IBGE realiza encontro com institutos de pesquisa da América Latina para debater Censos de 2020
23/11/2023 09h00 | Atualizado em 24/11/2023 12h05
O IBGE recebe, de 21 a 24 de novembro, o Workshop Internacional “Estimaciones de población y ronda censal 2020 – Desafíos y lecciones aprendidas em tienpos de pandemia” (Estimativas de população e rodada de Censos 2020 – Desafios e lições aprendidas em tempos de pandemia, em tradução livre), na cidade do Rio de Janeiro. Países latino-americanos como Argentina, Uruguai, Chile, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e República Dominicana estão reunidos na sede do Instituto para realizar intercâmbio de informações e experiências sobre a realização dos Censos 2020.
Marcio Pochmann, presidente do IBGE, abriu o evento fazendo um breve histórico sobre o IBGE, instituição com quase nove décadas de existência. “O IBGE é uma instituição que iniciou na década de 1930 e vem sendo responsável pelas produções de dados estatísticos e geográficos brasileiros. Estamos no 13º Censo demográfico e nos orgulhamos em fazer parte desta história. Portanto, em nome dos 11 mil servidores do IBGE, que está próximo de completar 90 anos, quero agradecer a presença de todos e todas e desejar-lhes um ótimo encontro”, destacou Pochmann em sua fala de abertura do Workshop Internacional.
Diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo salientou a importância do debate sobre projeção de população. “É muito importante a projeção de população, para a qual o Censo é fundamental. O objetivo deste encontro é fazer um intercâmbio entre os institutos de estatística do Brasil e de outros países, além de tratar com pesquisadores da academia, e discutir as dificuldades na produção de estatísticas na América Latina e do Censo como um todo”, frisou Azeredo.
Miriam Barbuda, diretora adjunta de Geociências do IBGE, citou a junção das pesquisas geográficas e estatísticas em um mesmo instituto, destacando que esta facilitou o trabalho realizado no Censo. “O Brasil e o México são os únicos lugares na América Latina onde a geografia e a estatística abraçam a mesma instituição. Isso é muito bom porque conseguimos fazer estudos e apoiar todo o processo do Censo por meio do mapeamento do território, e ao mesmo tempo identificar a melhor forma de produzir esse mapeamento, de maneira digital. Temos toda a preocupação de manter a estrutura territorial do país, de 5.565 municípios com mapeamento correspondente. É um trabalho muito grande”, ressaltou Miriam.
As mudanças repentinas na sociedade brasileira afetaram a avaliação dos cenários demográfico, avaliou o diretor e professor da ENCE, Paulo Jannuzzi. “Minha percepção enquanto pesquisador de campo é de que as projeções demográficas eram, no passado, mais simples, mas os cenários tecnológicos, econômicos, ambientais e políticos mudaram. Vejo a Inteligência Artificial, mudanças climáticas e um rompimento de um consenso civilizatório, afetando muito todos os cenários demográficos”, enfatizou Jannuzzi.
No primeiro dia, o evento contou com debates sobre os desafios e lições aprendidas dos Censos de 2020 na América Latina, com presença do Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, Paraguai, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
Estefanía Gherra veio da Argentina e destacou como muito positiva a troca de ideias entre os diferentes países presentes no evento, e demonstrou surpresa com o trabalho do IBGE. “O evento superou as expectativas que eu tinha como representante da instituição de estatísticas de meu país e da minha universidade, estou fascinada com o IBGE, com o Brasil e com o evento. As pessoas estão interagindo bastante e esse é o objetivo: a reunião de pensamentos”, afirmou Estefanía.
O Workshop Internacional continua até a sexta-feira, 24, na sede do IBGE, no Rio de Janeiro.