Censo 2022
Censo 2022: IBGE divulga em Maceió (AL) as características urbanísticas do entorno dos domicílios
17/04/2025 17h32 | Atualizado em 17/04/2025 17h47

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (17), os dados referentes ao Censo Demográfico 2022: Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios. O evento foi realizado no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), localizado na Avenida Lourival Melo Mota, no bairro Tabuleiro do Martins, na capital alagoana. A divulgação contou com a presença de 300 pessoas no local, entre elas autoridades, servidores do IBGE e convidados, e foi transmitida pelo IBGE Digital e pelas redes sociais do Instituto.

Na abertura, o evento de divulgação contou com a presença do diretor de Pesquisas do IBGE, Gustavo Junger, do diretor-adjunto de Geociências, Gustavo Cayres, da coordenadora do Censo Demográfico, Giulia Scappini, do reitor da UFAL, Josealdo Tonholo, e do superintendente do IBGE em Alagoas, Alcides Tenório Junior. A divulgação dos resultados ficou por conta dos analistas do Instituto, Felipe Borsani, Maikon Novaes e Jaison Cervi.

Junger ressaltou que os dados apresentados no evento “representam uma revolução na produção de políticas públicas e no meio acadêmico”. Ele ainda comparou o Censo Demográfico a uma operação de guerra em virtude da sua logística. “Percorremos milhões de quilômetros para chegar aos 90 milhões de domicílios visitados. Essa operação também foi marcada pela Covid-19, além de desafios de subfinanciamento. Agradecemos a todos que participaram e cooperaram para a divulgação destas informações”, completou o diretor de Pesquisas do Instituto.

Na sequência, Gustavo Cayres ressaltou que esta divulgação traz informações acerca de temas como acessibilidade, circulação, drenagem e arborização das áreas urbanas. “Isso tem muita relação com o nosso cotidiano, considerando que os dados do Censo revelam que boa parte da população vive nas cidades”, explicou o diretor-adjunto de Geociências.
Giulia Scappini destacou o tom especial da divulgação. “Ela traz grandes possibilidades aos órgãos públicos e organismos internacionais, visando refletir como se pode fortalecer estas políticas públicas mais inclusivas e sustentáveis, colocando o Brasil na rota do desenvolvimento das suas cidades”, explicou a coordenadora do Censo Demográfico.
Características urbanísticas do entorno dos domicílios
Antes da apresentação dos dados, o analista Felipe Borsani explicou a metodologia da pesquisa, citando temas como os elementos e aspectos urbanísticos, universo da pesquisa, unidades de investigação e instrumentos de captação. “Utilizamos um questionário eletrônico onde foram registradas as informações. Este dispositivo foi dividido em três blocos, investigando a existência de elementos no entorno dos domicílios e suas características, independentemente do seu estado de conservação, funcionamento e eficácia”, concluiu Borsani.

Na sequência, foi a vez do analista Maikon Novaes apresentar os resultados da pesquisa. “O levantamento das características urbanísticas do entorno dos domicílios observou dez quesitos relacionados à capacidade de circulação e pavimentação da via, existência de bueiro ou boca de lobo, iluminação pública, ponto de ônibus ou van, sinalização para bicicletas, calçada ou passeio, obstáculo na calçada, rampa para cadeirante e arborização”, explicou Novaes.

As informações mostram que 32,8 milhões de pessoas residem em domicílios situados em vias com calçadas livres de obstáculos, equivalente a 18,8% do total da população em áreas urbanas, quesito novo no levantamento. Menores percentuais encontram-se no Maranhão (4,7%), no Piauí (4,9%) e no Acre (5,6%). Destaques positivos para Rio Grande do Sul, com 28,7%, Mato Grosso, com 27,4% e São Paulo, com 25,5%.
Outro ponto abordado foi com relação à estrutura viária. Ao todo, foram contabilizadas 158,1 milhões de pessoas (90,8%) que vivem em trechos de logradouros onde é possível o fluxo de caminhões ou ônibus. Em todos os estados há um predomínio desse tipo de via: 98,0% no Tocantins e 76,9% no Amapá foram os maiores e menores percentuais encontrados. Para mais informações, confira aqui.
Por fim, o gerente de Pesquisas e Classificações Territoriais, Jailson Cervi, trouxe informações a respeito das características da população e dos domicílios e seu entorno urbanístico. Uma das informações foi acerca dos indígenas residentes em áreas com características urbanas que moram em domicílios com menor percentual de obstáculos na calçada (52,4%), porém, tem o maior percentual de residentes (6,4%) em vias com menor acessibilidade – capacidade máxima de circulação para motocicletas, bicicletas e pedestres.

“Essa população registra os percentuais mais baixos na presença de todos os quesitos levantados pela pesquisa, tais como via pavimentada, (72,2%) bueiro ou boca de lobo (36,0%), iluminação pública (90,4%), pontos de ônibus (4,8%), via sinalizada para bicicleta (1,1%), presença de calçada ou passeio (63,7%), rampa para cadeirantes (9,8%), arborização (58,5%)”, citou Cervi.
O gerente ainda trouxe alguns dados relativos ao estado de Alagoas, como a capacidade de circulação de via máxima para motocicletas, bicicletas e pedestres, que é de 4,9% no estado, tornando-se o terceiro maior do Nordeste e o sexto do país. Outra informação foi acerca da iluminação pública, de 98,5%, o que garante Alagoas como líder do Nordeste e a terceira maior do Brasil.
IBGE assina acordo de cooperação com a Universidade Federal de Alagoas
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística assinou um termo de cessão de uso do prédio para o posto avançado de dados da Superintendência do Instituto em Alagoas. O reitor da UFAL, Josealdo Tonholo, e o superintendente do IBGE em Alagoas, Alcides Tenório Júnior assinaram o documento.

Tonholo ressaltou que este termo “é de aproximação e de trabalho conjunto extremamente importante para os dois órgãos. Vimos neste evento a riqueza de informações relacionadas ao ponto de vista urbanístico, econômico e da acessibilidade. Informações que dizem respeito a todas as graduações que temos na universidade, desde a Pedagogia, até o Direito e a Arquitetura, sendo transversal a todas as áreas do conhecimento, essa parceria catalisar a possibilidade de pesquisas de altíssima qualidade e impactantes ao nosso território”.
Alcides Junior expressou sua felicidade com a realização deste evento e fez um agradecimento aos que compareceram. “Em especial, agradeço aos ibgeanos que estão conosco ou já se foram, mas que participaram do último Censo Demográfico. Este último foi o mais desafiador dos últimos tempos e conseguimos entregar estes resultados graças à capacidade deste corpo técnico”, exaltou o superintendente.

Oficina para gestores públicos, educadores e estudantes em Maceió
Em continuidade ao evento, na parte da tarde o IBGE realiza a oficina Um território de informações: potencialidades dos dados do Censo 2022 para gestores públicos, educadores e estudantes. Na oficina, que é gratuita, são apresentados, além dos aspectos técnicos e operacionais da pesquisa, suas potencialidades para a tomada de decisão dos gestores locais, sejam eles municipais ou estaduais. Entre os temas abordados estão: o que é o Censo, números da operação, temas investigados nas divulgações, novidades do Censo 2022, além das potencialidades das informações aos gestores locais.
