O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou, na quinta-feira (23), a publicação Reflexões sobre a Agenda 2030 – 10 Anos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. na Casa Brasil IBGE, no Rio de Janeiro (RJ).

O evento, que teve transmissão ao vivo pelo canal IBGE Digital (assista aqui), celebra uma década de esforços do IBGE e de instituições parceiras na produção de indicadores para o monitoramento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015.

A publicação oferece uma análise aprofundada sobre os avanços, desafios e aprendizados na implementação da Agenda 2030 no Brasil. Dividida em oito capítulos, a obra aborda as dimensões ambiental, social e econômica dos ODS, além de temas como desagregação de dados, geoinformação, pesquisa acadêmica e o recém-lançado ODS 18 – Igualdade Étnico-Racial, proposto pelo Brasil em 2023.

Denise Kronemberger, coordenadora-geral do Projeto Indicadores ODS no IBGE, destacou os 10 anos em que o Instituto colabora na publicação. “Essa é uma agenda assinada pelos Estados-membros da ONU em 2015 e, desde então, os institutos nacionais de estatística ajudam na produção desses indicadores em parceria com ministérios e agências.”

Cimar Pereira, assessor da Presidência, reforçou que a publicação é mais do que um resultado: é um convite à ação. “Trata-se de um compromisso que assumimos coletivamente e que já faz parte da nossa identidade institucional. As reflexões trazem especialistas de diversas áreas na construção de um conhecimento coletivo.”

A relação dos ODS com a atualidade mundial foi o destaque da fala de Cláudio Crespo, assessor da Diretoria de Pesquisas (DPE), durante o lançamento. “Este tema pode ser uma grande potência, mas enfrenta seus desafios. Por isso, é importante a produção de informações para que a própria sociedade veja onde avançou ou retrocedeu, chamando atenção para o meio ambiente, a saúde e a economia. Essa publicação é uma lente para tudo isso.”

Katia Goes, assessora da Diretoria de Geociências (DGC), qualificou o trabalho realizado como um grande sistema de informação global. “Os objetivos se preocupam com as políticas públicas, estratégias e iniciativas sociais, em um comprometimento com a geração atual e as futuras.”

A Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE), representada pelo coordenador adjunto César Augusto, pontuou como os ODS são fonte de informação para a academia. “É um objeto de reflexão e norteador das suas ações. Estamos montando o plano de ação da ENCE e verificamos que outras instituições de nível superior utilizam esses dados como guias — além de serem objeto para produção de dados, indicadores e monitoramento.”

Representando o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, Florbela Fernandes explicou que o objetivo é documentar o progresso do país em relação às metas. “A publicação traz o monitoramento dos compromissos, dos alcances, dos passos dados rumo ao avanço das metas, e mostra o que está ficando para trás, para que possamos melhorar.”

Agenda 2030: um compromisso global

A Agenda 2030 é composta por 17 ODS e 169 metas que visam promover o desenvolvimento sustentável em suas dimensões ambiental, social e econômica. Para monitorar esses objetivos, a Comissão de Estatística da ONU definiu indicadores globais baseados em metodologias padronizadas, desenvolvidas por agências internacionais em cooperação com os países-membros.

Thiago Galvão, assessor da Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, destacou a participação do IBGE como órgão de assessoramento técnico. “O Instituto é um desses pilares e tem desempenhado um papel importante dentro do processo de territorialização e de monitoramento da agenda.”

Esses indicadores são essenciais para avaliar o progresso da Agenda 2030, fortalecer os sistemas estatísticos nacionais e garantir o cumprimento dos compromissos assumidos em 2015, tanto entre gerações quanto dentro de cada sociedade.