Cerimônia de Posse
Diretoras de Geociências e de Pesquisas tomam posse, e IBGE já tem três mulheres no conselho diretor
11/03/2024 17h59 | Atualizado em 12/03/2024 10h39
O IBGE deu posse hoje, 11, às novas diretoras da Diretoria de Pesquisas (DPE), Elizabeth Belo Hypolito, e da Diretoria de Geociências (DGC), Ivone Lopes Batista. Ambas fizeram um resumo de sua trajetória no IBGE e ressaltaram o trabalho dos diretores que as antecederam. Com a posse das duas diretoras, o IBGE passa a contar com três mulheres em seu conselho diretor, que já tem Flavia Vinhaes como diretora-executiva. O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, também estava presentes na cerimônia, além do Diretor de Tecnologia da Informação (DTI), Marcos Mazoni, e o Diretor do Centro de Documentação e Disseminação de Informações/Coordenacão de Comunicação Social (CDDI/CCS), Daniel Castro, e dos ex-diretores de Pesquisas, Cimar Azeredo, e de Geociências, Cláudio Stenner. O evento foi transmitido pelo portal IBGE e reproduzido nas quatro redes sociais do Instituto.
Além do presidente do IBGE, Marcio Pochmann, estiveram presentes na posse os ex-diretores de Pesquisas, Cimar Azeredo, e de Geociências, Cláudio Stenner, além de Flávia e o diretor de tecnologia da informação, Marcos Mazoni. O evento foi transmitido pelo portal IBGE e reproduzido nas quatro redes sociais do Instituto.
“Num evento como esse é importante ter humildade para agradecer aos que estiveram à frente da direção antes de nós. No Brasil, uma instituição que completa 88 anos de idade não é um fato corriqueiro, poucas chegam aos 100 anos. Estamos avançando para constituir uma direção que esteja à altura dos desafios do IBGE. As duas novas diretoras já têm um plano de trabalho, cujo tema é Diálogos para o Futuro, constituído de forma democrática, participativa e transparente, estimulando o debate interno. Conseguimos estabelecer nossas diretrizes, que apontam o caminho do IBGE até 2026, quando a instituição completará 90 anos. Somente em 2024, serão 314 produtos tornados públicos pelo IBGE” afirmou o presidente Marcio Pochman.
Ele destacou a meta de criação de um Sistema Nacional de Geociências, Estatística e de Dados (SINGED), também enfatizado pelas duas diretoras. Pochmann diz que o Brasil se encontra na transição de uma sociedade urbano-industrial para uma sociedade de serviços assentada na transformação digital, e o Instituto está sendo convocado para, mais uma vez, protagonizar o melhor reconhecimento dessas transformações que estão em curso.
“Isso exige um reposicionamento da instituição, que vem sendo feito em um processo de escuta muito intensa, feita nos contatos com os poderes executivo, legislativo e judiciário, e com a academia e a sociedade. O ano de 2024 será-chave: estamos envolvidos na construção do 2º Encontro Nacional dos Servidores do IBGE, cuja pauta central é a definição de um Sistema Nacional de Geociências, Estatística e Dados. A partir desse segundo encontro, programado para maio, vamos partir para a realização de uma Conferência Nacional dos Produtores e Usuários de Dados, prevista para o final de julho e que é uma grande oportunidade de estabelecermos um diálogo preciso com a comunidade que utiliza nossos dados”, informou Pochmann.
A Diretora de Geociências, Ivone Lopes Batista é Geógrafa, está no IBGE há 22 anos e é Mestre e Doutora em Geografia Econômica, com ênfase em Gestão do Território (UFRJ). Professora colaboradora na Especialização em Análise Ambiental e Gestão de Território da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE), tem atuação profissional na temática de Estudos Ambientais, estatísticas, indicadores e contas econômico ambientais de ecossistemas.
Ivone Batista homenageou seu orientador e mentor Cláudio Egler e Miriam Barbuda, que foi sua coordenadora e hoje é sua adjunta. Além dos ex-diretores de Geociências presentes no evento. Ela passou em diferentes áreas da DGC. Como coordenadora de Meio Ambiente se envolveu com a questão ambiental. Da Coordenação de Meio Ambiente, voltou para o gabinete para trabalhar com projetos internacionais da DGC.
“Depois voltei ao Meio Ambiente como gerente de Contas e Estatísticas Ambientais, onde estive até agora quando o Pochmann me convidou para assumir a diretoria. Eu tenho muito orgulho de ser IBGE e mais ainda de ser DGC. Convivi com pessoas do Rio de Janeiro e das Unidades Estaduais de todo o Brasil. Todas vestem a camisa do IBGE e são os braços e os cérebros da DGC pelo país em funções de campo, muitas vezes com restrições orçamentárias”, informou a diretora da DGC.
Ela citou avanços da área como a produção do Mapa do Censo 2000, e o mapeamento de todo o país na escala 1/250 na base cartográfica contínua. Na Geodésia, houve a disponibilização do Posicionamento por Ponto Preciso, serviço online oferecido pelo IBGE, processando dados do GPS para oferecer latitude, altitude e longitude. Outro produto foi a retomada da Regic 2007, que continua sendo produzida com a última edição lançada em 2018. Em 2011, houve a retomada da Revista Brasileira de Geografia.
“A DGC também avançou no desenvolvimento do projeto de monitoramento, cobertura e uso da terra e das contas econômicas ambientais, fundamental para avaliação das dinâmicas de uso da terra. Também foi identificado o uso de imagens de satélites. E tivemos a divulgação do mapa de biomas e sistemas costeiro marinho, atualmente em atualização para a Amazônia Azul”, elenca Ivone Batista.
Com 19 anos no IBGE, Elizabeth Belo Hypolito, diretora de Pesquisas, possui doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE), mestrado em Estatística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e graduação em Ciências Atuariais também pela UFRJ. A diretora de Pesquisas também é professora no programa de graduação da ENCE. Ela possui experiência em planejamento, produção, desenho e análise de pesquisas domiciliares, bem como na qualidade de dados sob a abordagem do erro total da pesquisa.
Elizabeth Hypolito ingressou no IBGE no dia seguinte à defesa de sua tese de mestrado. Participou da reformulação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios para que houvesse indicadores nacionais de mercado trabalho, e da criação do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares (SIPD), cuja gerência assumiu em 2007. Em 2016, no doutorado, desenvolveu a tese na área de qualidade de dados de pesquisa com foco na PNAD Contínua. Em 2020, quando concluiu o doutorado assumiu outro desafio como professora da graduação da ENCE.
“Agora tenho o maior desafio da carreira à frente da DPE, que, por si, só é bastante complexo, executamos produtos de natureza estatística para uma série de temáticas: demografia, economia, estatísticas sociais, ambientais, administrativas. Participamos de grupos de trabalho e de fóruns nacionais e internacionais. E é também um desafio devido ao momento atual com crescentes demandas e restrições econômicas cada vez mais severas”, diz a diretora de pesquisas.
Ela destaca que o IBGE encontra dificuldades de produzir suas pesquisas e vê surgirem novas instituições produtoras de estatísticas, além de se deparar com novas fontes de dados e desafios técnicos como a inteligência artificial. Além disso, a taxa de não-resposta cresce em todo mundo ao mesmo tempo em que as fake news colocam em dúvida a seriedade da produção de estatística como um todo, mesmo a oficial.
“Vencemos a batalha do Censo com conquistas importantes. Mas cada operação estatística não tem que ser uma batalha. Precisamos pensar no futuro e na solução para que façamos nosso trabalho de forma segura. Para garantir tudo isso, é preciso um IBGE fortalecido em relação ao seu corpo técnico e à sua autonomia técnica e financeira. Precisamos reposicionar o IBGE nos cenários nacional e internacional por meio do Sistema Nacional de Geociências, Estatísticas e Dados. Por isso precisamos somar forças. Pretendo desenvolver uma gestão mais inclusiva, respeitosa, transparente e de muita escuta”, defendeu Hypolito.
A cerimônia envolveu também a posse de João Hallack Neto, como diretor adjunto da Diretoria de Pesquisas. Hallack é doutor em economia pela UFRJ. Ingressou no IBGE na área de indicadores sociais e no sistema de contas nacionais. É membro com Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro e foi professor e colaborador da PUC – Rio e da ENCE.