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, além do Brasil.
• Uma agenda especial de atividades do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Cobertura especial

A cobertura do evento foi outro destaque, reunindo matérias no portal do IBGE e em hotsite especial, além de uma rotina online de publicações nas redes sociais, em recorde de postagens, com textos, design e multimídia.

Leia aqui a Carta da Bahia.

Acesse aqui o documento do PGIEG 2026–2030.

Acesse aqui o hotsite da conferência.