Censo 2022
IBGE divulgará novos temas do Censo Demográfico em 2025
28/03/2025 19h50 | Atualizado em 28/03/2025 19h51

Uma série de informações coletadas no Censo Demográfico 2022 serão publicadas pelo IBGE durante 2025. O cronograma dos resultados apresenta trimestralmente a previsão de divulgações que contemplam temas como educação, religião, fecundidade, nupcialidade, pessoas com deficiência, autismo, trabalho e rendimento, migração e deslocamento para estudo e trabalho. Também estão previstos novos dados sobre as populações quilombola e indígena. Vale lembrar que, devido à complexidade das etapas de tratamento dos dados, poderão ser feitos ajustes no calendário.
Os resultados do universo, ou seja, aqueles obtidos em todos os domicílios por meio do questionário básico, vêm sendo disponibilizados desde junho de 2023, com a primeira divulgação do Censo Demográfico 2022 (“População e Domicílios: Primeiros resultados do universo”). O avanço do processo de crítica dos dados permitiu que, até o final de 2024, quase a totalidade dos temas do questionário básico fosse divulgada, ficando para 2025 uma divulgação mais detalhada acerca de algumas informações específicas da população quilombola, cuja investigação foi uma novidade desta operação censitária.
Os resultados preliminares da amostra começaram a ser publicados no último mês de dezembro, com o produto “Características dos domicílios: Resultados preliminares da amostra”, tendo sequência com a divulgação “Educação: Resultados preliminares da amostra” em fevereiro deste ano. As demais temáticas do questionário ampliado do Censo Demográfico 2022 deverão estar disponíveis ao longo dos três primeiros trimestres de 2025. Ainda no terceiro trimestre, está prevista a divulgação dos microdados da amostra, que apresentarão as informações censitárias para níveis intramunicipais, com a desagregação por situação do domicílio (urbano/rural), a partir da versão final das áreas de ponderação.
Ainda em 2025 será divulgada a Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, que depende da consolidação da Base Territorial do Censo 2022, incluindo as informações de endereçamento atualizadas durante a operação. As características urbanísticas do entorno trazem informações que complementam aquelas coletadas para os domicílios e ampliam o retrato da operação censitária.
“Considerando o cenário desafiador de pandemia que vivenciamos na última década e o consequente adiamento da operação, originalmente prevista para 2020, o IBGE entende a necessidade de disponibilizar os dados do Censo, que são balizadores para definições de diversas políticas públicas e privadas, com a maior brevidade possível. Com esse objetivo, o Instituto inovou sua estratégia de divulgação, apresentando os resultados tema a tema, à medida que as etapas de tratamentos dos dados vão sendo finalizadas. Dessa forma, até o momento foram divulgados mais de 25 produtos desde o fim da coleta do Censo 2022, com previsão de mais de uma dezena de publicações ao longo de 2025”, afirma Giulia Scappini, coordenadora do Censo Demográfico.
Até serem divulgados, dados passam por diferentes estágios de tratamento
Para que os resultados do Censo 2022 sejam disponibilizados à sociedade com segurança e qualidade, as informações obtidas pelo IBGE passam por várias etapas internas que visam a garantir a adoção dos mais altos padrões de confiabilidade. Esse tratamento dos dados consiste em avaliações feitas pelas equipes técnicas, que identificam eventuais distorções ocorridas durante a coleta. É um trabalho realizado de forma sequencial, em que se verifica a consistência das bases, considerando os temas investigados nos questionários bloco a bloco, sendo iniciada a partir dos temas explorados no questionário básico.
Ao final do processo de tratamento dos dados do universo, começa a etapa de tratamento das informações obtidas a partir dos questionários ampliados (questionários da amostra), aplicados em uma seleção aleatória de domicílios em todo o território nacional. Todas as críticas aplicadas ao questionário do universo também são realizadas na base amostral.
“Por conta da dimensão da investigação dos questionários do Censo, o tratamento dos dados é naturalmente uma etapa de grande complexidade. É preciso um olhar atento e cuidadoso sobre cada uma das informações coletadas, identificando inconsistências e validando os resultados. Há um cronograma de trabalho que, para além da execução das críticas em si, demanda diversas discussões com especialistas temáticos para definição das melhores regras a serem aplicadas no tratamento das inconsistências verificadas. Como, muitas vezes, as próprias informações do questionário servem de insumo para o tratamento, esse cronograma exige um encadeamento complexo das etapas de crítica, passando por cada bloco temático investigado no Censo, desde o questionário básico até o questionário ampliado”, explica Giulia.
Etapa de codificação do Censo envolve mais de cem pessoas
Enquanto transcorre o tratamento dos dados, acontece o trabalho de codificação. Ele é aplicado a todas as informações obtidas a partir de quesitos de campo aberto (religião, atividade e ocupação laboral, curso superior de graduação e etnia e língua da população indígena). Essa atividade demandou a contratação de mais de uma centena de agentes codificadores e mais de uma dezena de supervisores de codificação, exigindo uma logística de treinamentos e organização do trabalho que foi realizado entre abril e dezembro de 2024.
Assim como a codificação, a calibração ocorre simultaneamente ao tratamento dos dados. Nessa fase, por serem informações provenientes de um questionário amostral, os pesos amostrais são calibrados para a expansão da amostra. Como os setores censitários são unidades territoriais pequenas demais para que a amostra coletada produza resultados em um intervalo de confiança aceitável, o IBGE constrói áreas de ponderação (APONDs), formadas a partir da agregação de setores censitários, a fim de serem a menor unidade territorial de divulgação dos resultados amostrais.
Com o objetivo de construir áreas de ponderação que se aproximem da realidade territorial e dos recortes geográficos utilizados pelos municípios para seu planejamento, como bairros, áreas de planejamento e regiões administrativas, o IBGE consulta os municípios com mais de 100 mil habitantes. O encerramento desse processo está previsto para o terceiro trimestre de 2025.
Em esforço para entregar os resultados do Censo 2022 com maior rapidez à sociedade, o IBGE construiu áreas de ponderação preliminares, a partir da malha de setores censitários preliminares divulgada em março de 2024. As informações construídas a partir dessa metodologia estão sinalizadas com o subtítulo “Resultados preliminares da amostra” e disponibilizadas até o nível municipal, o que significa que não são apresentados, nesse primeiro momento, dados para recortes intramunicipais ou informação de situação do domicílio (urbano/rural). Além disso, por se tratar de uma calibração preliminar, os resultados divulgados podem ser um pouco diferentes daqueles finais, previstos para agosto. Já os totais de unidades domiciliares, população e população por sexo não têm qualquer variação.
A próxima divulgação do Censo 2022 está programada para 17 de abril, ocasião em que serão reveladas estatísticas sobre as características urbanísticas do entorno dos domicílios.