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• IBGE e Abrinq discutem propostas para futuro acordo de cooperação técnica.
• Um dos assuntos abordados foi a preocupação com a juventude que não trabalha nem estuda e como isso pode impactar a mão de obra e o crescimento do país nas próximas décadas.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente (Abrinq) se reuniram nesta sexta-feira, 19, no escritório da Abrinq, em São Paulo (SP) para um primeiro diálogo de conhecimentos e avaliação de formas de cooperação mútua para um futuro acordo técnico. Participaram do encontro Marcio Pochmann, presidente do IBGE, Dalea Antunes, analista do IBGE, Thiago Teles, técnico do IBGE, Victor Graça, superintendente da Abrinq, Rubens Naves, conselheiro da Abrinq, João Pedro Sholl Cintra, analista de dados e indicadores sociais da Abrinq e Giovanna Kanayama, analista de relações institucionais.

Em sua fala, Pochmann abordou a preocupação do IBGE com as novas gerações. “A mão de obra que atuará daqui a 50 anos já nasceu; desse modo, o Instituto se preocupa em descobrir as causas do desinteresse dos jovens pelo trabalho e estudo e ajudar o país a encontrar maneiras de solucionar esse problema”. Pochmann ressaltou que tem dialogado com universidades sobre esse assunto. “Percebo uma preocupação crescente das universidades em relação às vagas e cotas ociosas. Por que isso está acontecendo? Será um desinteresse do jovem pelo ensino superior? Um interesse maior por outros modelos de ensino? Por isso, devemos realizar novas pesquisas para tentar entender o que pensa a juventude”.

O conselheiro da Abrinq, Rubens Naves, fez breve apresentação das frentes de atuação da Abrinq, fundação que atua pelos direitos da criança e do adolescente. “Um dos focos da instituição é fazer uma ponte entre a criança e as entidades da sociedade civil, no intuito de levar educação, arte e cultura para inúmeras crianças no país. Um dos nossos carros-chefes é o projeto Prefeito Amigo da Criança, que visa um diálogo com as prefeituras nas áreas de educação, saúde e segurança” afirma Naves, acrescentando que a expectativa é engajar jovens que não estão estudando nem trabalhando. “Espero que juntamente com o IBGE possamos trabalhar nesse ponto, pois esses jovens serão de grande importância para o crescimento e futuro do país”.

Dalea Antunes destacou a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), que possui mais de 100 quesitos, entre eles assuntos como o bullying. “Os dados dessa pesquisa podem ajudar a entender a evasão escolar, por exemplo. Muitas pesquisas do Instituto convergem com os interesses da Abrinq”, afirmou Dalea. “Além disso, os resultados do Censo sobre dados setorizados e coordenadas geográficas indicando onde estão as creches e escolas no território irá facilitar a atuação da sociedade civil e do governo na área educacional”.

Marcio finalizou a reunião afirmando o compromisso do IBGE em manter o diálogo aberto, no intuito de elaborar um termo de referência com aspectos importantes para o futuro acordo técnico. “Estamos vivenciando um momento único, de profunda mudança na demografia do país, com a população envelhecendo e mão de obra diminuindo. Por isso, nosso trabalho em conjunto deve olhar essa questão com seriedade para apontar caminhos e soluções para que o futuro e crescimento do país esteja assegurado”, concluiu o presidente do IBGE.