Geoinformação
IBGE divulga Modelo para gestão de processos de produção de geoinformação
30/06/2025 10h00 | Atualizado em 30/06/2025 10h00
Destaques
- Publicado na série “Manuais Técnicos em Geociências”, o Modelo Genérico de Processos de Produção de Geoinformação (GGIBPM) descreve os processos necessários à produção de geoinformação oficial.
- A publicação do modelo para o público externo visa promover a integração institucional e servir como uma proposta de base para planejamento, melhoria contínua e inovação por parte das organizações produtoras.
- O Modelo é inspirado em referências internacionais de organização da produção elaborados pela ONU, como o Generic Statistical Business Process Model (GSBPM), o Geospatial View of Generic Statistical Business Process Model (GeoGSBPM), o Integrated Geospatial Information Framework (IGIF) e o Global Statistical Geospatial Framework (GSGF).
- Aplicável a diversas organizações produtoras de geoinformação, o modelo pode ser adaptado às realidades locais e institucionais.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou hoje (30), o Modelo Genérico de Processos de Produção de Geoinformação (GGIBPM) – Versão 2.0, que passa a integrar a série de Manuais Técnicos em Geociências. A publicação contempla uma proposta de estrutura genérica para descrever processos voltados à produção de geoinformação de instituições públicas e privadas. A publicação completa do GGIBPM – Versão 2.0 está disponível em formato PDF para download gratuito no portal do IBGE.
Com objetivo de servir de referência para estimular a padronização, documentação e modernização de atividades de produção de geoinformação, o modelo também visa servir de base para permitir o compartilhamento de métodos, tecnologias e práticas entre organizações.
“Com essa publicação, o IBGE lança uma proposta de base para a adoção de uma linguagem comum na gestão da produção de geoinformação entre organizações produtoras, fomentando a cooperação institucional. O GGIBPM é flexível, adaptável e pensado para refletir o ciclo completo de produção de informações geoespaciais, desde a identificação da necessidade de um produto até a avaliação do produto final”, explicou o Gerente de Métodos de Gestão da Coordenação de Geomática da Diretoria de Geociências, Diego Araújo de Carvalho Nascimento. Ele explicou, ainda, que o Modelo “pode contribuir muito para a organização de produção de dados geoespaciais de outras instituições”.
A primeira versão do Modelo foi elaborada pela Diretoria de Geociências (DGC) para circulação interna, em 2018. O Modelo teve como referência o Modelo Genérico de Processos de Produção Estatística (GSBPM), criado em 2007, pela Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (UNECE, na sigla em inglês) e adotado pela comunidade global de produtores de estatísticas oficiais. O GGIBPM utiliza a estrutura e a lógica do GSBPM, porém foi desenvolvido para dar conta das especificidades da produção geocientífica.
“A princípio, fizemos o modelo apenas para responder a necessidades de organização da produção de geoinformação internas ao IBGE. Com o tempo, a exigência de certos instrumentos de gestão na administração pública, como Cadeia de Valor e Plano Estratégico, foi ganhando cada vez mais peso, evidenciada por programas como o TransformaGOV, por exemplo. Os técnicos do IBGE foram percebendo que, assim como nos auxiliou, o GGIBPM poderia auxiliar também outras instituições nessa jornada, fossem públicas ou privadas. Especialmente no que diz respeito à construção ou atualização de Cadeias de Valor institucionais, o modelo fornece descrições abrangentes de processos de produção de geoinformação, genéricas o suficiente para serem aplicadas por diversas instituições, mas específicas o suficiente para captarem com riqueza a temática de produção de dados geoespaciais”, pontuou Diego Araújo.

O GGIBPM descreve a produção de geoinformação de ponta a ponta, em oito macroprocessos: 1) Especificar Necessidades, 2) Planejar, 3) Construir, 4) Coletar, 5) Processar, 6) Analisar, 7) Disseminar e 8) Avaliar. Cada etapa é detalhada por meio de diagramas com as descrições dos processos, objetivos, entradas, saídas, atores envolvidos e sistemas de apoio.
Diego Araújo explicou, ainda, que o modelo é aplicável tanto no momento de concepção e planejamento de novos produtos, quanto na melhoria de produtos já existentes e traz um arcabouço conceitual de processos que permite trilhar diferentes caminhos produtivos, sem impor sequências rígidas, o que o torna útil para realidades institucionais diversas. “O modelo foi pensado para uso por instituições que atuem com dados cartográficos, geodésicos, de meio ambiente ou quaisquer outras que gerem dados e informações geoespaciais como produtos finais. A iniciativa contribui com a integração das geoinformações ao planejamento governamental, desenvolvimento de políticas públicas e avanços científicos, promovendo a interoperabilidade e a eficiência na gestão territorial”, pontuou.