Produção agrícola
Estimativa de agosto prevê safra recorde de 251,7 milhões de toneladas em 2020
10/09/2020 09h00 | Atualizado em 10/09/2020 09h00
A estimativa para a safra nacional de grãos, em que já era esperado um recorde, foi elevada mais uma vez em agosto e deve chegar a 251,7 milhões de toneladas em 2020, ficando 4,2% acima da safra de 2019. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de agosto, divulgado hoje (10) pelo IBGE. A expectativa é de que a soja e o café atinjam no ano seus patamares mais altos de produção na série histórica do IBGE.
A produção de soja deve totalizar 121 milhões de toneladas, o que representa aumento de 6,6% em relação à safra do ano anterior. “A escassez de chuvas no Rio Grande do Sul entre dezembro e maio, prejudicou grande parte das áreas produtoras de soja einfluenciou diretamente o rendimento médio do grão, que teve queda de 40,7% na comparação com a média estadual de 2019. Mesmo assim, a produção da leguminosa continua em alta no país, com destaque para o Mato Grosso do Sul, que informou aumento de 7,5%”, comenta Carlos Barradas, analista de Agropecuária do IBGE.
Já para o café, estima-se uma safra de 3,6 milhões de toneladas, sendo 19,4% maior que a do ano passado. “As chuvas foram abundantes nas principais unidades da federação produtoras, devendo o Brasil colher uma excelente safra do café arábica, importante para que mantenha a hegemonia na produção mundial. O dólar valorizado e a boa qualidade da produção neste ano podem possibilitar ao País alavancar as exportações do produto e recuperar mercados importantes”, comenta Carlos Barradas.
O milho não deve bater recorde na série histórica, que foi em 2019, mas está bem perto disso (360 mil toneladas a menos). Em relação à última informação de julho, a estimativa da produção cresceu 0,4%, totalizando 100 milhões de toneladas. Na primeira safra, a produção foi 2,1% maior que a do ano passado. Para a segunda, a estimativa da produção aumentou 0,8% em relação ao mês anterior, embora, na comparação com o ano anterior, apresente declínio de 1,2%.
“Apesar da concorrência pelas áreas disponíveis de plantio com a soja, que normalmente apresenta rentabilidade maior, a demanda crescente pelo cereal manteve os preços em patamares elevados, o que contribuiu para aumentar os investimentos nas lavouras do milho de primeira safra. O aumento nas exportações de carne também contribuiu para alavancar a procura pelo produto, que é o principal componente das rações dos suínos e aves”, ressalta Barradas.
A soja, o milho e o arroz são os três principais produtos da safra nacional de grãos, que, somados, representam 92,3% da estimativa da produção e respondem por 87,2% da área a ser colhida. Para o arroz, é esperado um acréscimo de 7,2% na produção, totalizando 11milhões de toneladas do cereal.
Cabe destaque ainda para o trigo, cuja estimativa de produção encontra-se 38,0% maior que a do ano passado, totalizando 7,2 milhões de toneladas, embora tenha sido reduzida em 2,1% em relação ao que era esperado no mês anterior. A região Sul deve responder, em 2020, por 90,0% da produção tritícola nacional.