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Comércio

Após queda em janeiro, vendas no varejo crescem 1,2% em fevereiro

Editoria: Estatísticas Econômicas | Caio Belandi

07/04/2020 09h00 | Atualizado em 15/05/2020 10h25

Crescimento de 1,5% do setor de hipermercados puxou alta do comércio em fevereiro - Foto: Eduardo Peret/Agência IBGE Notícias

As vendas do comércio varejista cresceram 1,2% em fevereiro, na comparação com janeiro, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (7), pelo IBGE. É o melhor resultado para o mês de fevereiro desde 2016 (1,6%). Em relação a fevereiro do ano passado, a alta foi de 4,7%. O instituto também revisou a taxa de janeiro de -1% para -1,4%, principalmente, por conta de inclusões de dados primários no setor de combustíveis e lubrificantes.

Já no acumulado do primeiro bimestre de 2020 frente ao igual período de 2019, o varejo avançou 3%. Para o analista da pesquisa, Cristiano Santos, o bimestre positivo com ao ano passado é uma continuidade à trajetória de recuperação, com taxa de crescimento em patamares similares aos últimos três bimestres de 2019 (2,8%, 3,3% e 2,8, respectivamente). “Esses números podem estar ligados à expansão do crédito e às quedas de taxas de juros que acontecem desde o segundo semestre do ano passado”, explica.

 

Dentre as oito atividades pesquisadas, cinco contribuíram para a alta, com destaque para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,5%), móveis e eletrodomésticos (1,6%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,6%). Tecidos, vestuário e calçados (1,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,5%) foram as outras atividades que apresentaram aumento frente a janeiro.

Já livros, jornais, revistas e papelaria (-3,8%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,1%) e combustíveis e lubrificantes (-0,6%) tiveram queda em comparação com janeiro, impedindo um crescimento maior.

No âmbito regional, houve predomínio de resultados positivos em 21 das 27 unidades da federação. Tocantins (15,1%), Amazonas (3,5%) e Minas Gerais (2,7%) foram os destaques positivos. Já Amapá (-3,8%) e Ceará (-1,7%) foram os estados que mais mostraram queda nas vendas do comércio varejista.

Para Cristiano, o resultado de fevereiro não apresenta influência da pandemia do novo coronavírus pois ainda não havia um indicativo real de que a doença atingiria seriamente o país. “Não acredito que tenha sido um fator de impacto aparente no aumento de receitas dos supermercados, por exemplo. O preço do dólar e a queda do petróleo contribuem, mas o fator coronavírus só deve começar a ser sentido a partir de março”, acredita.

Com o resultado, o setor está 4,5% abaixo do ponto mais alto, atingido em outubro de 2014. E distante do patamar de novembro de 2019 (-3,9%), o menor desde o pico.

Varejo ampliado volta a crescer e tem aumento de 0,7% em relação a janeiro

Já para comércio varejista ampliado, que contempla veículos e material de construção, o aumento foi de 0,7% em relação a janeiro de 2020, o segundo mês consecutivo de variação positiva. Frente a fevereiro de 2019, o setor avançou 3,3%, décimo primeiro aumento seguido. Assim, o varejo ampliado apresentou crescimento de 3,4% para o primeiro bimestre de 2020.

Na esfera regionalizada, houve predomínio de resultados positivos no comércio varejista ampliado em 17 das 27 unidades da federação, com destaque para Mato Grosso (5,6%), Tocantins (5,1%) e Minas Gerais (2,8%).