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Diálogos Externos

IBGE lança livro “Redes Sociais do Urbano Brasileiro” resgatando obra de Pedro Geiger

Editoria: IBGE | Breno Siqueira

03/05/2024 11h00 | Atualizado em 03/05/2024 18h04

Relançamento do livro Redes Sociais do Urbano Brasileiro, do geógrafo centenário Pedro Geiger - Foto: Marina Salves/IBGE

O IBGE relançou o livro Redes Sociais do Urbano Brasileiro, do geógrafo centenário Pedro Geiger, na última segunda-feira, 29, na Capela Ecumênica do Campus Maracanã da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), localizada no bairro do Maracanã, zona norte da capital fluminense. A publicação é uma edição fac-símile (cópia ou reprodução de letra, gravura, desenho ou composição tipográfica) da obra Evolução da Rêde Urbana Brasileira, de Pedro Pinchas Geiger, originalmente publicada em 1963, e que se encontra esgotada há muitos anos. O lançamento também celebra o centenário do autor, comemorado em 2023.

Geiger foi um dos principais pesquisadores da primeira geração do Conselho Nacional de Geografia (CNG), desde que ingressou ao IBGE em 1942, aos 19 anos de idade. Em seguida, ele se destacou como uma das referências da geografia ibgeana e brasileira, trabalhando no Instituto por mais de 40 anos. Entre livros e artigos em revistas especializadas, Geiger produziu 70 títulos e atualmente integra o grupo de estudos GeoBrasil, grupo interdisciplinar e interinstitucional de pesquisa e debate sobre o Brasil certificado pela UERJ, aos 101 anos de idade.

Pedro Geiger ingressou ao IBGE em 1942, aos 19 anos de idade - Foto: Marina Salves/IBGE

A obra original Evolução da Rêde Urbana Brasileira foi editada pelo extinto Centro Brasileiro de Pesquisas e, posteriormente, passou para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP. Para a elaboração desta edição fac-símile, o IBGE obteve apoio tanto do autor quanto do INEP, que prontamente autorizaram o projeto, permitindo o lançamento da obra cuja última edição estava esgotada. A publicação do livro de Geiger é a primeira obra de resgate de registros históricos, parte do Projeto Diálogos IBGE 90 anos,

Honoris Causa

Antecedendo ao lançamento, a UERJ realizou cerimônia em que concedeu o título de doutor Honoris Causa a Pedro Geiger, em evento com presença do presidente do IBGE, Marcio Pochmann, da reitora da UERJ, Gulnar Azevedo e Silva, do vice-reitor da universidade, Bruno Deusdará, da diretora da Diretoria de Geociências do IBGE, Ivone Lopes Batista, da Diretora do Centro de Tecnologia e Ciências da UERJ, Nádia Lima, do Diretor do Centro de Ciências Sociais, Renato Veloso, do representante da Pró-Reitoria de Saúde, Alexandre Bello, da pró-reitora de Extensão e Cultura, Ana Santiago, do pró-reitor de Graduação, Antonio Soares, da pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Elizabeth Macedo, do pró-reitor de Políticas e Assistência Estudantis, Daniel Pinha, do diretor do Centro Biomédico, Mario Fritsch, e do diretor do Centro de Educação e Humanidades, Roberto Dória. Outros diretores e servidores das duas instituições estiveram presentes na Capela Ecumênica, assim como os familiares de Pedro Geiger.

Pedro Geiger recebe o título de doutor Honoris Causa em cerimônia na Capela Ecumênica - Foto: Marina Salves/IBGE

Na plateia ainda estavam a escultora e pintora, Anna Bella Geiger, esposa de Pedro Geiger, Adman Haman, gerente de Atlas e Representação do Território, José Carlos Alexim, ex-diretor da Organização Internacional do Trabalho da ONU Brasil, Maria Georgina Muniz, coordenadora técnica da Rede de Memória Institucional UERJ - Professora Nilcéia Freire, Maria Mônica Vieira, gerente de Regionalização e Tipologias do Território, Victorino Chermont, presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Ana Carolina Oliveira, secretária em exercício dos Conselhos, leu o termo de concessão do título Honoris Causa a Pedro Geiger, em evento que também contou com transmissão online por meio do IBGE Digital e das redes sociais do Instituto.

A escultora e pintora, Anna Bella Geiger, esposa de Pedro Geiger, assistiu à cerimônia na plateia - Foto: Marina Salves/IBGE

Marcio Pochmann, presidente do IBGE, ressaltou os serviços prestados de Pedro Geiger ao Instituto. “O IBGE é uma das poucas instituições no mundo que converge a geografia com a estatística e o professor Pedro Geiger foi um dos elementos fundamentais para que houvesse essa convergência e permitisse que o Brasil tivesse uma instituição consagrada pelos seus trabalhos. O Instituto é uma espécie de cartão-postal que apresentamos aos brasileiros e ao mundo, assim como é também uma bússola para apontar onde estamos e para onde vamos. Geiger permitiu mostrar uma fase importantíssima que o Brasil transitava de uma sociedade agrária para um país urbano e industrial”, disse Pochmann.

Presidente do IBGE, ressaltou os serviços prestados de Pedro Geiger ao Instituto - Foto: Marina Salves/IBGE

Gulnar Azevedo e Silva destacou que “mesmo sendo uma pessoa longeva, Geiger ainda contribui muito para o Brasil. Nós, aqui da UERJ, valorizamos as trajetórias de quem contribuiu muito para o nosso país. Pedro Geiger chega aos 101 anos como pesquisador e professor, contribuindo para a história geográfica do Brasil. Sua trajetória inspirou e continua inspirando gerações de geógrafos e seu livro é um clássico da área e segue muito atual”.

Reitora da UERJ, Gulnar Azevedo e Silva, ressaltou a importância de Pedro Geiger para a história geográfica do Brasil - Foto: Marina Salves/IBGE

Representando Pedro Geiger, sua primogênita Noni Geiger leu o discurso em nome de seu pai. “A publicação fac-símile de meu título esgotado com o título atualizado por mim é um presente para este geógrafo em meio aos seus 101 anos de idade. Meus pais eram imigrantes judeus e assim como este povo, também tive que atravessar o deserto, mas aqui no Brasil. Em 1943, no início da minha carreira, aos 20 anos de idade, estive com outros pesquisadores do IBGE no Jalapão. Eu era o único geógrafo formado em meio a uma maioria de topógrafos para fazer o mapa mais preciso do Brasil na escala de 1: 1.000.000”, disse Noni.

Noni Geiger leu o discurso em nome de seu pai - Foto: Marina Salves/IBGE

Ela ainda destacou o papel da pesquisa para entendermos os tempos atuais. “É importante destacar o papel das instituições públicas, como os casos do IBGE e da UERJ, para o Estado Democrático de Direito. Que a pesquisa seja constantemente estimulada e fomentada dentro de um caráter contemporâneo. Um conceito estendido da contemporaneidade é essencial para entendermos o que é viver no mundo hoje, mesmo que grande parte das condições de hoje tenha sido formada em tempos anteriores”, completou Noni Geiger.

Assista o lançamento do livro e a cerimônia no canal do IBGE no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=tX_6eP_lYj8