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PIM Regional

Produção industrial recua em seis dos 15 locais pesquisados em novembro

Editoria: Estatísticas Econômicas | Igor Ferreira

13/01/2023 09h00 | Atualizado em 05/04/2023 15h54

Setor extrativo foi o maior responsável pela queda na produção industrial do Pará - Foto: Agência Vale

Na passagem de outubro para novembro, a produção industrial recuou em seis dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. No resultado geral, a indústria do país teve variação de -0,1% no mesmo período. As maiores quedas foram registradas pelo Pará (-5,2%) e por Pernambuco (-2,0%). Os dados foram divulgados hoje (13) pelo IBGE.

A queda mais acentuada observada no Pará eliminou o avanço de 5,0% registrado no mês anterior. “O setor extrativo foi o que mais influenciou nesse recuo. A indústria paraense é pouco diversificada, concentrando-se principalmente no setor extrativo. Por isso ele causa variações bem significativas nessa indústria”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.

Responsável pela segunda maior influência negativa, com uma queda de 0,9%, o Rio de Janeiro também teve o setor extrativo exercendo um dos maiores impactos negativos, além do setor de derivados do petróleo. “No mês de outubro, a indústria fluminense atingiu um crescimento de 0,9%, ou seja, a taxa de novembro também eliminou esse resultado positivo. No caso do Rio Grande do Sul, que teve queda de 1,3%, a maior influência foi dos setores de produtos de metal e de outros produtos químicos”, complementa Bernardo.

 

Pernambuco teve queda de 2,0%, sua segunda taxa negativa em sequência. Nesse período de resultados negativos, o estado obteve uma perda acumulada de 8,2%. “Os setores de alimentos e metalurgia foram os principais fatores que afetaram a indústria pernambucana”, destaca Bernardo. Ele lembra ainda que o recuo de 1,3% da Região Nordeste, o segundo seguido, gerou uma perda acumulada de 6,7%, com o setor extrativo exercendo a maior influência negativa, junto com o setor de alimentos.

Do lado das altas, Paraná e Espírito Santo se destacaram com aumentos de 8,5% e 7,6%, respectivamente, na produção industrial. O primeiro mostrou a maior variação e a segunda maior influência no resultado nacional, devido ao bom desempenho do setor de derivados do petróleo. Essa elevação da produção industrial acontece após cinco meses de resultados negativos, quando obteve perda acumulada de 16,3%. O Espírito Santo, segundo colocado em variação e com a quarta maior influência, também vem de cinco resultados negativos, com uma perda acumulada de 20,6%. O setor extrativo foi o principal responsável pelos números da indústria capixaba.  

Com a maior concentração industrial do país, São Paulo teve a maior influência no resultado nacional (3,1%, sexta maior variação). É a segunda taxa positiva seguida do estado, alcançando um ganho acumulado de 3,8% nesses dois meses. Além disso, é o índice mais alto obtido por São Paulo desde março de 2022, quando registrou 5,0%. “O setor de veículos, um dos principais da indústria paulista, foi determinante para o resultado”, afirma Bernardo.

Ceará (4,3%), Mato Grosso (3,8%), Bahia (3,5%), Minas Gerais (2,2%), Santa Catarina (0,3%) e Amazonas (0,1%) mostraram os demais resultados positivos neste mês.

Frente a novembro de 2021, cinco locais mostram crescimento

Na comparação com novembro de 2021, o setor industrial mostrou crescimento de 0,9% em novembro de 2022, com cinco dos quinze locais pesquisados apontando resultados positivos. São Paulo (7,3%) e Rio de Janeiro (6,0%) assinalaram as expansões mais acentuadas, impulsionadas, principalmente, pelo comportamento positivo observado nos setores de produtos alimentícios (açúcar cristal e VHP, bombons e chocolates em barras, sucos concentrados de laranja e carnes de bovinos congeladas), veículos automotores, reboques e carrocerias (caminhão-trator para reboques e semirreboques, autopeças, automóveis e chassis com motor para ônibus ou caminhões) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel, álcool etílico e naftas para petroquímica), no primeiro local; e de indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (medicamentos) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleos combustíveis e gasolina automotiva), no segundo.

Minas Gerais (4,7%), Goiás (4,2%) e Amazonas (1,8%) também registraram taxas positivas mais elevadas do que a média nacional (0,9%).

Já as reduções mais significativas foram registradas no Pará (-16,5%), no Espírito Santo (-12,2%) e no Paraná (-9,8%). Isso ocorreu, principalmente, devido ao comportamento negativo vindo das atividades de indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto ou beneficiados), no primeiro local; de indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo, minérios de ferro pelotizados ou sinterizados e gás natural), produtos de minerais não metálicos (granito talhado ou serrado – inclusive chapas para pias) e celulose, papel e produtos de papel (celulose), no segundo; e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel, gasolina automotiva e óleos combustíveis), produtos de madeira (madeira compensada, painéis de partículas de madeira, madeira densificada (MDF) e madeira serrada, aplainada ou polida) e máquinas e equipamentos (máquinas para colheita, tratores agrícolas e máquinas para o setor têxtil), no terceiro.

Ceará (-8,9%), Santa Catarina (-7,9%), Região Nordeste (-7,4%), Mato Grosso (-6,5%), Bahia (-4,3%), Pernambuco (-4,2%) e Rio Grande do Sul (-3,0%) foram os outros resultados negativos do mês na comparação interanual.

Mais sobre a pesquisa

A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo,1% no total do valor da transformação industrial nacional e para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.

Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE.